A Microsoft tem adotado várias estrategias para que os órgãos reguladores aprovem a sua união com a Activision. De tal forma que prometeu lançar os jogos da desenvolvedora em várias plataformas. Porém, as afirmações do CEO da divisão PlayStation, Jim Ryan, diante do FTC comprovam que a Sony continua contrária à aquisição. Ao ser sabatinado pela comissão estadunidense, o executivo indicou que a companhia não irá divulgar informações sobre o seu próximo console para a Activision caso a compra se concretize.
Por mais que possa parecer cedo para falar em um possível PlayStation 6 devido ao grande sucesso do videogame atual da empresa — graças, em grande parte, aos jogos da própria Sony, como Ratchet & Clank: Em Uma Outra Dimensão, Horizon Forbidden West e God Of War Ragnarok —, é esperado que a companhia japonesa já trabalhe em seu sucessor. Isso porque é padrão na industria que as fabricantes de consoles iniciem o planejamento do aparelho da próxima geração assim que um novo videogame é lançado.
Entretanto, nem só de jogos first-party vive um console. Uma vez que Fortnite, Call of Duty: Warzone 2.0 e GTA V são os títulos mais jogados do aparelho da nona geração. Sendo assim, é necessário que uma plataforma também apresente games de outros estúdios para se tornar popular. Para isso, as companhias responsáveis pelos videogames enviam DevKits durante a criação desses aparelhos a fim de que as desenvolvedores externas se familiarizem com o hardware.
Os Kits de Desenvolvimento são apresentados como uma versão primitiva dos consoles, cuja finalidade é facilitar a criação de games para essas plataformas. Contudo, existe o risco de que informações confidencias acabem chegando ao conhecimento das empresas concorrentes. E esse foi justamente o receio que o presidente da marca PlayStation compartilhou quando foi convocado pelo FTC a dar sua opinião sobre a fusão entre a Microsoft e a Activision.
No encontro que ocorreu em abril, o executivo foi questionado sobre as consequências que a união da desenvolvedora responsável por Call of Duty com a gigante de tecnologia traria para a indústria de games. Ryan comentou que a Sony “simplesmente não pode correr o risco que uma companhia que foi adquirida por um competidor direto tenha acesso a essas informações.” O CEO ainda disse acreditar que “o maior incentivo deles [Microsoft] seria otimizar o empreendimento Xbox e não os negócios da Activision.”
Entretanto, o FTC entendeu ser prudente não mostrar todos os assuntos tratados na reunião nos documentos compartilhados com o público, o que impede de conhecermos maiores detalhes sobre o tema. Mesmo assim, é possível que a fala de Ryan tenha convencido os membros do órgão. Isso porque, dois meses depois da sabatina, a agência conseguiu uma liminar que impede qualquer avanço na negociação entre a Microsoft e a Activision até o veredito da corte federal americana.
No que se refere ao próximo console da Sony, é provável que a empresa leve alguns anos para anunciar o videogame. Na medida em que o PlayStation 5 ultrapassou recentemente a marca de 30 milhões de unidades vendidas e a companhia japonesa deve desejar estender o sucesso do aparelho o máximo possível, com Spider-Man 2, Wolverine e Death Stranding 2 sendo alguns exemplos de que o futuro do console promete muitas experiências empolgantes para os fãs.