O produtor e editor de vídeos da Rockstar entre os anos 2005 e 2018, Jon Young, compartilhou por meio do seu perfil do LinkedIn os títulos em que atuou durante esse período. Mesmo contando com jogos de grande porte, como GTA V e Red Dead Redemption 2, a menção de que contribuiu para duas continuações de Bully (Multi) em 2008 é o que se sobressai na lista de games divulgada por Young.
Lançado em 2006 para PlayStation 2, Bully foi alvo de inúmeras controvérsias por adaptar a violência, temas sexuais e outros assuntos mais “adultos” presentes na franquia GTA para um ambiente escolar ao contar a história de Jimmy Hopkins, um adolescente encrenqueiro que é colocado em um colégio interno para que sua mãe e seu padrasto possam viajar em lua de mel.
O jogo causou tal polêmica que foi classificado pelo ativista Jack Thompson como um “simulador de Columbine” — em referência ao Massacre de Columbine, no qual dois adolescentes mataram doze colegas, um professor e se suicidaram na Escola Secundária de Columbine (EUA) — e, em 2008, foi proibido no Brasil pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul devido, de acordo com o órgão, “incitar a violência a professores, humilhação e ser nocivo para crianças e adolescentes”. Restrição revogada em 2016.
Mesmo com tamanha polêmica, Bully conquistou a crítica e o público, como pode ser observado pela nota 87 que o game recebeu da mídia especializada no site agregador de análises Metacritic e pelas vendas da versão de PS2, que, em março de 2008, havia alcançado a marca de 1.5 milhão de unidades — em comparação com outra obra controversa da Rockstar, nesse mesmo mês, foi divulgado que a franquia Manhunt conseguiu vender 1.7 milhões de cópias.
Dessa forma, é possível deduzir que o título protagonizado por Jimmy Hopkins vendeu mais do que o game de James Earl Cash e, uma vez que Manhunt ganhou uma continuação, seria esperado que Bully também recebesse uma sequência. E, esse parece ter sido o pensamento da Rockstar, pois, como citado no início do texto, o produtor e editor de vídeo da desenvolvedora entre os anos 2005 e 2018 afirmou ter trabalhado em Bully 2 e 3 em 2008.
Porém, essa não é a primeira vez que informações sobre uma suposta continuação de Bully são divulgadas. Já que, em janeiro do ano passado, antigos desenvolvedores do estúdio revelaram ao veículo Game Informer que ficaram encarregados de Bully 2 no final da primeira década dos anos 2000 e divulgaram detalhes de alguns recursos que o título traria, como o fato de que o mundo do game poderia ser até três vezes maior do que a escola do jogo original e que todos os prédios do título seriam acessíveis.
Mesmo com todas essas novidades, os profissionais disseram durante essa mesma entrevista que foram escalados para ajudar em outros projetos da Rockstar, como Max Payne 3 e Red Dead Redemption, e, dessa forma, houve a necessidade de fazer horas extras para cumprir todas as tarefas no prazo, o que levou a muitos funcionários optarem por pedir demissão e, consequentemente, ao cancelamento do jogo.
Por mais que nenhuma sequência tenha sido lançada até hoje, os desenvolvedores ainda afirmaram que muitos recursos de Bully foram aproveitados em outros jogos, incluindo o efeito do estilhaçamento dos vidros presente em Max Payne 3, no qual é possível observar que o pedaço próximo ao impacto da primeira bala se rompe e surge algo parecido com uma “teia de aranha” no vidro, e o fato de que os NPCs reagem ao comportamento de Arthur Morgan em Red Dead Redemption 2.
Para quem não conhece ou deseja relembrar, Bully foi lançado, além do PlayStation 2, no Xbox 360, PlayStation 3, Nintendo Wii, PlayStation 4, PC (via Steam e Rockstar Games Launcher) e para dispositivos móveis com Android ou IOS. É possível também jogar o título no Xbox One e Xbox Series X/S por meio da retrocompatibilidade com o console da sétima geração da Microsoft e no PlayStation 5 devido a retrocompatibilidade com o PS4.
