Jogamos

Análise: The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga (PC) é um roguelite nonsense, divertido e muito básico

Crie uma reputação para impressionar o chefão da máfia dos pombos neste inusitado título do Hojo Studio.

The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga é um roguelite nonsense em que assumimos o papel de um pombo que está procurando se estabelecer na máfia das aves. Prepare-se para defender a vizinhança e realizar alguns favores para o “padrinho”, mas de um jeito bastante incomum.

Um pombinho querendo fazer seu nome

Em The Godfeather, você assume o papel de um pombo determinado a conquistar o respeito na notória máfia das aves. Equipado com uma habilidade única, a capacidade de "deixar sua marca" na cabeça das pessoas, você embarcará em missões absurdas para agradar ao padrinho e construir sua reputação, se metendo em situações em que nenhum pombo jamais foi antes.

Como um pombo, você terá que realizar missões em um ambiente gerado aleatoriamente a cada partida. Essas tarefas incluem afastar pássaros "não-pombos" da vizinhança, sujar roupas recém lavadas em varais, atrapalhar momentos românticos de casais e, é claro, marcar território nas estátuas da praça. Tudo o que você esperaria de um pombo destemido!

A habilidade principal do nosso protagonista de penas é, sem dúvida, sua capacidade única de fazer cocô nas pobres almas desprevenidas no chão. Uma tarefa que exige cautela pois, perigos espreitam enquanto você voa pelo bairro cumprindo suas missões. Pássaros inimigos podem detectar o pombo e chamar drones anti-pombo para capturá-lo. Para escapar. Nosso amiguinho penoso pode realizar manobras habilidosas entre as árvores, escondendo-se e despistando seus perseguidores.


Gatos e pessoas com mangueiras de jardim também são ameaças que nosso destemido amigo de penas enfrentará. Mas a maior ameaça surge à noite, caso atrase suas atividades e a escuridão toma conta. Corujas famintas podem aparecer do nada, pronto para fazer do pombo seu jantar, não como convidado, mas como prato principal.

Se você ficar sem “munição” basta realizar um mergulho rápido em uma caçamba de lixo para recarregar e continuar com suas missões. À medida que você completa as tarefas, uma barra de progresso indica quando você atingiu o objetivo da fase. Cada fase consiste em quatro etapas, culminando em um confronto com o chefe da fase, sempre repleto de elementos igualmente ridículos e inusitados, mantendo a essência nonsense do jogo.

Uma experiência casual tanto em gameplay quanto em desafio

The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga traz elementos sutis que o enquadram no gênero roguelite. Isso inclui a geração procedural de fases, tornando cada partida única, e a oportunidade de adquirir melhorias que facilitam nossa jogatina para a conclusão das fases.

Nos momentos de duelo contra os chefes, o jogador ainda dispõe de uma única oportunidade extra para tentar novamente caso falhe, mas por via de regra, uma vida extra só pode ser obtida adquirindo uma nos momentos de intervalo no poleiro, local onde são compradas as melhorias e visuais.


Um dos pontos negativos nisso é que qualquer vacilo do jogador pode resultar em um ‘Game Over’. Alguns jogos conseguem amenizar um pouco a sensação de derrota quando perdemos uma partida, permitindo que mantenhamos alguma melhoria. Não é o caso aqui. Apenas os visuais ficam permanentemente desbloqueados.

Embora o cenário apresente uma simplicidade notável, com elementos como casas e praças, ele ainda consegue oferecer uma diversidade modesta. O game apresenta três cenários distintos: um subúrbio, uma praia e uma área mais urbana. Cada um deles oferece missões únicas, proporcionando um toque de diversidade à jogabilidade.


Alguns conteúdos extras são liberados ao terminar o jogo pela primeira vez, o que pode ser realizado em menos de uma hora, e é isso que ainda estimula um pouco nossa jogatina. Fora isso, o fator replay do jogo se sustenta apenas no desafio de tentar cumprir o jogo em menos de 30 minutos, uma das conquistas do jogo, além de obter as demais, que não são muitas, fazendo deste um título até fácil de “platinar”.

A jogabilidade é um dos pontos mais agradáveis, especialmente quando se utiliza um gamepad, o que é altamente recomendado. No entanto, você também pode jogar com o teclado, o mouse ou uma combinação de ambos. A simplicidade dos controles torna a experiência acessível desde os primeiros minutos de jogo.


Graficamente, não espere elementos extremamente detalhados. O estilo visual cartunesco e simplificado cria uma atmosfera leve e cômica, e o jogo é bem otimizado, tornando-o uma opção até para quem tem uma máquina mais modesta. Esses elementos, somados, o tornam uma recomendação fácil para quem busca algo divertido e com um forte apelo para o casual.

Medíocre e engraçado como um pombo

The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga, como um roguelite, é uma interessante porta de entrada ao gênero. Seu gameplay simplificado e proposta engraçada o tornam uma boa recomendação para quem busca uma experiência descontraída. Entretanto, não traz nada marcante para o gênero e se mostra apenas mais um produto curioso dentro do cenário independente.

Prós

  • Jogabilidade extremamente simples;
  • A ambientação traz elementos inusitados e engraçados, tornando o jogo interessante;
  • Bem otimizado, não exigindo uma configuração muito específica para rodar;

Contras

  • Como roguelite é muito básico, além de priorizar a aquisição de visuais às melhorias para auxiliar no jogo;
  • Curta duração e com um fator replay pouco interessante;
  • O progresso é facilmente perdido ao vacilar uma única vez.
The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga — PC — Nota: 6.5
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pelo Hojo Studio

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google