Colocando um selinho nas garotas-monstros
Dungeon Travelers 2 se passa em um mundo de fantasia no qual humanos, deuses e um Deus Demônio que comandava monstros coexistiam. Porém, a relação entre eles não era pacífica e os humanos lutaram por muito tempo para derrotar os monstros sob a bandeira da rainha Vitoria. Após muitos anos de conflito, um poderoso alquimista conhecido como Siegdrad inventou um método de captura de monstros usando livros mágicos e selos.
Graças a esse grande avanço tecnológico, os seres humanos conseguiram chegar a um período de paz, tendo selado até mesmo a líder dos monstros conhecida como Deus Demônio. Agora no ano 499 da Era do Rei, a humanidade vive de forma auspiciosa e chegou a fundar uma biblioteca real que reúne os selos e forma aventureiros conhecidos como Libras que são capazes de usar os poderes desenvolvidos por Siegdrad.
Na história, nós acompanhamos o jovem Fried Einhard, um dos Libras designados para trabalhar na Biblioteca Real após se formar em uma academia militar. Em meio a uma grave crise, a Biblioteca precisa urgentemente investigar o surgimento anormal de muitos monstros, alguns dos quais são mutantes.
Porém, como um estudioso, o rapaz depende do auxílio de personagens mais habilidosos no enfrentamento dos perigos das dungeons. Junto com um grupo de guerreiras, que curiosamente são todas belas mulheres, Fried parte em uma jornada para trazer de volta o equilíbrio do mundo e evitar uma grande calamidade.
Em termos gerais, a história possui elementos bem interessantes de ambientação de fantasia, sendo esse um dos pontos altos da experiência. A trama em si é repleta de piadas, especialmente no quesito metaficcional com frequentes quebras de quarta parede. Mesmo havendo elementos sérios, o jogo opta por um tom bem leve e descontraído.
Um detalhe importante de se destacar é que a obra é bem focada em fanservice, incluindo várias ilustrações sugestivas, com a maior parte dos monstros tendo o formato de belas garotas. Esse é um conceito já explorado em RPGs japoneses da Compile Heart como Moero Chronicle Hyper (Switch) e Moero Crystal H (Switch), bem como o clássico Toushin Toshi II (PC) da Alicesoft.
Exemplo de cena pós-boss. No jogo em si, é possível ver o corpo dela completo sem genitais à mostra. |
A era dos encontros aleatórios
Dungeon Travelers 2 é um RPG dungeon crawler, então boa parte do jogo envolve o enfrentamento de monstros e a preparação da sua equipe para o confronto. No início, temos acesso a apenas duas personagens (uma focada em dano físico e na linha de frente, a outra no uso de magia de cura ou ataques mágicos) e aos poucos mais aliadas se juntam à equipe.
Para além da questão da força dos inimigos, o início é também um momento bem limitante da experiência, só sendo possível ter uma margem de manobra em relação aos inimigos após o desbloqueio de novas habilidades com o ganho de níveis. Nesse ponto, a capacidade de salvar a qualquer momento na dungeon pode fazer muita diferença.
As dungeons incluem tesouros e mecanismos para abrir portas e avançar, mas também vários pontos com armadilhas que podem causar dano ou efeitos específicos na equipe. Em algumas áreas, também temos algumas gimmicks, como buracos ou molas que forçam o jogador a ir para outro nível, passagens secretas que só podem ser detectadas com mecanismos de iluminação (itens ou magias), etc.
Caso o jogador se sinta insatisfeito com suas escolhas e queira tentar outra estratégia, é possível retornar a um nível anterior para reaprender habilidades. Porém, isso implica em ter que treinar novamente e o personagem acaba ficando mais fraco do que antes, já que, por exemplo, retornar ao nível inicial das primeiras duas aliadas faz com que elas tenham apenas três pontos para alocar e não se lembrem nem das técnicas básicas que já tinham no início do jogo.
Cada personagem também tem um poder único liberado no nível 10 e combinações específicas podem levar a benefícios como mais HP ou ataque para a equipe. Com isso, trata-se de um jogo bem rico em opções de customização de equipe, valendo a pena experimentar com suas opções.
Não é nem possível equipar itens enquanto o jogador está na loja da biblioteca e há um menu desnecessariamente longo na biblioteca que poderia ser mais sucinto e intuitivo. O resultado é que é bem mais complicado fazer as coisas do que seria necessário se algumas opções fossem agrupadas e a experiência de usuário tivesse sido pensada em favor de mais comodidade.
Para os fãs hardcore de dungeon crawler
Dungeon Travelers 2 é uma experiência sólida de dungeon crawler e um jogo que chama atenção com suas belas ilustrações das personagens femininas. Embora ele deva agradar a jogadores hardcore interessados em ambos os estilos de jogo, a experiência de usuário deixa a desejar em um título novo, o que faz com que seja uma recomendação um pouco difícil ao compararmos com outras obras no mercado.
Prós
- Belas ilustrações das personagens femininas;
- Sistema competente de dungeon crawling com armadilhas e passagens secretas;
- Grande capacidade de customização de equipe com impacto significativo das escolhas de evolução de classes, habilidades e equipamentos;
- História interessante que combina ambientação de fantasia e humor.
Contras
- Vários elementos de qualidade de vida ausentes;
- As ocasiões de fanservice podem soar forçadas;
- O início do jogo é bem limitante sem os personagens DLC.
Dungeon Travelers 2 — PC/PS Vita — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Análise produzida com cópia digital cedida pela Shiravune