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Análise: Midnight is Lost (Multi) — Malandro é o gato que vai do começo ao fim, só que ao contrário

Ajude um bichano a retornar para sua dona de uma maneira bastante peculiar e criativa.

Sokoban é um tipo de puzzle que existe desde os anos 80 e todo mundo já jogou pelo menos uma vez, nem que seja por meio de um enigma qualquer em game de terror, ação ou aventura. Diversos jogos mais novos utilizaram esse tipo de mecânica, seja como ponto central ou apenas um artifício pontual.

Para quem não está familiarizado com a ideia, trata-se de empurrar caixas pelo cenário para liberar o caminho e até acionar botões no chão ou nas paredes. Para reviver esse estilo clássico, Midnight is Lost te coloca no papel de um gato que precisa pensar ao contrário para achar o caminho de volta.

Olha o reverse!

"Pensar ao contrário? Como assim?" Pois é, olhar cada um dos 30 cenários de Midnight is Lost pode não assustar de início, por parecerem quebra-cabeças fáceis de resolver para as mentes mais afiadas. Entretanto, a graça do jogo está no fato de o jogador ter que solucionar cada problema do final para o começo.

Além de pensar de maneira reversa, o jogador tem que colocar todas as direções necessárias para que então o gatinho Midnight faça a sequência de movimentos. Se ele ficar preso em algum canto, é necessário recomeçar a sequência.

Esta  é uma maneira simples e interessante de reinventar um estilo clássico sem precisar enfeitar muito, elevando o desafio de maneira considerável. Entretanto, a câmera pode não ajudar muito e causar uma leve confusão nos jogadores.

Como o ângulo de visão sempre é na diagonal, também devemos seguir essa orientação na hora de colocar as direções. Sendo assim, a seta para cima equivale à diagonal superior esquerda, a seta para baixo à diagonal inferior direita, e assim por diante. Podemos até inverter essa orientação, mas isso torna as coisas ainda mais complicadas.

Seria bacana se houvesse a opção de escolher uma orientação totalmente vertical, mantendo a visão com a câmera de cima do cenário.

No mais, Midnight is Lost traz dois minigames simples, que fazem o jogador pensar duas vezes se vale a pena abrir mão de chegar até o final para alcançá-los. Por mais que seja necessário para a platina/1000G, eles não podem ser jogados em nenhum outro momento.

Uma ilha tranquila

Se os desafios de cada cenário fazem o jogador esquentar a cabeça, o ambiente paradisíaco reflete outra vibe. Cada porção faz parte da mesma ilha, então o máximo que temos de variação é um píer ou cais.

A música também é bastante tranquila e relaxante, mas nem por isso ela quebra o clima, pois no fim das contas somos apenas um gatinho preto querendo voltar para casa. E os gráficos mais cartunescos e pixelizados também dão um charme à nossa exploração.


Ainda assim, seria legal ver outros tipos de ambientes que pudessem ser experimentados como plano de fundo dessa jornada. O estilo visual combinaria muito bem retratando castelos, masmorras e outros lugares labirínticos.

A curiosidade não matou o gato

Midnight is Lost poderia ser um jogo simples, mas a ideia de mudar a maneira de solucionar os quebra-cabeças o torna um intrigante título que renderá boas horas para os fãs deste estilo.

Prós

  • Resolver os quebra-cabeças ao contrário adiciona uma camada interessante de dificuldade;
  • O visual simplista e a trilha sonora calma criam uma atmosfera bacana.

Contras

  • O ângulo da câmera pode causar algumas confusões de início;
  • Seria legal ter algumas variações no ambiente.
Midnight is Lost — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela QUByte Interactive

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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