PS5

Microsoft e Sony fecham parceria para manter Call of Duty nos consoles PlayStation por 10 anos

Entretanto, as demais franquias da Activision Blizzard, como Overwatch, Diablo e Guitar Hero, não foram incluídas na colaboração.

em 17/07/2023

Phil Spencer revelou por meio de uma publicação no seu perfil do Twitter que a Microsoft fechou acordo com a Sony para manter Call of Duty nos consoles PlayStation. Ainda que o chefe do Xbox não tenha divulgado qual seria a duração dessa colaboração, a responsável pela comunicação global da marca, Kari Perez, afirmou ao The Verge que a cooperação fará com que os jogos da franquia sejam lançados nos consoles PlayStation pela próxima década. Contudo, outros games da Activision não farão parte da parceria.


A negociação entre a companhia japonesa e a gigante norte-americana vem ocorrendo há mais de um ano. Uma vez que, em janeiro de 2022, Spencer enviou uma carta ao CEO da marca PlayStation, Jim Ryan, prometendo manter a saga Call of Duty por “muitos anos” nas plataformas da Sony. Porém, essa oferta não agradou o executivo da empresa, uma vez que, em setembro do mesmo ano, Ryan classificou a proposta como “inadequada por não levar em conta o impacto que traria para os nossos jogadores”.

O executivo ficou indignado devido à Microsoft só garantir o lançamento dos jogos da popular franquia nos consoles PlayStation por mais três anos após o término do contrato entre a Sony e a Activision. Condição alterada pouco tempo depois, pois, no último mês de novembro, a dona do Xbox informou ao jornal New York Times que havia proposto um acordo para manter Call of Duty no PlayStation por 10 anos. Mesmo assim, as empresas ainda passariam por algumas desavenças antes de concretizar a parceria.

As “trocas de farpas” entre as companhias durante o processo aberto pelo Federal Trade Commission para bloquear a compra da Activision pela Microsoft por 68.7 bilhões de dólares são alguns exemplos desses desentendimentos. Visto que a dona do Xbox alegou que a Sony estava “protelando” para compartilhar os dados necessários e a responsável pelo PlayStation afirmou que a Microsoft estava “praticando assédio” por solicitar informações confidenciais, como análises internas de desempenho.

No entanto, as corporações parecem ter se acertado após o veredito da juíza da Califórnia Jacqueline Corley a favor da união entre a Microsoft e a Activision. Discordando da liminar aberta pelo FTC na qual o órgão regulador argumentava que a compra traria “prejuízos aos concorrentes”, Corley afirmou que as evidências demonstram justamente o contrário, ou seja, que a transação possibilitaria “maior acesso do consumidor aos [jogos] Call of Duty”.

Ainda que tenha tentado apelar da decisão, a agência teve recurso negado pela Corte de Apelações. E, um dia depois, Spencer revelou que a Microsoft e a Sony fecharam uma parceria para manter Call of Duty nos consoles PlayStation. Mesmo o chefe do Xbox não divulgando mais detalhes, a responsável pela comunicação da marca, Kari Perez, compartilhou que o acordo durará dez anos e que não incluirá outros games além da franquia. Confira abaixo o tweet e uma tradução livre do anúncio realizado por Spencer:

“Nós temos o prazer de anunciar que a Microsoft e PlayStation assinaram um acordo para manter Call of Duty no PlayStation após a aquisição da Activision Blizzard. Estamos ansiosos para um futuro no qual jogadores do mundo inteiro terão mais chances de jogar seus games favoritos.”
Após a justiça estadunidense não encontrar empecilhos na transação e a Sony fechar essa parceria com a Microsoft, o maior obstáculo para a união da dona do Xbox com a Activision é o órgão regulador do Reino Unido. O Competition & Markets Authority (Autoridade da Concorrência e Mercados) havia impedido qualquer avanço na negociação entre as empresas em abril desse ano ao alegar que a fusão poderia “prejudicar a concorrência do mercado de jogos via streaming”. 

Porém, as empresas recorreram da decisão, com a Activision chegando a contratar o ex-advogado da Rainha Elizabeth e a Microsoft enviando uma nova proposta para reverter essa situação, o que fez com que a agência estendesse o prazo para emitir seu parecer final até 29 de agosto. Data que não deve agradar a Microsoft, já que precisará pagar uma multa de 3 bilhões de dólares à desenvolvedora caso a transação não seja concluída até 18 de julho ou o estúdio não aceite prorrogar esse período.


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