Blast from the Past

Metal Gear Rising: Revengeance (Multi) — 10 anos de um spin off eletrizante

Relembre o título que deu uma sacudida na franquia Metal Gear com uma ação jamais vista no universo criado por Hideo Kojima.


Metal Gear é uma das mais longevas franquias de videogames da história. Com mais de 35 anos de estrada, a série de temática militar marcada por intrigas políticas, conflitos entre potências mundiais, espionagem e uma boa dose de ficção já passou por altos e baixos em diferentes plataformas.


Em 2013, a série ganhou um de seus spin-offs mais notáveis, deixando de lado o stealth e adotando o hack ‘n slash como principal destaque para um dos jogos mais frenéticos da franquia. Pegando carona nas celebrações de seu 10º aniversário, nossa coluna Blast from the Past apresenta Metal Gear Rising: Revengeance. Vamos relembrar um pouco deste eletrizante jogo de ação e conhecer um pouco da história de seu desenvolvimento.

Um herói injustiçado por sua própria história

O game é estrelado por Raiden, o protagonista de Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, lançado em 2001 para o PlayStation 2, e se passa quatro anos após os acontecimentos de Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots, lançado para o PS3 em 2008. Este é o segundo jogo em que Raiden é o personagem principal, embora desta vez o jogador assuma o controle do rapaz em sua aparência Cyborg Ninja.


De acordo com Kojima, ele planejou que a história fosse sobre Gray Fox, embora tenha permitido que sua equipe usasse Raiden. Kojima também admitiu que teria assumido o papel de diretor em vez de produtor se Fox fosse o personagem principal. A história do jogo, quando foi intitulada Metal Gear Solid: Rising, originalmente cobriria os eventos que ocorreram entre Metal Gear Solid 2 e Metal Gear Solid 4, e teria focado em como Raiden se tornou o personagem que é durante o incidente de Guns of the Patriots.

No entanto, em algum momento, a história mudou para acontecer anos após os eventos de MGS4. A decisão de mudar o período de tempo foi recebida com grande controvérsia, já que vários fãs sentiram que isso contradiz o final de Metal Gear Solid 4, em particular a cena final de Raiden. Em um podcast, no entanto, Kojima abordou esse problema e afirmou que o jogo explicaria por que Raiden está de volta ao campo de batalha, apesar das implicações do final de MGS4.

Fome de justiça, sede de vingança

Quatro anos após os eventos de Guns of the Patriots, Raiden atua como segurança de VIPs, treinamento militar e outras funções por uma empresa militar privada, a Maverick Security Consulting, Inc. A história começa com o rapaz em um país em desenvolvimento no continente africano se recuperando após uma sangrenta guerra civil.


Durante uma escolta do primeiro ministro do país, Raiden e seu grupo são atacados por uma organização ciborgue liderada por um mercenário conhecido como Jetstream Sam. Raiden parte ao resgate do premiê, mas o resultado do embate quase acaba com a vida de Raiden.


Meses depois seu corpo é reconstruído, transformando-o em uma arma letal de justiça, e sua busca por Sam e a empresa para a qual ele trabalha, a Desperado Enforcement LLC., leva-o a uma busca pessoal por vingança em uma sangrenta e feroz aventura. Com o auxílio de seus aliados na Maverick, Raiden enfrentará ciborgues e Gears em uma das entradas mais eletrizantes da franquia Metal Gear.


Desenvolvido pela PlatinumGames em parceria com a Kojima Productions, Metal Gear Rising: Revengeance traz uma ação desenfreada, marca registrada da desenvolvedora, por meio de uma jogabilidade totalmente nova para os padrões da série da Konami. Ao invés de se arrastar por dutos e tentar agir na surdina para surpreender seus inimigos, Raiden dispõe de habilidades e tecnologia para estraçalhar tudo e todos que surgirem em seu caminho.

A assinatura do jogo está em uma mecânica única chamada de Blade Mode. Ativando este modo, o jogador tem total controle sobre a lâmina de alta frequência de Raiden, permitindo cortar diversos objetos. Desde caixotes de papelão até estruturas que podem derrubar um prédio inteiro. A técnica é importante para executar o chamado Zandatsu, em que Raiden executa um corte fatal em um inimigo e toma para si seus componentes vitais de nanomáquinas para restaurar sua vida e capacidade de ativar o Blade Mode.


Cancelado… só que não

Metal Gear Rising: Revengeance foi revelado pela primeira vez durante a E3 de 2009. Na ocasião, o game ainda se chamava Metal Gear Solid: Rising e um breve teaser mostrava apenas o novo visual de Raiden e uma fala anunciando que o protagonista de MGS2 estava de volta.

No ano seguinte, também durante a E3, a Konami revelou o primeiro trailer de gameplay. O game ainda se intitulava como uma entrada na série Metal Gear Solid e apresentou pela primeira vez as habilidades do protagonista com o típico humor sutil que Kojima gosta de dar aos seus vídeos.


A jogabilidade difere muito da versão final que conhecemos hoje, remetendo mais aos demais jogos da franquia. A explicação para isso se deu pois Hideo secretamente cancelou o desenvolvimento pela Kojima Productions. Foi em 2011, durante o Spike Video Game Awards, que um novo trailer oficializou o desenvolvimento nas mãos da PlatinumGames e tivemos um vislumbre do que seria o jogo que conhecemos hoje.

À época, a empresa já era conhecida graças a Bayonetta e Vanquish. O novo trailer deu um novo gás nas expectativas do agora renomeado Metal Gear Rising: Revengeance. Foram mais alguns anos até o lançamento dele em fevereiro de 2013 para PlayStation 3 e Xbox 360. A recepção foi boa, tanto pela crítica quanto pelos jogadores, com médias de 80 e 82 pontos no Metacritic para as versões de PS3 e X360, respectivamente.

Em janeiro de 2014 o jogo chegou para PC com todos os DLCs lançados no decorrer do ano anterior, que incluem capítulos adicionais de história em que Blade Wolf e Jetstream Sam são personagens jogáveis. Disponível no Steam, esta e a versão de Xbox 360 são as mais acessíveis do game atualmente. A versão de PS3, por conta da limitação do acesso e compras na PS Store, pode ser um pouco mais complicada de se jogar, tornando a obtenção de uma edição em disco a opção menos trabalhosa.


Uma sequência foi cogitada pelo próprio Kojima à época do lançamento do jogo. Ele disse que se isso acontecer, gostaria que a PlatinumGames o desenvolvesse. Kojima também afirmou que gostaria que a sequência fosse estrelada por Gray Fox e que ele lutasse contra "zumbis movidos a nanomáquinas".

Ele continuou dizendo que se ofereceu para escrever a história sozinho, mas a PlatinumGames não parecia interessada. Etsu Tamari, escritor-chefe da história de Metal Gear Rising e do Metal Gear Solid: Rising original, expressou interesse em reutilizar a ideia original em uma possível sequência. Em 2013 a própria Konami lançou uma pesquisa para saber dos jogadores se eles teriam interesse em uma sequência.


Em 2015, rumores sugeriam que a tal sequência realmente aconteceria, o que foi desmentido por Hideo Kojima, Geoff Keighley (jornalista e organizador do The Game Awards) e Kenichiro Imaizumi (produtor do então cancelado Metal Gear Solid: Rising). Até hoje não há indícios de que um “Metal Gear Rising 2” venha a existir.

10 anos de “revingança”

Metal Gear Rising: Revengeance é, sem dúvidas, uma ótima adição para os jogos de ação e, por que não, para a franquia Metal Gear, mesmo fugindo muito da fórmula de gameplay criada por Hideo Kojima. A PlatinumGames dedicou um tempo para celebrar o aniversário do jogo com uma publicação de Kenji Saito, diretor de Revengeance, e diversas artes comemorativas.
É desejando um Feliz Aniversário de dez anos que encerramos mais esta matéria em nossa coluna e questionando você, leitor, qual sua opinião sobre o game. Ele merece pertencer à família Metal Gear? Deixe suas impressões ligeiras e opiniões afiadas nos comentários, e até a próxima viagem no tempo em nosso Blast from the Past.


Revisão: Vitor Tibério

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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