Impressões: The Godfeather : A Mafia Pigeon Saga (PC) vem para “cagar regra” no gênero roguelite

Defenda seu bairro dos que desejam atrapalhar os negócios da “máfia pombal”.

em 06/09/2023

O gênero roguelite abriga uma ampla variedade de experiências no mundo dos jogos, com títulos envolventes e viciantes como Returnal e jogos aclamados tanto pela crítica quanto pelo público, como o premiado Hades e a sensação Vampire Survivors. Em mais uma edição de nosso Blast Test, desta vez trouxemos algo um pouco mais… incomum.

The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga coloca o jogador na pele de um pombo que almeja se destacar na temível máfia das aves. Usando sua habilidade única de defecar na cabeça das pessoas, somos convidados a realizar missões surpreendentes para agradar o padrinho e construir uma reputação, além de testemunhar situações que nenhum pombo jamais presenciou antes.

Defendendo a vizinhança

No controle de um pombo, o jogador precisa realizar pequenas missões em um ambiente gerado aleatoriamente a cada nova partida. Essas tarefas incluem afugentar pássaros “não pombos” da vizinhança, sujar roupas estendidas no varal, interromper momentos românticos de casais e, é claro, marcar território nas estátuas da pracinha. Enfim, coisas típicas de um pombo.
Lá vai bomba!
A principal habilidade do nosso avatar coberto de penas é defecar nas pessoas desprevenidas no solo. Bem como Dinho, saudoso vocalista dos Mamonas Assassinas, dizia na música Mundo Animal: “As pombas, quando avoam, por incrível que pareça, ficam sobrevoando com seu c# amirando em nossas cabeças”.

No entanto, o jogador precisa estar atento aos perigos que o cercam enquanto sobrevoa a área para cumprir suas tarefas. Entre esses perigos estão as cacatuas, que, ao detectarem o pombo, alertam os drones antipombo para capturá-lo. Para escapar deles, nosso amiguinho pode realizar manobras entre as árvores para se esconder e despistar o inimigo.

Gatos e pessoas com mangueiras de jardim são outros exemplos das várias ameaças que nosso amigo de penas enfrentará pelo caminho. A mais perigosa surge à noite, quando o jogador demora muito para concluir as atividades da fase e o anoitecer chega. Corujas podem aparecer do nada e levar o pombinho para jantar, não como convidado, mas como prato principal.
Nenhuma tecnologia supera a malandragem de um pombo
Se o pombo ficar sem “munição”, ele pode realizar o mesmo movimento de rasante em uma caçamba de lixo para reabastecer seu “armamento” e continuar apto a realizar as missões. Conforme as atividades vão sendo concluídas, uma barra de progresso indica quando tarefas suficientes foram realizadas e a etapa é concluída. Cada fase possui quatro etapas, sendo a quarta dedicada ao confronto com o chefe da fase, algo que sempre é igualmente ridículo e inusitado, dentro dos padrões nonsense do jogo.

Modesto, mas dentro do esperado

The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga traz elementos sutis que o categorizam como um roguelite. Entre eles, destaca-se a geração procedural das fases, o que torna cada partida única em sua execução, e a possibilidade de obter melhorias durante cada sessão para facilitar a conclusão das fases.

Devido à simplicidade dos elementos presentes no cenário, não percebemos uma diferença significativa. Mesmo que estejam dispostos de maneira diferente, é comum ver uma casa amarela, uma praça, uma quadra de basquete e outros objetos que remetem aos cenários disponíveis nesta versão preliminar do jogo.


Na versão de teste que o Hojo Studio gentilmente forneceu à nossa equipe, tive a oportunidade de explorar três cenários distintos: um subúrbio, uma praia e uma região mais urbanizada. Cada um deles apresenta características distintas e oferece uma variedade de missões em comparação com as outras áreas, proporcionando uma modesta dose de diversidade à jogabilidade. A promessa é de surpresas e reviravoltas a partir do quarto estágio do jogo, embora ainda não tenhamos acesso a essa parte na versão de teste.

Por meio do menu de pausa, o jogador pode acessar o Poleiro, que serve como a base de operações da máfia. Lá, é possível interagir com comerciantes para adquirir aprimoramentos que auxiliarão nas missões, como resistência a capturas de drones e maior velocidade de voo, entre outros.
Montando um visual bem "pomboso"
Também existe uma área de personalização para nosso pombo, onde é possível alterar sua cor e adicionar acessórios, como óculos, máscaras e chapéus. Gavinhas douradas e moedas obtidas durante as fases são usadas para comprar melhorias e itens, respectivamente.

O controle é um dos aspectos mais agradáveis, especialmente se você estiver usando um gamepad, o que é altamente recomendado. Também é possível jogar apenas com o teclado, o mouse ou uma combinação de ambos. A simplicidade dos comandos favorece uma experiência mais casual, tornando-a facilmente acessível desde os primeiros minutos de jogo.
O uso de um controle é altamente recomendado, mas ainda dá pra cuttir jogando apenas com um mouse se você quiser
Quanto aos gráficos, não encontramos elementos muito elaborados ou detalhados. O estilo visual mais cartunesco e simplificado confere uma atmosfera leve ao jogo, realçando seu aspecto cômico, ao mesmo tempo em que não exige um hardware potente para rodar. No meu notebook de nível intermediário (Ryzen 5 5500, 12GB de RAM e sem GPU dedicada), consegui jogar tranquilamente com uma resolução de 1080p e uma taxa de quadros estável a 60 fps.

Pruuu!

The Godfeather: A Mafia Pigeon Saga se apresenta como uma modesta experiência no gênero roguelite, apostando no humor e na simplicidade para proporcionar entretenimento genuíno. Embora possa parecer despretensioso, sua proposta como produto de entretenimento se concretiza graças à combinação de jogabilidade simplificada, uma narrativa intencionalmente tola e uma apresentação amigável e cheia de humor. Estou curioso para saber o que mais esse submundo “pombístico” tem a oferecer em sua versão final.


The Godfeather : A Mafia Pigeon Saga será lançado em 5 de outubro de 2023, para PC via Steam. Aproveite para conhecer o jogo por meio da versão de demonstração disponível na loja da Valve.
Revisão: Ives Boitano
Texto de impressões produzido com chave de acesso antecipado cedida pelo Hojo Studio

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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