Impaler é um jogo de tiro em primeira pessoa minimalista com elementos de roguelike que coloca o jogador na pele de um matador de demônios armado com um artefato único, capaz de conjurar espinhos gigantes do chão para empalar seus inimigos.
Esse tipo de premissa bizarra já foi o suficiente para eu querer me aventurar neste simplório, mas honesto título indie da Retrovibe. Foram momentos bons e divertidos, apesar de curtos. Os detalhes dessa empreitada você confere na análise a seguir.
Você, duas armas e nada mais
Em Impaler, assumimos o papel de um caçador que está preso em uma sala que muda periodicamente de configuração conforme avançamos. O objetivo é sobreviver a dez ondas de ataques inimigos para então enfrentar um chefe, derrotá-lo e vencer o jogo.Equipado com uma arma única capaz de conjurar espinhos gigantes do chão, uma segunda arma também está disponível para o jogador, e isso é praticamente tudo que temos para sobreviver aos ataques.
Começamos com uma submetralhadora, mas conforme requisitos vão sendo atingidos na forma de desafios de combate, novas armas são habilitadas para serem usadas em cada nova investida, como uma escopeta, um lança-foguetes e até mesmo um rifle de plasma. Apenas uma pode ser selecionada por vez, e junto ao “conjurador de espinhos”, estas são as únicas armas à nossa disposição.
Felizmente, a munição é infinita, mas o ataque é limitado por um medidor de aquecimento. Se fizermos uso excessivo de alguma arma, é necessário esperar alguns segundos para que ela esfrie e possa ser usada novamente. Portanto, maneirar o dedo no gatilho é importante para não ficarmos indefesos na arena.
O resto das habilidades do nosso herói se resume a criar pequenas ondas de choque que causam dano em área quando ele cai de uma altura considerável e a capacidade de equipar melhorias aleatórias que melhoram alguns de seus atributos. Uma técnica da qual você deve usar e abusar é a de utilizar os espinhos para se impulsionar no ar, para então cair e esmagar os inimigos com a onda de choque. É o clássico rocket jump, aqui adaptado para um spike jump, falando a grosso modo.
Ao derrotarmos monstros o suficiente, uma barra de bullet time é preenchida, e quando completada, ela faz o tempo andar mais devagar por alguns segundos, permitindo que o jogador realize jogadas com mais precisão e se movimente melhor pela arena enquanto trucida os demônios. Ao empalar inimigos, pequenos itens de recuperação de vida são obtidos, aumentando um pouco mais nossas chances de sobrevivência durante a investida.
Cada nova onda traz uma seleção de monstros que devem ser derrotados para que possamos avançar ao nível seguinte. Durante as lutas, coletamos moedas que são usadas para comprar melhorias nos intervalos entre uma onda e outra. Sempre que o jogador possui pelo menos 50 moedas, duas melhorias aleatórias lhe são apresentadas para que escolha uma para comprar e continuar rumo à próxima fase.
Com uma arte bem minimalista, Impaler traz uma apresentação que evoca os antigos jogos de tiro da década de 1990, principalmente no PC, com sprites bidimensionais dos elementos da arena, como inimigos, obstáculos e outros itens, como as moedas.
Essa estética retrô evoca uma pequena nostalgia, potencializada pela trilha sonora com tom característico da época. Os “idosos” que nem eu ficam levemente tocados com esse tipo de apresentação.
Quando menos não é mais, mas é o suficiente
Como já mencionei na abertura desta matéria, Impaler é uma boa pedida para quem está em busca de algo bem casual, mas ainda assim divertido e honesto em todos os sentidos. Lançado a preço de banana no Steam (quase que literalmente, dependendo de quanto custa a fruta na sua cidade) ele se qualifica como aquele típico jogo de fim de semana que você precisa para matar o tempo sem machucar seu bolso ou ficar com aquela sensação de tempo perdido.Mesmo com um computador com uma configuração bem básica pude aproveitar bastante o game, inclusive fazendo uso de um controle, já que não sou muito habilidoso com mouse e teclado.
Caso consiga terminar a “campanha” em uma única sentada, você terá gasto cerca de meia hora para tal feito. Sendo assim, sua motivação para continuar jogando será desbloquear todas as 42 melhorias e as 5 armas adicionais — Lembrando, claro, que por se tratar de um roguelike, a sorte pode estar ao seu lado ou não.
Sendo assim, a possibilidade de você já ter gasto boas horas e não ter conseguido nem mesmo chegar no chefe também existe. Eu mesmo finalizei o jogo duas vezes, sendo uma delas com pouca dificuldade e na segunda com minha vida praticamente por um fio em vários momentos por conta da verdadeira bagunça na tela com tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.
A primeira metade das ondas é facilmente administrada, com inimigos não tão agressivos e obstáculos menos problemáticos. Geralmente o problema está na segunda metade, com oponentes mais ousados e um grande excesso de elementos para tomar nossa atenção, o que pode culminar no famigerado Game Over.
A pouca variedade de inimigos e elementos rapidamente deixa a jogatina meio monótona, nos fazendo ver praticamente as mesmas coisas o tempo todo. O chefe final também é sempre o mesmo, com leves modificações em seu modus operandi, exigindo que o jogador aja de forma diferente sempre que chega nessa etapa. É um constante, mas justo exercício de adaptação.
Faz pouco, mas faz bem feito
Apesar de não inovar em nada no gênero roguelike, Impaler é uma honestíssima recomendação para quem busca algumas horas de diversão barata regada a gráficos minimalistas e um desafio justo para qualquer perfil de jogador, seja o adepto de jogos de tiro em primeira pessoa, de roguelikes, ou até mesmo dos dois.Prós
- Jogabilidade viciante e divertida;
- A apresentação com estética retrô evoca nostalgia;
- Roda em qualquer PC básico;
- Bom custo-benefício.
Contras
- Pouca variedade de inimigos;
- Curtíssima duração;
- Nenhuma novidade dentro do gênero roguelike.
Impaler — PC — Nota: 7.0
Revisão: Davi Sousa