Eu tenho um carinho muito grande por World of Illusion: não apenas cresci com um Mega Drive, como também este foi o jogo que mais joguei em companhia da minha irmã quando éramos crianças — inclusive, é difícil de acreditar que este platformer já tem 30 anos de idade! De toda forma, é hora de viajar no tempo e relembrar um dos melhores títulos cooperativos do saudoso console da Sega.
A mágica aventura de Mickey e Donald
Tudo começa quando Mickey e Donald estão se preparando para um show de mágica e, de repente, encontram uma caixa misteriosa. Ao abri-la, os dois descobrem que foram vítimas de uma armadilha de Bafo de Onça e agora precisam achar um jeito de voltar para casa.
Mesmo com essa premissa clichê, World of Illusion esbanja carisma ao explorar a magia do universo da Disney em cinco diferentes estágios. É difícil não ver inspirações, tanto nas músicas quanto nos cenários, de clássicos como Branca de Neve e os Sete Anões, Pinóquio, Fantasia, A Espada Era a Lei, A Pequena Sereia, Alice no País das Maravilhas e muitos outros títulos nostálgicos criados nos estúdios Disney.
No entanto, a palavra-chave de World of Illusion é diversidade: na campanha para um jogador, pode-se escolher entre Mickey e Donald e, apesar de possuírem os mesmos comandos, contam com jogabilidade diferente. Enquanto a mascote da Disney pode se esgueirar por lugares estreitos, o pato rabugento precisa procurar caminhos alternativos, que muitas vezes levam a sub-estágios que o camundongo não pode acessar (e vice-versa).
Contudo, é no modo para dois jogadores que o jogo mostra seu charme, unindo as diferentes características dos icônicos personagens para criar uma campanha baseada, acima de tudo, na cooperatividade, com um ajudando o outro.
Por exemplo, na primeira fase, intitulada Enchanted Forest (Floresta Encantada), há um segmento em uma mina, no qual Mickey e Donald precisam sincronizar a movimentação para fazer com que o carrinho ande sobre os trilhos — e, para isso, é necessário que os dois jogadores estejam em sintonia.
Outra característica interessante é a aquisição de novos truques de mágica necessários para dar prosseguimento à história. É com carinho que recordo minha irmã imitando Mickey dizendo “Alakazam!” para invocar um tapete voador ou colocar os personagens dentro de uma bolha para explorar os cenários aquáticos.
É impossível não dizer que World of Illusion é um dos mais charmosos títulos da Disney para o Mega Drive, ainda mais se considerarmos o ano de lançamento do jogo; não apenas isso: mesmo 30 anos depois, a magia proporcionada por este platformer continua viva e presente.
Coloco minha mão no fogo para dizer que, mesmo com uma jogabilidade simples e campanha relativamente curta, se eu sentar para jogar World of Illusion com minha irmã mais uma vez, todas as boas memórias de nossa infância voltarão, como nas tardes que passávamos em frente à pequena TV de tubo, no sótão da casa do nosso avô em Ubatuba, depois de um longo dia de brincadeiras na praia.
Revisão: Davi Sousa
