Análise: Post Void (Multi) é uma curta dose de selvageria e adrenalina ininterrupta

Em um misto de shooter, roguelike, psicodelia e loucura, corra pela sua vida antes que sua energia acabe.

em 27/03/2023
Ser direto ao ponto é algo que torna alguns jogos bem mais chamativos do que eles realmente seriam. Post Void se enquadra exatamente neste grupo, pois ele te joga no meio da ação, com diversas criaturas bizarras pulando em sua direção enquanto você tenta sobreviver. Parece até que podemos sair atirando em uma das vinhetas dos anos 90 da falecida MTV.

Atire primeiro, pergunte depois

Não há uma história, narrativa ou um personagem identificável. Somos jogados à ação logo depois do tutorial, mas quem já tem experiência com jogos de tiro irá se encontrar rapidinho. Carregamos uma arma na nossa mão direita e uma espécie de ídolo na esquerda. Este curioso ítem é a nossa energia vital. 

O brilho dele vai se esvaindo com o tempo e, quando acaba por completo, é game over. Só recuperamos energia quando eliminamos os inimigos pelo caminho. Quanto às armas, temos apenas uma pistola com munição infinita. Nós, literalmente, só temos que correr, atirar e nos esquivar para chegar ao final de cada uma das 11 fases antes que nosso ídolo perca sua essência.

Essa não é uma tarefa fácil, pois em cada canto dos corredores estreitos há sempre inimigos preparados para nos acertar. A cada estágio novo, mais tipos de criaturas diferentes aparecem, tornando a nossa progressão um verdadeiro caos. Como o nosso tempo de vida é limitado, não há muito tempo para raciocinar qual a melhor abordagem para eliminar todos.

Tudo parece simples demais, mas é aí que entram as características de roguelike para darem uma mexida na estrutura das coisas. Ao final de cada área, temos uma escolha aleatória para a próxima, que pode variar entre uma arma nova, alterar a propriedade dos nossos projéteis ou deixar os inimigos mais lentos, por exemplo.

Junte isso aos labirintos gerados proceduralmente e à dificuldade elevada e quem gosta de desafios terá um prato cheio. Os primeiros até são simples, mas à medida que avançamos, aumenta a quantidade de corredores sem saída e emboscadas. Completar todos os cenários pode durar menos de 10 minutos, mas não é incomum querer jogar de novo para ver as diversas possibilidades que podem ser exploradas a cada jogada.

O mérito disso está na jogabilidade precisa. Mesmo com a correria que Post Void exige, eu não me senti perdido com o sistema de mira. Por mais que eu não tenha passado da quarta fase, depois de um tempo de prática é plenamente possível acertar headshots consecutivos no meio da correria antes de ficarmos sem energia.

Choque psicodélico

A simplicidade também está presente nos visuais e sons de Post Void. Entretanto, se em termos de jogabilidade isso foi uma boa escolha, no aspecto estético já deixou um pouco a desejar.

Os corredores têm cores fortes e luzes piscantes, que podem causar um pouco de incômodo para quem tiver olhos um pouco mais sensíveis. Em contrapartida, ter inimigos monocromáticos, mesmo que escondidos nas esquinas dos labirintos, é uma boa para distinguí-los no meio das cores intensas.

Quanto à trilha sonora, ela possui uma música só. Ela até que é boa, mas se repete ininterruptamente durante nossa corrida, o que a torna  enjoativa rapidamente.

Minutos de loucura

Post Void tem como maiores virtudes ser direto e ter uma jogabilidade precisa, com uma generosa contribuição das pitadas de roguelike. Essa combinação consegue criar algo que sempre nos faz buscar a conclusão do jogo ou a melhor pontuação. A estética bizarra pode incomodar alguns olhos mais sensíveis, mas nem mesmo sua dificuldade aguda chega a ser um desmotivador.

Prós

  • Ótimo sistema de mira;
  • Elementos de roguelike adicionam mais dinamismo ao jogo;
  • Labirintos procedurais quebram a repetitividade.

Contras

  • Só tem uma música que se repete infinitamente;
  • A intensidade das cores e brilhos podem cansar um pouco a visão.
Post Void — PC/PS4/PS5/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Thais Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela Super Rare Originals

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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