Meus jogos favoritos de 2022 — Farley Santos

Os redatores do GameBlast falam sobre os títulos que mais curtiram entre os lançamentos deste ano.

em 23/12/2022

2022 foi um ano de mudanças para mim e com a rotina mais agitada eu acabei jogando um pouco menos que nos outros anos. Mas, mesmo assim, arranjei um tempinho para conferir os lançamentos e consegui experimentar muita coisa legal. Em retrospecto, para mim foi um ano mais morno no mundo dos games, mas, mesmo assim, acho que o saldo foi bem positivo. Como sempre, joguei inúmeros títulos indie e acabou que não tive oportunidade de testar alguns lançamentos maiores que eu tinha interesse.


Mesmo com muitas novidades em 2022, reservei um tempo para alguns títulos lançados antes desse ano. O que mais me entreteu foi Ghost of Tsushima: Director’s Cut, gostei demais da beleza de seu mundo e da jogabilidade ágil (mesmo eu não sendo muito fã do estilo mundo aberto). Fora isso, também experimentei CrossCode (um clássico do cenário indie que achei interessante, mas não sei se conseguirei ir até o fim) e Sakuna: Of Rice and Ruin (a atmosfera nipônica suave e a inusitada mistura entre ação 2D e cultivo de arroz me conquistaram).

Voltando aos favoritos de 2022, eu escolhi aqueles que eu mais curti de alguma forma, mesmo achando que alguns deles têm problemas significativos — o carisma fez muita diferença nesse aspecto. Também deixei de fora alguns títulos que não joguei o suficiente para chegar a um veredito, mesmo já reconhecendo a sua qualidade, como God of War Ragnarök.

Confira a minha seleção:

Revita

Roguelike de ação é um dos meus gêneros favoritos e Revita é um ótimo representante desse estilo. No controle de um garoto sem memórias, precisamos subir uma torre infestada de inimigos. Além de ser uma interpretação competente de tiro com duas alavancas, Revita tem uma mecânica única na qual podemos sacrificar parte da vida para obter melhorias e itens, criando muitas situações de risco e recompensa.


Além dos combates frenéticos, o título conta com conteúdo extenso que deixa cada partida bem única. Gostei de montar diferentes sinergias enquanto tentava sobreviver aos desafios complicados e até hoje continuo testando novas possibilidades.  

Tinykin

Já faz muito tempo que eu não me interessava por aventuras de plataforma 3D, mas isso mudou depois de conhecer Tinykin. No simpático jogo, exploramos um universo miniatura com a ajuda de pequenas criaturinhas com poderes diversos. Além disso, seu mundo esbanja carisma e humor.


Para mim, o grande trunfo do título é sua agilidade: o protagonista se move com velocidade e as habilidades dos tinykin nos permitem alcançar diferentes partes dos cenários com facilidade. Fora isso, os cenários são imensos e repletos de elementos instigantes. A soma dessas qualidades resulta em uma aventura de exploração bem prazerosa — apreciei vasculhar cada canto dos estágios.

Cult of the Lamb

Em Cult of the Lamb, um cordeirinho é possuído por uma entidade sombria e agora o animalzinho terá que fundar um culto em nome de seu padrinho. O título se divide em momentos em que precisamos administrar a seita e em trechos de exploração de calabouços — os dois estilos influenciam um ao outro.


Particularmente, achei Cult of the Lamb longe de perfeito, pois ele não consegue explorar com profundidade os dois estilos de jogo. No entanto, mesmo assim, fui enfeitiçado pela atmosfera simultaneamente sinistra e fofa, gostei da ação ágil nos calabouços e apreciei as possibilidades bizarras na hora de cuidar do culto. No fim, é uma experiência que vale a pena.

OlliOlli World

Sempre tive uma relação de amor e ódio com os jogos da série de skate e plataforma OlliOlli: gosto da jogabilidade simultaneamente simples e técnica, mas não suportava a dificuldade extrema. OlliOlli World, terceiro jogo da franquia, prometia mudar isso ao trazer um jogo mais acessível ao mesmo tempo que mantinha o desafio. Decidi arriscar e não me arrependi.


OlliOlli World, assim como os anteriores, ainda nos desafia a chegar no final de circuitos complexos fazendo manobras e pulos, sendo fatal cometer qualquer deslize. Contudo, várias mudanças deixaram o jogo menos punitivo, tornando a experiência mais agradável. Além disso, apreciei a atmosfera estilosa com visual colorido e ótima trilha sonora. Claro, ainda continua difícil, mas a graça está justamente em dominar as nuances e conseguir chegar no final.

Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder's Revenge

Pode não parecer, mas adoro beat ‘em ups — é bom demais descer o sarrafo em inúmeros inimigos. Sendo assim, eu estava de olho em Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder's Revenge faz tempos e o resultado final não decepcionou. O jogo se inspira em outras aventuras das Tartarugas Ninja em uma aventura nostálgica e descomplicada.


Apreciei a agilidade da pancadaria, que tem equilíbrio certeiro entre simplicidade e movimentos mais elaborados. Além disso, é difícil não apreciar a atmosfera carismática com o visual pixel art elaborado e as inúmeras referências. Talvez os sistemas de luta sejam simples demais, ainda mais em comparação com outros beat ‘em ups modernos (como Streets of Rage 4), mas, mesmo assim, gostei do resultado final.

Rogue Legacy 2

Rogue Legacy 2, a sequência do notável roguelike, expande as características do original com louvor. No jogo, controlamos diferentes guerreiros que exploram um reino repleto de perigos e tesouros em uma aventura de ação e plataforma 2D. Quando um herói morre, um de seus descendentes continua o legado em uma nova jornada. Além de classes distintas, os filhos podem ter características que alteram sensivelmente a partida, como não ver cores, ser lançado mais facilmente, ter somente um ponto de vida ou ser pacifista (não é capaz de atacar).


Eu já curtia bastante o primeiro jogo, mas essa sequência me surpreendeu. As classes estão mais distintas, os heróis estão mais ágeis, o mundo tem desafios mais variados, o conteúdo é mais elaborado e o visual é estonteante — é um exemplo perfeito de como fazer uma continuação bem feita. E, claro, continua bem difícil, tanto é que sofri muito para conseguir terminar, mas apreciei cada minuto.

Rollerdrome

Patins e pistolas são utilizados em conjunto na brutal competição de Rollerdrome. No criativo título, precisamos atirar em inimigos enquanto patinamos e executamos manobras para recarregar a munição. Além do conceito único, o jogo é também muito estiloso com seu visual cel shading impactante e muitas cenas dramáticas em câmera lenta.


Rollerdrome me surpreendeu com sua ação intensa e frenética: é empolgante mirar e atirar durante manobras complexas no meio do ar enquanto tentamos escapar de perigos. As partidas são bem difíceis e tive que me esforçar para conseguir completar os estágios mais complicados, mas com o tempo consegui entender as nuances e fui capaz de fazer movimentos impressionantes. No mais, Rollerdrome é excelente.

Tunic

Em um primeiro momento, Tunic parece mais uma aventura isométrica inspirada em The Legend of Zelda, mas logo ele se revela bem único. Na pele de uma raposinha, exploramos um mundo elaborado repleto de combates complicados e cenários complexos. Acontece que o universo do jogo está recheado de segredos e não há praticamente nenhuma explicação, sendo a maior fonte de informações um manual de instruções escrito em uma língua enigmática. Então, para avançar, precisamos experimentar e deduzir.


O que mais gostei em Tunic foi a sensação constante de deslumbre. Em cada cantinho do elaborado e vasto mundo há mistérios para desbravar e qualquer pequeno detalhe pode esconder segredos — conseguir resolver um puzzle ou encontrar um caminho alternativo é sempre uma surpresa. Além disso, apreciei a dificuldade acentuada do combate e a variedade de opções proporcionada pelas armas. Às vezes as coisas são um pouco obtusas e frustrantes, mas, no geral, Tunic é excepcional e surpreendente.

Menções honrosas

Também escolhi alguns outros títulos que conferi e gostei:

Nobody Saves the World, Grapple Dog, FAR: Changing Tides, Young Souls, Ember Knights, Astral Ascent, Eiyuden Chronicle: Rising, Songs of Conquest, DRAINUS, Hatsune Miku: Project DIVA Mega Mix+, Demon Slayer - Kimetsu no Yaiba - The Hinokami Chronicles, Little Noah: Scion of Paradise, Monument Valley: Panoramic Edition, Monument Valley 2: Panoramic Edition, Alina of the Arena, Islets, Foretales, Shovel Knight Dig, Moonscars, Dome Keeper, Azure Striker Gunvolt 3, Vampire Survivors, Swordship, Melatonin, Lil Gator Game, God of War Ragnarök.

Pensando em 2023

Quando o assunto é 2023, eu estou de olho em alguns poucos jogos. Quero muito experimentar Hades II, a sequência de um dos meus roguelites favoritos. Também pretendo conferir a versão final de Darkest Dungeon 2, que mudou significativamente em relação ao primeiro. Torço também para que Live A Live saia no PC para que eu possa testá-lo. Também desejo conferir Theatrhythm Final Bar Line, Octopath Traveler II, Final Fantasy XVI e Final Fantasy VII Remake Rebirth — esses dois últimos possivelmente me farão adquirir um PS5, mas veremos.
E para vocês, caros leitores? Como foi o ano de 2022? Tiveram a oportunidade de experimentar o que joguei? O que me recomendam?
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.