Microsoft insinua tirar a Activision do Reino Unido caso o país não aprove a fusão entre as empresas

A nova estratégia da companhia é tentar convencer o chanceler inglês de que a transação traria mais benefícios do que malefícios.

em 04/06/2023

A Microsoft continua empenhada em prosseguir com a compra da Activision. E, por conta do Reino Unido ser uma das nações que mais impõs resistência à transação, a empresa segue buscando alternativas que permitam concretizar a aquisição. A nova tática da companhia é negociar soluções que contornem a decisão do CMA (Competition and Markets Authority) de barrar a união entre as organizações. Para isso, a gigante norte-americana irá se encontrar com o chanceler britânico, James Hunt, na próxima semana.


Hunt já expressou publicamente seu descontentamento em relação ao órgão ter bloqueado a compra da desenvolvedora pela Microsoft, cujo valor chegou a marca de 68.7 bilhões de dólares e, caso seja aprovada, será a transação mais cara da história da indústria dos videogames.

Durante uma conferência na Câmara do Comércio da Inglaterra no mês passado, o chanceler afirmou que, por mais que o CMA — órgão responsável por fiscalizar as operações que possam provocar um aumento abusivo do poder de mercado — seja independente, “todos os reguladores devem entender as suas amplas responsabilidades para o crescimento econômico.” Opinião que vai ao encontro das resoluções favoráveis que diversos países, incluindo o Brasil, manifestaram sobre a junção das empresas.

Visando aproveitar essa posição oportuna à transação, o presidente da Microsoft, Brad Smith, agendou uma reunião para a próxima semana com o político. No compromisso, ele irá apresentar suas frustrações sobre a maneira que o país está lidando com a incorporação da Activision pela empresa, bem como propor uma solução vantajosa a ambas as partes. 

Entretanto, de acordo com fontes ouvidas pelo site Bloomberg, caso nenhuma das sugestões sejam acatadas, o executivo irá insinuar que seguirá com a compra mesmo sob o veredito contrário do Reino Unido, o que causaria o encerramento das atividades da desenvolvedora no país.

Por mais que o chanceler tenha se mostrado adepto à aquisição da Activision Blizzard, pode ser que a negociação não ocorra da forma esperada pela Microsoft. Uma vez que alguns membros do parlamento britânico não ficaram contentes com as críticas de Smith ao CMA, situação que piorou quando ele afirmou que os outros países da Europa eram uma melhor opção para fazer negócios.

Mesmo que a advertência do presidente da Microsoft seja cumprida, os jogadores da Grã-Bretanha ainda poderão aproveitar os títulos da Activision à medida que a empresa mude suas operações para uma região fora da jurisdição do CMA e utilize uma distribuidora para transportar os jogos até o país.

De qualquer forma, o desfecho da saga da aquisição da desenvolvedora pela Microsoft no Reino Unido não está muito longe, já que a corte britânica irá julgar o recurso da companhia sobre a decisão do CMA na última semana de julho.

Fonte: VGC

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