Produzido e publicado pela Aeternum Game Studios, Sumumm Aeterna é um roguelite de ação 2D e prequel do aclamado metroidvania Aeterna Noctis (Multi). Apesar de apresentar alguns problemas comuns aos jogos do gênero, temos em mãos um título que tenta amenizar seus defeitos com mecânicas de criação de mundos e eventos aleatórios para tornar cada partida única e agradável aos jogadores.
A maldição da imortalidade
Entediado por conta da maldição de imortalidade imposta pelo deus Caos, O Rei das Trevas busca alguma motivação para agitar sua monótona vida. Em determinado momento, o monarca resolve se preparar para a volta da Rainha da Luz, que disputará o trono com ele. Portanto, o rei decide explorar as regiões de seu reino para treinar, aumentar sua força e expandir sua influência.
Com a possibilidade de visitar seis regiões diferentes, o Rei das Trevas precisará derrotar entidades poderosas, superar perigosas armadilhas e coletar os mais variados recursos. Como pode ser esperado de uma obra do gênero, veremos muita aleatoriedade de eventos; uma dificuldade alta, mas não injusta; e uma infinidade de tentativas para conseguirmos cumprir nossos objetivos.
Uma gameplay à sua maneira
Das qualidades aos defeitos, Summum Aeterna carrega tudo o que se pode esperar de um roguelite: grande variedade de armas e habilidades; upgrades temporários e permanentes; um combate ágil; mapas gerados proceduralmente; eventos aleatórios; e a famigerada sensação de repetição. Mas o seu maior mérito é permitir que o jogador tenha um controle da dificuldade e criação de mundo.
Tudo começa com a mecânica da Semente de Mundo, que consiste na escolha de uma semente que será a base da nossa jogatina. Com ela, determinamos a ordem dos reinos que iremos visitar e algumas condições especiais da aventura através dos genes letais e estruturais. Esses genes definem as vantagens que nossos inimigos terão e as recompensas que recebemos ao derrotá-los.
Quanto maior o nível da semente, mais difícil será nossa jogatina, porém melhor recompensados seremos. Além disso, podemos ainda fundi-las para criar condições únicas para cada partida. Dessa forma, é possível moldar a gameplay ao nosso gosto e evitar situações frustrantes por conta da dificuldade.
Em seguida, escolhemos uma arma. Summum Aeterna possui três variedades de armamentos: a espada, mais ágil e menos poderosa; a foice, mais forte e lenta para atacar; e as pistolas, que permitem ataques à distância. Mesmo que sejam apenas três opções, há uma grande diversidade de itens para cada uma das categorias.
De acordo com a raridade de cada arma, podemos equipar gemas que conferem boosts aos nossos atributos, como força de ataque e velocidade; recuperam nossa vida; e infligem danos elementais nos adversários, como envenenamento e queimadura. Quanto maior a raridade, mais gemas podemos equipar; assim, é possível bolar infinitas estratégias de combate, das as mais ofensivas às focadas em defesa ou recuperação de HP.
O combate ágil é um dos pontos altos do jogo. Controlar e atacar com o Rei das Trevas é uma atividade prazerosa graças à sua movimentação veloz que permite a execução de combos rápidos e esquivas precisas, em especial nas batalhas contra chefes, que possuem dinâmicas únicas e nos exigem muito mais atenção que os inimigos normais.
Por fim, há inúmeras salas de eventos aleatórios espalhadas por cada mundo que fornecem novas armas, gemas, poderes, recompensas e desafios ao jogador, tudo em troca de dinheiro e material escuro, um dos itens utilizados para dar upgrades permanentes ao Rei das Trevas.
Uma das coisas que mais me chamou atenção foi a quantidade assustadora de upgrades que podemos realizar, sejam eles permanentes ou não. Mesmo depois de dezenas de horas, é possível perceber a evolução do monarca ao longo da jogatina, e isso motiva gastar um tempo a mais explorando cada canto dos mapas.
Os problemas de sempre
Falar que Summum Aeterna é um roguelite já induz muitos pensamentos dos tipos de problema que ele pode ter. De fato, a tradicional sensação de repetição se encontra presente, assim como o design das fases (ou a falta dele).
Seus mundos são construídos proceduralmente através de salas interligadas. Para progredir, precisamos encontrar um certo número de chaves e ir ao encontro do Portal do Caos, que nos levará à próxima fase. Sendo assim, dependendo da forma com que o mundo é construído, você precisará ter sorte de existir uma fase mais agradável e dinâmica de ser explorada.
Uma característica que ameniza isso é a possibilidade de se teletransportar para as salas de eventos aleatórios visitadas anteriormente. Dessa forma, conseguimos poupar um tempo valioso de caminhada pelos cenários.
Mesmo esses elementos não impedem a sensação de repetição de Summum Aeterna. Inevitavelmente, vamos precisar jogar dezenas de horas nos mesmos cenários com os mesmos inimigos para conseguir desbloquear todas as melhorias e possibilidades que o jogo oferece. Não há nenhuma mecânica inovadora que resolva o problema, mas é possível ver que a Aeternum Game Studios se dedicou para ao menos amenizar a questão.
Um roguelite para todos
Summum Aeterna não revoluciona, mas possui muitas ferramentas que tentam amenizar os costumeiros problemas encontrados em roguelites. A Aeternum Game Studios se empenhou em colocar diversos elementos para aliviar a sensação de repetição e o design limitado de suas fases, e obteve êxito em sua missão.
Seu combate é ágil e prazeroso e a enorme quantidade de upgrades e habilidades à disposição dos jogadores ajuda a tornar cada partida única. Dessa forma, vale a indicação a todos os tipos de jogadores, dos mais empolgados com roguelites até os que não possuem intimidade com o gênero.
Prós
- O sistema de criação de mundos permite que cada jogador controle o nível de dificuldade de seu jogo;
- Há uma boa variedade de armas, habilidades, upgrades e eventos aleatórios;
- O combate é ágil e prazeroso;
- A possibilidade de viajar entre salas ajuda muito na exploração do mapa.
Contras
- A sensação de repetição é constante, principalmente nas primeiras horas;
- Por conta da criação procedural, o design de algumas fases é péssimo para exploração.
Sumumm Aeterna — PS5/PS4/XSX/XBO/Switch/PC — Nota: 8.5Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Aeternum Game Studio