Os melhores jogos de 2022 segundo o GameBlast

Confira nosso compilado com as melhores notas atribuídas pela redação do GameBlast ao longo do ano que já se encerrou.

em 08/01/2023


Depois de elencarmos os dez piores jogos de 2022 segundo a opinião dos nossos analistas, chegou a hora de revisitarmos o melhor que o ano passado ofereceu em termos de experiência de jogo. De clássicos instantâneos a verdadeiras surpresas que vão do AAA ao indie, foram seis jogos que receberam a mais alta honraria do GameBlast no ano que se encerrou. Vamos relembrá-los?

God of War



A primeira nota 10 de 2022 veio para um velho conhecido. Alan Murilo foi o responsável por analisar o port de PC do God of War de 2018 e, além de levar em conta o produto como ele é, também entrou em detalhes que destrincham os aspectos técnicos próprios desta reedição de PC, mostrando que a chegada d’O Bom da Guerra em uma plataforma tão universal é extremamente bem-vinda.
Como dito anteriormente, God of War é um dos melhores jogos de todos os tempos, e um dos poucos que eu classificaria como essencial para qualquer gamer que se preze. A adaptação impecável para os computadores pessoais faz desta a versão definitiva deste clássico moderno e o aperitivo perfeito para um certo Ragnarök que se aproxima este ano. Imperdível.

Elden Ring



Como se não bastasse o privilégio de esmiuçar o port de God of War no PC, Alan Murilo chega com uma dobradinha e também foi atribuidor da segunda nota máxima do ano com Elden Ring. O fato de se mostrar um fã e especialista no gênero não significava que seria utilizado um crivo mais brando. Pelo contrário, esse conhecimento todo só elevou o sarrafo e o game da FromSoftware passou com louvor em sua análise, merecendo a segunda nota 10 de 2022.
Em diversos aspectos, esta é a magnum opus da FromSoftware e o jogo que o estúdio sempre pareceu querer criar. O fato de que nem mesmo seus problemas atuais de performance são o suficiente para evitar uma recomendação genuína é um testamento da qualidade de um dos mais influentes estúdios de todos os tempos. Assim como Dark Souls anteriormente, Elden Ring crava o seu nome na história e deve merecidamente influenciar incontáveis obras nos anos e décadas que se seguirão. Quem se beneficiará, no fim, somos nós, os jogadores.

Cotton Fantasy



2022 foi um ano agitado para Carlos França Jr., pois, além de ter batido seu próprio recorde ao atribuir a menor nota da sua carreira jornalística a Police Simulator, ele também concedeu seu primeiro 10 a Cotton Fantasy, um retorno para lá de especial de uma franquia clássica de scrolling shooter no trigésimo aniversário da franquia. No caso, seu principal mérito foi como houve o perfeito equilíbrio entre as características principais da marca em questão ao mesmo tempo em que as atualiza para um design mais moderno e visando novas audiências.
Cotton Fantasy é uma lição de como apresentar uma franquia para uma nova geração ao mesmo tempo que resgata tudo de melhor que já foi apresentado pelos diversos títulos da série. A ideia de adicionar convidadas também foi uma ótima sacada para criar dinâmicas diferentes para quebrar a repetitividade que um shoot ‘em up geralmente traz.

Rogue Legacy 2



Pegue um estilo popular no mercado indie e sintetize todas as suas características essenciais em um produto de excelência. É assim que Ivanir Ignacchitti descreve Rogue Legacy 2: um perfeito exemplar do legado dos roguelites. Não só isso, o segundo título consegue não só dar sequência ao modelo de jogo que tornou o original tão especial como também elevou o gênero a um outro patamar, evoluindo a sua proposta única com naturalidade e se tornando um clássico imediato.
Dentro do gênero, um título de grande relevância é Rogue Legacy, que foi lançado em 2013 pela Cellar Door Games. Sua proposta era trazer o conceito de sucessão e legado conforme acompanhamos a expedição dos descendentes do herói. Esse conceito retorna em Rogue Legacy 2, que traz um exemplar perfeito das qualidades que os roguelites podem oferecer. Com sistemas robustos de gameplay e uma proposta que não usa a geração procedural como muleta, é uma obra simplesmente imperdível.

God of War Ragnarök



2022 foi um ano extremamente prolífico para God of War, não? Além de começar o ano de forma exemplar com o lançamento da edição do primeiro título da saga no PC, a sequência, God of War Ragnarök chega para fechar o ciclo que, de acordo com Alexandre Galvão — vulgo Xelão —, é um fim digno e épico para uma saga impressionante do começo ao fim, excedendo qualquer expectativa e se mostrando uma verdadeira aula não só no aspecto de game design, mas também no de storytelling e em como esses dois aspectos conversam entre si em um produto perfeito.
God of War Ragnarök consegue ser primoroso em tudo o que se propôs a fazer. O Santa Monica Studio dá uma verdadeira aula sobre como uma sequência deve ser feita, superando todas as expectativas a respeito de gráficos, performance, gameplay e narrativa no melhor jogo de ação e aventura dos últimos tempos. Se a franquia God of War já teve um auge, ele foi superado.

Slow Damage



Ivanir Ignacchitti aparece novamente, agora em sua condição de mestre das Visual Novels, para encerrar a bateria de notas perfeitas do GameBlast em 2022 ao analisar Slow Damage. Segundo a análise, a VN da Nitro+Chiral é uma experiência única dentro do gênero dos romances visuais ao trazer uma atmosfera singular e diferenciada que a faz se sobressair dentre outros produtos do mesmo estilo.
Slow Damage é uma visual novel BL cuja história e ambientação estão entre as melhores opções do gênero. Com uma tradução em inglês sólida e cheia de personalidade, ilustrações estilosas e uma trilha madura, a obra consegue retratar tópicos bastante pesados de forma séria e bem trabalhada. Trata-se de um jogo facilmente recomendado para qualquer jogador que curte uma boa história e não tiver dificuldade em lidar com os tópicos aqui presentes.

O Clube do 9.5 

Enquanto as notas 10 são a maior honraria que um jogo pode receber de seu analista, é válido ressaltar que ainda existem aquelas que chegam bastante perto desse objetivo supremo. Assim, confira também nosso recorte com os games quase perfeitos que, infelizmente, deixaram de alcançar a glória eterna por meros detalhes e acabaram ficando com 9.5 de nota.

Windjammers 2 (Alexandre Galvão)

Uma sequência perfeita. É isso que melhor define Windjammers 2. Ao mesmo tempo que homenageia suas origens, renova e revitaliza uma experiência arcade que continua sendo extremamente divertida, competitiva e empolgante. Principalmente para quem teve a oportunidade de experimentar o jogo original de 1994 ou está conhecendo a série só agora. Mais um excelente trabalho da Dotemu ao resgatar um jogo que não sabíamos que precisávamos tanto.

Wytchwood (Camila Berka)

Se você pretende jogar algo que te desafie de uma forma divertida e não frustrante, recomendo entrar de cabeça (ou caldeirão) nessa aventura com seres fantásticos, personagens únicos repletos de missões secundárias a oferecer e descobertas sobre o mistério por trás da moça adormecida.

Monster Hunter Rise (Alan Murilo)

Fazendo jus ao seu nome, Monster Hunter Rise eleva a longeva franquia da Capcom a novos patamares. Embora o cerne da proposta não tenha sofrido alterações drásticas quando comparado com os títulos anteriores da saga, as novas adições como o Cabinseto e os Amicães fazem deste o Monster Hunter mais ágil e mais prazeroso que já existiu, de modo que esta bem-vinda adaptação para os computadores só ressalta a qualidade geral de um dos melhores RPGs de ação dos últimos anos. Imperdível.

Gnosia (Maurício Katayama)

Gnosia é uma obra única, com jogabilidade e estilo originais, sem paralelos. Uma verdadeira pérola, infelizmente desconhecida, que merece ser jogada por todos que apreciam um jogo simples, que valoriza a inteligência, com uma história sensacional e personagens inesquecíveis. Se você quer experimentar a adrenalina de um jogo de impostor, mas não gosta das inconveniências do multiplayer, esse jogo é feito para você.

The Stanley Parable: Ultra Deluxe Edition (Vítor M. Costa)

The Stanley Parable: Ultra Deluxe Edition (Multi) é o tipo de jogo simples e fácil de jogar, mas complexo e desafiador de se analisar, tanto por sua proposta peculiar de game design quanto pela originalidade e perspicácia humorística com que aborda o que são narrativas em videogames e como avaliá-las. Todavia, é também o tipo de jogo que pode ser muito divertido e interessante tanto para qualquer jogador que goste de ficção interativa quanto para aqueles que estudam narrativas em videogames.

Soundfall (Gustavo Souza)

Soundfall é uma das mais gratas surpresas que tive com jogos. Apesar de sofrer com leves deslizes na baixa variedade de inimigos e o level design repetitivo, o jogo engloba de maneira muito competente a estrutura de dungeon crawler com combate rítmico. Além disso, as músicas escolhidas são de uma qualidade impressionante, combinando perfeitamente com a ambientação em que foi designada. O jogo possui elementos que ajudam a prolongar a vida útil, como missões desafiadoras para todas as fases, multiplayer e a possibilidade de importar músicas. E mais do que isso tudo, é muito divertido jogá-lo e aproveitar as músicas.

The Caligula Effect 2 (Ivanir Ignacchitti)

Assim como os personagens da obra usam o mundo de Redo para lidar com as suas frustrações e tentar ter uma nova chance, The Caligula Effect 2 é uma tentativa de fazer a proposta de seu antecessor atingir um nível de alta qualidade. A obra é muito bem-sucedida nisso, não apenas fazendo um bom RPG, mas uma obra francamente indispensável para fãs do gênero.

The Last of Us Part I (Alexandre Galvão)

The Last of Us Part I traz tudo o que o game merecia ser em 2013 com visuais, mecânicas e funcionalidades que proporcionam uma ótima experiência tanto para veteranos quanto novatos neste universo de histórias intensas e personagens marcantes. Totalmente padronizado com a Parte II, este é um remake do qual não precisávamos, pelo menos por agora, mas que é muito bem-vindo para manter vivo um dos mais importantes produtos da indústria mundial de games.

Soul Hackers 2 (Ivanir Ignacchitti)

Soul Hackers 2 é uma entrada que consegue mostrar com primazia o potencial que uma série Soul Hackers pode ter dentro do universo de Shin Megami Tensei. É um instigante novo início e um retorno honesto a um mundo clássico que merece ser mais explorado.

Return to Monkey Island (Gustavo Souza)

Return to Monkey Island é um verdadeiro abraço apertado aos fãs da série. O jogo apresenta mecânicas familiares aos jogos originais com a adição de elementos que deixam a aventura mais intuitiva e dinâmica. Apesar da acessibilidade, dificilmente ele será tão atrativo para quem não conhece os detalhes da história de Monkey Island, sendo um produto destinado principalmente para os fãs mais antigos da série. Mas isso não tira o seu brilho. Todos os elementos do jogo conseguem envolver o jogador na história de maneira brilhante. É uma aventura leve, inocente e engraçada, que transborda carisma em todos os seus aspectos, assim como nos seus primeiros jogos.

Yomawari: Lost in the Dark (Ivanir Ignacchitti)

Yomawari: Lost in the Dark consegue mostrar que gráficos fofos não são um empecilho para fazer um jogo de terror de alta qualidade. Com uma excelente direção, especialmente no aspecto sonoro, o título faz um trabalho primoroso em deixar o jogador imerso no contexto de sua protagonista frágil diante das criaturas da noite.

NEO: The World Ends with You (Ivanir Ignacchitti)

NEO: The World Ends with You é um excelente exemplar de RPG de ação que consegue evoluir os conceitos de gameplay do seu antecessor com um sistema de combate caótico focado em múltiplos inputs simultâneos. Embora conte apenas com um sistema muito básico de configurações gráficas, a obra é fortemente recomendada para qualquer fã do gênero.

Togges (Victor Vitório)

Togges surpreendeu ao trazer uma forma totalmente nova de abordar um gênero antigo, sem ficar na emulação da nostalgia. A novidade é aliada ao design de níveis amplo, à exploração repleta de segredos para descobrir e ao carisma do pacote como um todo. Ainda pretendo completar esse “empilhaforma” 3D inventivo e divertido que se tornou um dos meus favoritos.

The Witcher 3: Wild Hunt - Complete Edition (Matheus Senna de Oliveira)

Com visuais ainda mais caprichados, sobretudo em termos da iluminação e das texturas, o game expande a experiência original com novos itens, uma nova missão inspirada na série da Netflix e diversas melhorias na jogabilidade, sem contar um sistema para acessar saves em qualquer equipamento. Seja você um veterano, que pode receber sua cópia gratuita da nova edição, ou um novato, que pode encontrá-la facilmente por aí, esse é um título obrigatório na sua biblioteca.

Menções Honrosas

Ficando um pouco mais longe dos scores referentes à perfeição ou à quase-perfeição, os jogos que alcançaram 90 pontos em 100 possíveis não são de se jogar fora, sendo universalmente recomendados e verdadeiras referências para seus respectivos gêneros. Confira, então, nossas menções honrosas de 2022.

Autor Game analisado
Farley Santos OlliOlli World
Carlos França Jr. Sifu
Maurício Katayama Gran Turismo 7
Farley Santos TUNIC
Ivanir Ignacchitti Syberia: The World Before
Matheus Senna de Oliveira Ghostwire Tokyo
Carlos França Jr. Slipstream
Alexandre Galvão LEGO Star Wars: A Saga Skywalker
Vítor M. Costa NORCO
Vítor M. Costa Citizen Sleeper
Ivanir Ignacchitti fault - StP - LIGHTKRAVTE
Farley Santos Grindstone
Ivanir Ignacchitti Disgaea 6 Complete
Alan Murilo Monster Hunter Rise: Sunbreak (DLC)
Alexandre Galvão Cuphead: The Delicious Last Course (DLC)
Farley Santos Monument Valley: Panoramic Edition
Ivanir Ignacchitti Taisho x Alice: Heads & Tails
Matheus Senna de Oliveira Arcade Paradise
Farley Santos Rollerdrome
Alan Murilo Marvel's Spider-Man Remastered
Victor Vitório Phoenotopia: Awakening
Ivanir Ignacchitti BROK the InvestiGator
Carlos França Jr. Teenage Mutant Ninja Turtles: The Cowabunga Collection
Carlos França Jr. Melty Blood: Type Lumina
Gohan Dutra Library of Ruina
Alan Murilo Uncharted: Legacy of Thieves Collection
Farley Santos Vampire Survivors
Vítor M. Costa Persona 5 Royal
Alan Murilo Triangle Strategy
Ivanir Ignacchitti Tactics Ogre Reborn
Vítor M. Costa Immortality
Vítor M. Costa Pentiment
Ivanir Ignacchitti Flat Eye
Vítor M. Costa Fantasian
Alan Murilo Chained Echoes
Victor Vitório Grime: Colors of Rot
Vítor M. Costa Final Fantasy XIV: Endwalker (Update)
Gustavo Souza Kynseed

 Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut

É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
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