Cinco jogos brasileiros que você talvez não conheça, mas deveria

Estas jóias quase desconhecidas da indústria gamer nacional merecem mais atenção.

em 04/06/2023
O Brasil é o décimo maior mercado mundial de games, chegando ao quinto lugar quando se trata de jogos digitais, de acordo com dados da Newzoo. Apesar de o consumo ser grande, quando se trata da produção, nosso país ainda está se desenvolvendo. Já temos estúdios bem conhecidos lá fora, como o Aquiris Game Studios (agora Epic Games Brasil), e a The Balance Inc (renomeada para Modus Studios Brasil). E muitos outros estão surgindo, trazendo propostas novas e obras criativas.


Por isso, foram selecionados jogos brasileiros que provavelmente não estão no radar do grande público, para mostrar o que vem sendo feito de diferente pelos nossos desenvolvedores . Todos os títulos escolhidos estão disponíveis pelo menos no Steam, e trazem, seja na gameplay, na direção de arte, ou até no seu desenvolvimento, algo que chama a atenção e merece ser conhecido. Dito isso, vamos à seleção!

1 - G.U.T.S. (Gory Ultimate Tournament Show)

G.U.T.S. (Gory Ultimate Tournament Show) é um jogo de luta ultra-violento, no qual a vitória acontece quando você consegue arrancar todos os membros do seu adversário, com direito a muito sangue na tela. Mas não se deixe enganar por essa descrição inicial, apesar da violência, a atmosfera aqui é bem engraçada.

Ao todo, G.U.T.S possui 9 personagens extremamente caricatos no seu elenco, como um padre halterofilista e uma princesa que é a atleta número 1 quando se trata de esportes de comer. Todos são estrelas de um reality show de luta, em um mundo no qual a violência televisionada é a coisa mais normal que existe. 

Para alcançar o objetivo de desmembrar o oponente, o jogador conta com golpes especiais, armas, e até armadilhas espalhadas pelo cenário. O interessante é que as lutas não possuem um timer: a partida só acaba quando alguém perde todos os braços e pernas. Apesar de não possuir um online muito movimentado (um mal que aflige muitos jogos de luta fora do mainstream competitivo), vale a pena para jogar com amigos para dar boas risadas.

G.U.T.S. foi lançado para PC via Steam, Xbox One e PS4, mas atualmente só pode ser encontrado na plataforma da Valve, por R$ 19,99.  Inclusive, tem análise no GameBlast sobre o game.

2 - Wolfstride

Quem assistiu Megas XLR, Cowboy Bebop, Gurren Lagann e afins com certeza pode ter Wolfstride como o próximo game favorito. Este RPG side-scrolling acompanha a história de três amigos que herdam um mecha bem sucateado chamado Cowboy, e planejam participar da maior competição de robôs gigantes do planeta. 

A arte do jogo é seu principal charme, apresentando uma mistura de pixel arte com desenhos (assim como a história) inspirados nas animações já citadas, totalmente preto e branco com uma pegada noir. A jogabilidade também é um mistura muito atrativa de RPG com visual novel e batalhas por turno.

Wolfstride está disponível para PC via Steam por R$ 46,99, e Nintendo Switch por R$ 29,99; caso você tenha um cartão internacional, pode pegar por menos de R$ 7,00 na eShop argentina. Esse é mais um game com análise disponível aqui no site

3 - Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores

Mais um side-scrolling com visual preto e branco. Apesar dessas semelhanças com o item anterior, Esquadrão 51 tem suas particularidades que o tornam único. Primeiro, ele é um shoot ’em up lateral, o famoso “jogo de navinha”; segundo, todas as suas cutscenes foram feitas com atores reais interpretando os personagens; terceiro, a estética do game faz referência aos clássicos filmes de ficção científica com alienígenas do cinema estadunidense dos anos 1950. 

Ao longo das 11 fases, você pode usar quatro naves diferentes e diversas armas especiais para derrotar a aliança intergaláctica da Corporação Vega. Como um bom shoot ‘em up, a dificuldade pode ser alta para quem não é acostumado com o estilo, mas é possível contar com o apoio de um amigo nas batalhas graças ao co-op local e online. 

Esquadrão 51 Contra os Discos Voadores está disponível para PC via Steam por R$ 37,99 e Nintendo Switch pelo mesmo preço. Futuramente, devem ser lançadas versões para os sistemas Xbox e PlayStation. 

4 - Parallel

À primeira vista pode não parecer, mas Parallel foi desenvolvido e publicado por apenas uma pessoa. O jogo possui uma proposta bem ambiciosa e ousada para um projeto completamente individual. 

Parallel é um RPG de ação e aventura, no qual você deve explorar um mundo paralelo (daí o nome) com uma nova civilização. A jornada promete cenários e ambientes diferentes para cada jogador, indo do misticismo ao paraíso, passando por cenas claustrofóbicas e de destruição.

Com gráficos muito bonitos e bem trabalhados, o jogador tem a opção de explorar esse novo mundo em primeira ou terceira pessoa. Será preciso lidar com "efeitos borboleta", nos quais é preciso fazer escolhas que vão alterar o seu caminho, algumas das quais podem ser inconscientes.

Parallel está disponível para PC no Steam por R$ 69,99. 

5 - Nami

Nami é uma mistura improvável do litoral nordestino brasileiro em pixel art ao estilo retrô, com as obras do mestre do terror japonês Junji Ito.

Aqui, encarnamos a repórter Lúcia, que vai até a pequena cidade do título cobrir o festival de aniversário do local e visitar sua namorada. Porém, algo não sai de acordo com seus planos…

Além da pixel art em estilo 8 bits, o jogo conta com um trabalho sonoro impecável, capaz de causar desconforto e tensão nos momentos em que é necessário. Nami também possui fator replay, já que conta com diferentes caminhos para o desenrolar da história e múltiplos finais.

Nami está disponível para PC no Steam, por R$ 20,00 em acesso antecipado.
Esses são apenas alguns dentre vários jogos brasileiros desenvolvidos nos últimos anos, todos com grande potencial. Caso você conheça mais algum que mereça ser divulgado, diga aí nos comentários. Quem sabe ele não aparece em uma futura parte dois dessa lista?
Revisão: Davi Sousa


Jornalista e aficcionado por jogos e quadrinhos. Aproveita a profissão para falar do que gosta. Atualmente, é redator aqui no GameBlast e colaborador no Mapingua Nerd.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.