Chegou a hora de voltar às pistas enlameadas com motos envenenadas em Monster Energy Supercross - The Official Videogame 6. Como já poderíamos esperar, este jogo não traz grandes evoluções em relação ao anterior, mas ainda assim se mostra uma excelente experiência para quem gosta do esporte.
Alinhamento e balanceamento
Vale a pena relembrar uma coisa, para quem não está familiarizado com a categoria: diferente das corridas comuns, que têm um número de voltas determinadas, no motocross as provas acontecem pautadas por um cronômetro. Assim que o tempo acaba, é dada mais uma volta para determinar o vencedor da etapa.
E já puxando esse assunto, no que diz respeito à competitividade, a inteligência artificial e a jogabilidade fazem um belo casamento. Mesmo com uma mecânica complexa, que envolve não só acelerar e frear, mas também usar o peso do piloto para fazer curvas e saltos, um jogador novato não se sentirá desamparado.
Se jogarmos nos níveis mais fáceis, podemos ter a folga necessária para aprender as mecânicas e ainda ganhar uns pontos de experiência. Quem quer um desafio hardcore, também vai se divertir em corridas nas quais será complicado manter uma vantagem larga e um erro poderá ser fatal.
Toda essa nuance mostra que a curva de aprendizado é bastante amistosa, sem trair os inexperientes ou deixar os veteranos a ver navios. O controle da moto exerce grande participação nisso, sendo responsivo e preciso.
As melhoras podem ser modestas, mas não dá para negar que ficou mais gostoso enfrentar curvas fechadas e bancos de areia com o acelerador no máximo.
Cada prova é retratada com belos efeitos de luz das pistas oficiais disponíveis, que são arenas iluminadas, e lama jogada para todo lado a cada centímetro percorrido.
Uma leve atolada
Se a excelência na pilotagem e pistas foram mantidas, os modos de jogo também são os mesmos, mas isso já não é algo tão positivo. Ainda contamos apenas com o modo Carreira, disputas isoladas online e offline e uma área aberta que podemos circular livremente, para procurar colecionáveis.
No Carreira, nós criamos nosso piloto, customizamos rosto, tatuagens e até o capacete. Inclusive, capacetes próprios podem ser compartilhados em rede, o que sempre é bacana. Começamos como meros amadores e vamos rumo ao topo da categoria. Para alcançar este objetivo, contamos com uma extensa árvore de habilidades.
Também podemos jogar o Time Attack, no qual tentamos obter a melhor marca em cada pista, e o Rhythm Attack. Apesar do nome, que parece sugerir algo agitado, nada mais é que uma disputa em uma reta, com algumas rampas, o que é um tanto quanto anticlimático.
Pelo menos o Supercross Park se salva. Se antes tínhamos só uma grande área rural para passearmos, agora temos uma porção ambiental variada, que conta com lama, terra, asfalto, areia, gelo e até uma feirinha no meio do caminho. Tudo isso para circularmos em busca de cartões colecionáveis.
Um modo de jogo que poderia funcionar seria o de gerir a sua própria equipe, apenas simulando o resultado das corridas com base nos seus investimentos. Já é algo que tem se tornado bastante comum em outros títulos esportivos variados, como WRC e MLB. Logo, seria totalmente cabível aqui.
Foco na adrenalina
Monster Energy Supercross - The Official Videogame 6 simplesmente se preocupou em melhorar a experiência de estar em uma disputa intensa, e isso foi conseguido com louvor. Entretanto, ter basicamente a mesma coisa em questão de conteúdo pode acabar deixando aquela impressão de mais do mesmo, que fatalmente acaba atingindo jogos de esporte.
Prós
- Jogabilidade foi melhorada sensivelmente;
- A curva de dificuldade não desampara quem está aprendendo e quem já é veterano;
- Ótimos visuais das pistas;
- O Supercross Park foi uma adição bem divertida.
Contras
- Praticamente os mesmos modos de jogo anteriores
- Modo Carreira é um pouco arrastado e repetitivo;
- O Rythm Attack é simplesmente sem graça.
Monster Energy Supercross - The Official Videogame 6 — PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Vitor Tibério
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator