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Análise: Two Point Campus: Medical School (Multi) — Rir (nem sempre) é o melhor remédio

Mude a rotina de sua universidade com os novos cursos de medicina e enfermagem.


Two Point Campus: Medical School
é a nova atualização do popular simulador de universidade da Two Point Studios. Seguindo o padrão dos últimos DLCs — Space Academy e School Spirits —, Medical School traz consigo novos cursos, campi, arquétipos para estudantes e itens para customização, todos relacionados ao tema da saúde.

Também como novidade, o DLC propõe uma mudança na dinâmica de gameplay, modificando a rotina dos alunos e oferecendo novas missões e objetivos. Contudo, tais mudanças podem não ser as mais agradáveis para a maioria dos jogadores.




Da lava às nuvens

O pacote Medical School traz a Two Point Campus três novos campi e diversos elementos relacionados aos cursos de saúde, com destaque para os estreantes  Medicina e Enfermagem, e as três instalações disponíveis para cada uma delas.

O primeiro campus que visitamos é Lake Tumble, localizado às margens de um lago em uma região que recebe muitos turistas. Aqui, somos apresentados às novas dinâmicas de gameplay: a mudança nos horários de aula e a Emergência com Pacientes. 




O segundo campus é na ilha Rocha Derretida, localizada na base de um vulcão ativo. A principal mudança na gameplay envolve a expansão de nossa universidade: Em vez de gastar dinheiro, precisamos cumprir uma variedade de missões para honrar o espírito da ilha e receber sua bênção, permitindo assim a aquisição de um novo terreno.




Já Point Peak, terceiro e último campus recém-chegado, situa-se no topo de uma montanha congelada cercada por nuvens. Além do frio torturante, nosso principal desafio está em controlar as finanças, já que a única fonte de renda é a constante doação da Yeti Foundation, realizada após cumprirmos algumas missões.

A qualidade visual e criatividade permanecem em alta aqui, mantendo o nível dos campi presentes no jogo-base e nos demais DLCs. A ilha de Rocha Derretida se tornou o meu favorito dentre todos, pois foi o local com a mudança mais impactante até o momento, com seu visual paradisíaco e quase inóspito.




O mesmo vale para os novos arquétipos de estudantes e os pacientes que curamos. Há muitos rostos familiares para quem jogou Two Point Hospital, e a forma como eles vagam pelo campus e são atendidos é hilária.

Para cada um dos novos cursos, estão disponíveis três instalações diferentes para tratar as 24 doenças que atacam o campus. Para a Medicina, temos a Clínica Craniana, a Psiquiatria e a Cirurgia, enquanto para a Enfermagem, há a Sala de Injeção, a Terapia de Murro e a Enfermaria. 



Two Point Campus feat. Two Point Hospital

Além dos novos conteúdos, Medical School traz uma mudança importante na rotina da universidade. Os cursos de Medicina e Enfermagem, diferentemente dos demais, não possuem horários de aula definidos. O aprendizado dos alunos se dá pelo atendimento de pacientes que chegam frequentemente ao campus; ou seja, os universitários e professores ficam à disposição dos enfermos durante todo o ano letivo.

Essa mudança traz um pouco de Two Point Hospital ao jogo, fazendo-o parecer mais um simulador de hospital do que de universidade. A alteração na rotina também nos faz repensar nossa estratégia em relação ao descanso dos professores e alunos, pois quase não há intervalo para a recuperação de energia.

Como a presença dos professores é indispensável, por muitas vezes precisei aumentar a quantidade de docentes contratados para suprir a demanda de pacientes, atrapalhando diretamente meu planejamento financeiro.




Para aumentar ainda mais o desafio, algumas missões e eventos dos mapas são extremamente difíceis de se cumprir. Em Point Peak, por exemplo, o dinheiro não é um recurso tão acessível; logo, os gastos extras com professores e instalações o tornam um mapa maçante e de progressão lenta. 

Eu até consigo ver alguns pontos positivos nessas escolhas. A variação da rotina dos alunos modifica a dinâmica da gameplay, trazendo algo diferente na fórmula da franquia. Apesar de mais difíceis, as novas missões também nos fazem pensar em novas estratégias de administração; entretanto, acredito que a dificuldade elevada possa afastar os jogadores mais casuais, assim como os que procuram uma experiência semelhante ao que foi apresentado nos últimos DLCs. 



Medicina por amor

Em muitos aspectos, Two Point Campus: Medical School mantém o nível de qualidade tanto do jogo-base quanto dos DLCs anteriores. Os cenários são belíssimos e criativos, e trazem uma série de desafios diferentes, mudando um pouco a forma com que precisamos gerenciar nossa universidade, assim como os pacientes e universitários, que são extremamente engraçados com suas novas características. 

Todavia, a mudança significativa na rotina das aulas das novas disciplinas quase o transformou em um gerenciador de hospitais. Apesar de eu conseguir ver alguns pontos positivos nessa alteração, ela faz parecer que o DLC está deslocado do resto do jogo, dificultando o gerenciamento financeiro da universidade e da saúde de funcionários.

A recomendação de Medical School fica para os mais empolgados com os títulos da Two Point Studios, mas não espere o conteúdo mais inovador que você já viu. Para os mais casuais, tanto o conteúdo base quanto os demais DLCs devem atender de maneira satisfatória os que procuram uma boa experiência de gerenciamento. Caso ainda haja interesse, acredito que seja melhor investir em uma cópia de Two Point Hospital.



Prós

  • Os novos mapas são bonitos e criativos;
  • Maior variedade de missões e objetivos para cumprir;
  • As características dos novos estudantes e pacientes os tornam hilários;
  • A mudança de rotina trouxe uma nova dinâmica à gameplay.

Contras

  • Dificuldade elevada em algumas missões secundárias e objetivos de cada mapa;
  • A mudança exagerada na rotina das novas disciplinas transformou o DLC em uma versão simplificada de Two Point Hospital.
Two Point Campus: Medical School — PS5/PS4/XSX/XBO/Switch/PC — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela SEGA


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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