Quando se tem uma jornada épica para salvar uma princesa, todos já esperam percorrer longos caminhos a pé ou a cavalo, por diversos tipos de locais… mas e se for melhor voar? Em Cassiodora, a tradicional aventura medieval é fundida ao ritmo acelerado dos shoot 'em ups, de maneira curiosa e bem implementada.
Poderes triplos, características singulares
A primeira boa sacada já está logo de cara nos três heróis disponíveis, cada um com domínio de um elemento: Colden (gelo), Agni (fogo) e Luken (trovão). Eles receberam essas propriedades mágicas do druida Faramix, que também concedeu ao trio um par de asas, para auxiliar na missão.
O jogo conta com 35 fases, divididas em sete áreas, com diversos tipos de inimigos e alguns deles só podem ser abatidos com um elemento específico. Se você estiver jogando sozinho, pode realizar disparos de todos os elementos com botões diferentes, mas se estiver em multiplayer com mais dois amigos, cada um cuida apenas da sua habilidade e aí os parceiros precisam planejar qual a melhor maneira de atacar.
Ao eliminarmos as ondas de criaturas que vem na nossa direção, podemos coletar itens que alteram a força e o alcance dos nossos disparos, e livros mágicos que podem nos deixar mais velozes ou exterminar todos de uma vez.
Como não podia faltar, graças à temática medieval, é possível comprar equipamentos, como cajados, elmos e outros pares de asas. Eles melhoram nossos atributos de maneira permanente e tornam a tarefa bem mais fácil.
Não deixa de ser o esqueleto básico de um shooter, mas a estética escolhida nos upgrades, inimigos, chefes e ambientes ajudou a quebrar um padrão cansado do gênero.
O que pega um pouco é que em alguns momentos a tela pode ficar muito poluída, o que atrapalha na hora de entender o que está acontecendo. E essa quantidade de coisas ao mesmo tempo pode resultar em alguns slowdowns pontuais.
Outra questão é que alguns objetos dos cenários, como árvores, acabam passando em primeiro plano e causam um pouco de estranheza para quem se acostumou com a paisagem apenas ao fundo.
O melhor dos dois mundos
Além do modo história, que já rende boas horas de entretenimento, também há os minigames. Eles permitem que um quarto jogador se junte ao grupo e estende a quantidade de personagens selecionáveis para oito.
Além do trio inicial, podemos selecionar Faramix, a princesa Cassiodora, o rei Artorius e os vilões Grim e Kenzar. Estes jogos têm objetivos básicos, que coroam quem sobrevive por mais tempo, elimina mais inimigos pelo caminho ou coleta mais moedas.
Dos seis tipos disponíveis para a escolha, destacam-se onde encontrar o item correto para ganhar pontos e o de usar os elementos correspondentes para superar seus adversários, e cada erro causa descontos no placar.
No quesito visual e sonoro, Cassiodora faz jus à missão de fundir um tema épico com um gênero comumente ligado à uma vibe mais futurista. A escolha pode ter sido atípica, mas combinou muito bem com os amplos ambientes tridimensionais que vão de florestas e cavernas a cemitérios e desertos.
Uma jornada digna
Um shoot 'em up medieval, algo inusitado, mas que Cassiodora entrega com competência e bastante criatividade. Méritos também da jogabilidade simples, multiplayer bem planejado e implementação de habilidades.
Prós
- A mistura do tema do jogo com o gênero foi muito bem executada;
- Visuais e trilha sonora criativos;
- Jogabilidade pensada para quem está sozinho ou acompanhado;
- Diversos minigames.
Contras
- Poluição visual em alguns momentos;
- Slowdowns quando tem muitos inimigos na tela;
- Elementos do cenário em primeiro plano são um pouco estranhos.
Cassiodora — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: PS4
Análise feita com cópia digital cedida pela PID Games