Hands-on

BGS 2022: Shattered Heaven (PC) promete mesclar a jogabilidade tática de TCGs à imprevisibilidade de campanhas de role-playing

Graças aos eventos gerados proceduralmente, o game promete horas e horas de jogatina.



"Não sou fã de TCGs" é uma frase que as pessoas costumam ouvir de mim recorrentemente. E é verdade: não jogo Magic The Gathering e Yu-Gi-Oh!, porque acho suas regras complicadíssimas, e Pokémon já deixou de ser o TCG que eu curtia anos atrás.


Contudo, do mesmo jeito que me impressionei com a didática de Shadowverse: Champion's Battle (Switch), Shattered Heaven me cativou. O indie TCG-RPG-roguelite da italiana Leonardo Production me conquistou de tal maneira, que, se a BGS não estivesse tão lotada no último sábado (8), eu teria passado a tarde inteira jogando.

Uma campanha de RPG com cartas

Mesmo não jogando por mais de 20 minutos, Shattered Heaven traz os imprevistos de uma campanha de RPG tradicional a cada movimento que fazemos. Mesmo que não haja um rolar de dados para definir se escaparemos de uma armadilha, nossas decisões podem mudar drasticamente o rumo da aventura.

Por exemplo, enquanto eu explorava o mapa, acionei diversos eventos que me permitiam escolher entre um efeito e outro. Uma das minhas escolhas foi mostrar os locais da dungeon que continham inimigos, já que eu ainda estava aprendendo as mecânicas do jogo, mas isso não me impediu de começar um combate logo de cara — afinal, eu sempre gostei de aprender na prática.


Falando em combates, eles ocorrem em turnos, com indicação de qual integrante do grupo os inimigos pretendem atacar. As ações dos integrantes da nossa equipe — um total de três já definidos — são definidas por cartas, que mudam a cada turno; de certo modo, senti um pouco de semelhança com Champion's Battle, já que os pontos de ação a cada turno ditam quantas cartas poderão ser jogadas naquela rodada. Como não experimentei Shattered Heaven a partir de um tutorial, demorei um pouco para ler e entender os efeitos das cartas.

Claro, alguns deles continuaram desconhecidos durante essa minha experimentação, mas, na prática, não achei difícil aprender o jogo. A meu ver, essa é uma característica importante em títulos como esse, já que, por contarem com elementos de TCG, o jogador tem que estar ciente a respeito dos efeitos de cada carta para otimizar a jogatina; afinal, não existe nada mais tedioso que precisar reler o livreto de regras sempre que um novo movimento precisa ser feito.

Além de sua proposta, as belíssimas ilustrações são outro ponto forte — e o fator decisivo para que eu topasse experimentar Shattered Heaven em primeiro lugar. Inclusive, o estilo artístico, na minha opinião, combina com o tom de fantasia medieval da narrativa, sobretudo durante os combates.

Potencial de sobra

Shattered Heaven tem um potencial duplo para conquistar os jogadores: fãs da imprevisibilidade de campanhas de RPG com certeza adorarão as horas e horas de jogatina que o título da Leonardo Production proporciona, graças à geração procedural de dungeons, diálogos e combates, muito comum nos gêneros roguelike e roguelite. Para quem gosta de pensar antes de agir, o estilo de combate que mescla elementos TCG com ações por turnos é um prato cheio para jogadores que não deixam o pensamento tático de lado.

É uma pena a BGS estar tão lotada, porque, se me deixassem, eu teria passado a tarde toda decifrando os mistérios de Shattered Heaven. Apenas 20 minutos não foram o suficiente para mim e já quero que março chegue logo.
Revisão: Davi Sousa
Fotos: Daniel Morbi

Também conhecida como Lilac, é fã de jogos de plataforma no geral, especialmente os da era 16-bits, com gosto adquirido por RPGs e visual novels ao longo dos anos. Fora os games, não dispensa livros e quadrinhos. Prefere ser chamada por Ju e não consegue viver sem música. Sempre de olho nas redes sociais, mas raramente postando nelas. Icon por 0range0ceans
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