É verdade que side-scrolling platformers não são novidade no cenário atual de jogos, mas, falando por mim, sou a favor de experiências retrô neste século XXI, especialmente quando falamos da quarta geração de consoles — a chamada era 16-bits. Dessa forma, a primeira sensação que eu tive ao começar a jogar a demo de Vengeful Guardian: Moonrider foi de voltar à minha infância, quando eu passava um bom tempo em frente à TV e com um controle de Mega Drive em mãos.
História pouco original, mas que remete às origens
Preciso confessar que não esperava experienciar tão cedo a dificuldade de jogos como Strider, The Revenge of Shinobi e Shadow Dancer, assim como eu não esperava ver uma trama tão similar à de muitos outros jogos do gênero, sejam eles mais antigos ou atuais. Em Vengeful Guardian, temos, mais uma vez, um protagonista que decide se rebelar contra um governo autoritário, precisa lidar com supermáquinas, soldados extremamente treinados — e a lista segue.
Porém, embora peque com a falta de originalidade no roteiro, a aventura do ninja Moonrider não deixa a desejar no quesito jogabilidade, em especial a dificuldade desafiadora supracitada. Este indie brazuca traz em seus códigos a fórmula de sucesso da era 16-bits, especialmente na parte audiovisual, que, na minha opinião, é um dos pontos mais altos em Vengeful Guardian.
Outro ponto positivo que merece destaque é a precisão dos controles, tanto usando o teclado quanto um controle (no meu caso, foi o Pro Controller, para Nintendo Switch). Não bastasse a jogabilidade fluida, os botões podem ser remapeados, dando ao jogador a possibilidade de usar uma configuração que facilite sua experiência com o título.
Por fim, os saudosistas têm mais um bom motivo para ficar de olho em Moonrider: o platformer conta com uma boa quantidade de idiomas disponíveis, estando o português brasileiro incluído na lista. Assim como em Super Mombo Quest (Multi), Vengeful Guardian tem de tudo para conquistar territórios para além do brasileiro.
Talvez a faca de dois gumes seja, infelizmente, a dificuldade. Pode ser que aqueles que preferem uma ação menos frenética tenham pouco interesse em acompanhar a aventura do ninja vingativo; inclusive, falando por mim, tive algumas dificuldades com a demo, principalmente durante o tutorial, mas, depois de algumas sessões de tentativa e erro, consegui me adaptar aos controles e atropelar os desafios sem grandes problemas.
Um brazuca que vale a pena
Por mais que platformers não sejam mais uma novidade no catálogo de jogos do Steam, Vengeful Guardian: Moonrider consegue resgatar os pontos fortes de títulos de sucesso da era 16-bits e trazer ao século XXI uma dose de desafio mais do que bem-vinda. Talvez a dificuldade seja um pouco problemática para quem não gosta de ação frenética, mas aqueles que cresceram com jogos como Shadow Dancer e afins com certeza perceberão que este indie brazuca tem um grande potencial pela frente.
Revisão: Thais Santos
Texto de impressões produzido com demo gentilmente cedida pela The Arcade Crew