Análise: Josh Journey: Darkness Totems (Multi) é um beat ‘em up brasileiro para curtir com os amigos

Salve a província de criaturas sombrias com o poder de um guerreiro, uma feiticeira, um robô e um tamanduá.

em 05/10/2022
Produzido pela desenvolvedora goiana Província Studio, Josh Journey: Darkness Totems traz um beat ‘em up bastante colorido e dinâmico. O jogo lembra muito os desenhos de aventura que surgiram entre a virada das décadas 2000 e 2010, em que uma equipe atípica se reunia para combater uma ameaça das trevas.

É perigoso prosseguir sozinho!

O Mundo dos Sonhos entrou em colapso por causa da influência da Sombra da Escuridão, a entidade que controla o lado obscuro dos sonhos. Este ser de pura maldade espalhou os Totens da Escuridão por todo o Mundo das Províncias, infestando-o com monstros pesadelo que chegam a corromper até animais e civis.

Para combater esse mal, contamos com um intrépido grupo de heróis com poderes elementais:
  • Josh é o guerreiro líder do grupo e usa o elemento vento. Ele desfere ataques rápidos com a sua espada, podendo até criar um tornado;
  • Melina utiliza a água com poderosas magias. Sua especialidade está em projéteis como bolhas, gêiseres, flechas congelantes e algumas habilidades de suporte, como cura;
  • Farquol é o usuário da terra e sem sombra de dúvidas o mais legal de todos, pois ele é um nômade-tamanduá. Seus ataques com o martelo são mais lentos, mas devastadores, e ele pode utilizar a língua para puxar seus inimigos para perto;
  • Z.0.Z é um robô multitarefa que usa o fogo em ataques à distância, com mísseis e lasers. Além disso, ele também pode espalhar bombas e causar dano de queimadura nos inimigos.
Uma das coisas mais legais em Josh Journey é que o jogador pode trocar livremente entre todos os heróis a qualquer momento, com o toque de um botão. Isso pode te tirar de momentos de sufoco ao se encontrar encurralado por inimigos que aparecem de ambas as laterais da tela.

Entretanto, em algumas situações, essas emboscadas podem ser injustas para quem joga sozinho. Isso porque os inimigos são, no geral, bem mais velozes que os heróis, tiram bastante da nossa vida e não há um comando de esquiva, apenas ataques simples, especiais e pulo. Sem contar que quando um dos integrantes do time é derrubado, o outro reaparece no mesmo local, já recebendo golpes e fatalmente sendo abatido em sequência. Por isso, a troca de personagens nem sempre vai ser o suficiente para salvar a nossa pele.

Sendo assim, o multiplayer local torna tudo mais divertido e até mais fácil. Os companheiros podem realizar combos avassaladores e sobrepor as levas de criaturas sombrias que vão aparecendo. Outra diferença é que jogar sozinho faz com que todos os personagens partilhem da mesma barra de especial, enquanto em grupo cada um tem a sua.

Durante a jornada, podemos visitar o santuário entre uma fase e outra. Nele, é possível restaurar nossas forças, reerguer os aliados caídos em combate e comprar novas habilidades para cada um dos heróis com as orbes sombrias deixadas pelos monstros derrotados.

Habilidades diferentes têm custos diferentes e cada herói tem sua lista, mas não precisamos respeitar uma ordem, naquele estilo “árvore” no qual uma tem que obrigatoriamente levar a outra. Isso torna a escolha da nossa estratégia um pouco mais flexível e menos apegada ao conceito de construir uma equipe ultra poderosa para aí sim conseguir derrotar todo mundo sem dificuldade.

Maratonando a aventura

O apelo visual de Josh Journey torna o jogo viciante. Desde os balões de diálogos, com frases chavão de Josh, comentários maldosos de Melina e frases de mal humor de Farquol, até as fases, que variam entre florestas envenenadas, castelos e seções industriais  cheias de armadilhas. Tudo é bastante vivo, chamativo e carismático.

Não é exagero dizer que cada estágio lembra um episódio de desenho animado, e como eles são curtos não há a sensação de cansaço que pode ocorrer após longas sessões de jogo. A única desvantagem é que alguns elementos do ambiente, como árvores e muros, podem criar pontos cegos que escondem inimigos, e até eles serem notados um dos heróis já deu adeus à campanha.

A trilha sonora tem a assinatura de André Luiz Machado, premiado compositor. Ele criou melodias que misturam perfeitamente o estilo celta e adicionou elementos nacionais. Além de criar um ambiente medieval, isso dá uma mistura única e muito interessante.

Um por todos e todos por um!

Josh Journey: Darkness Totems é mais um ótimo produto nacional, com boas ideias e executado de maneira bem bacana. Mesmo sendo um pouco punitivo para quem gosta de se aventurar sozinho, a ideia de trocar de heróis livremente consegue dar uma boa revitalizada em um gênero tão característico como o beat ‘em up.

Prós

  • Estilo artístico deixa tudo mais dinâmico e chamativo;
  • Poder alternar entre heróis a qualquer momento é uma boa sacada;
  • Excelente trilha sonora;
  • Liberdade para escolher quais habilidades utilizar, sem ter que seguir uma ordem;
  • É muito mais divertido de ser jogado com amigos;
  • Farquol é um tamanduá porradeiro com um martelo. Sem mais.

Contras

  • Alguns elementos do cenário não favorecem a visibilidade de inimigos;
  • Os monstros são mais rápidos do que nós em certos momentos e não há um esquema de esquiva;
  • O jogo pode ser um pouco mais punitivo para quem joga sozinho.
Josh Journey: Darkness Totems — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Juliana Piombo
Análise feita com cópia digital cedida pela QUByte Interactive

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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