A Administração Estatal para a Regulamentação do Mercado chinês (SAMR, em inglês) conscentiu incondicionalmente com a fusão entre a Microsoft e a Activision. Com isso, a China se tornou o 37º país a dar luz verde para a transação.
A intenção da Microsoft em comprar a desenvolvedora foi divulgada em janeiro do ano passado. No anúncio, entretanto, foi revelado que a união entre as empresas precisaria passar por vários processos de investigação pelos órgãos reguladores do mercado nos países em que as companhias atuam.
Desde então, diversos governos avaliaram a negociação e não identificaram nenhum embaraço que pudesse resultar em algum tipo de monopólio ou outras irregularidades. África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Japão e Sérvia são algumas das nações que já aprovaram a fusão entre as empresas.
No Brasil a entidade responsável por manter a livre concorrência é o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Na decisão sobre a aquisição da Activision pela Microsoft, os responsáveis pelo órgão afirmaram que não encontraram indícios de que a absorção da desenvolvedora pudesse causar maiores prejuízos aos concorrentes. Confira a seguir alguns trechos da resolução do Conselho:
“(...) a análise apontou que apesar da relevância e popularidade dos jogos da Activision Blizzard, mesmo que o catálogo de jogos da desenvolvedora viesse a se tornar exclusivo para o ecossistema da Microsoft, após a operação, a Superintendência-Geral do CADE considera que tal exclusividade não resultaria em redução substancial dos níveis de concorrência nos mercados, ainda que pudesse traduzir-se em uma vantagem competitiva para a Microsoft.Nesse sentido, ainda que se reconheça que parte dos usuários de consoles PlayStation (da Sony) poderia decidir migrar para o Xbox, na hipótese de os jogos da Activision Blizzard — e especialmente Call of Duty — se tornarem exclusivos para o ecossistema da Microsoft, a Superintendência-Geral do CADE não identificou elementos de que tal possibilidade represente, por si só, um risco à concorrência no mercado de consoles como um todo.”
Na direção contrária dessa resolução, o Competition e Markets Authority (CMA) — órgão regulador do mercado inglês — barrou o acordo entre as empresas, sob a justificativa de que impactaria o segmento de jogos por streaming. E mesmo com a aprovação da Comissão da União Européia, a entidade britânica optou por continuar impedindo a fusão entre as companhias.
A Microsoft, no entanto, anunciou que irá recorrer da decisão e contratou o advogado que serviu a Rainha Elizabeth para prosseguir com a transação no Reino Unido. Há ainda alguns mercados importantes que não deram um parecer sobre a compra da Activision, como os Estados Unidos — que deve divulgar a sua decisão no início de agosto.