Posso não ter nascido nos anos 1980, mas eu estaria mentindo se dissesse que não conheço Pitfall!. Criado por David Crane, um dos fundadores da Activision, e lançado para o Atari 2600 em 1982, não à toa esta obra-prima é considerada um dos melhores jogos de todos os tempos e um dos mais bem-sucedidos na época do Atari, com mais de 4 milhões de cópias vendidas.
Este ano, Pitfall, que também ganhou passagens pelo NES, Mega Drive e outros consoles mais, completa 40 anos de idade. Relembre a seguir as características mais marcantes desse ícone do universo dos videogames.
Jogabilidade simples, porém inesquecível
Controlando Pitfall Harry, temos 20 minutos para coletar os 32 tesouros que aparecem ao longo das 255 telas, enquanto evitamos armadilhas e outros perigos. Apesar de simples no conceito, essa ideia exige bastante precisão na execução, já que existe um tempo certo para realizar cada ação — caso contrário, perdemos pontos cada vez que somos atingidos por algum dos elementos na tela. Conforme progredimos na aventura, além de variações nos obstáculos, podemos pegar atalhos que nos permitem achar tesouros mais facilmente.
Começamos com 2.000 pontos e três vidas, que diminuem cada vez que Pitfall Harry é atingido. Os 32 tesouros são divididos em quatro categorias: saco de dinheiro (2.000 pontos), barra de prata (3.000 pontos), barra de ouro (4.000 pontos) e anel de diamante (5.000 pontos); uma partida perfeita, que ainda é um desafio para muitos mesmo em 2022, consiste em coletar esses itens valiosos e somar 114.000 pontos.
Pitfall não é propriamente um side-scrolling porque há mudanças quando passamos de telas, mas o jogo com certeza inspirou os platformers do gênero que viriam a seguir, justamente pela ideia de a rolagem lateral passar a sensação de progressão na campanha; inclusive, a possibilidade de explorar diferentes níveis de tela, como o uso de atalhos para evitar as armadilhas, deu origem ao conceito de plataformas nos videogames.
Além disso, tanto em relação aos jogos da época quanto os que estariam por vir — incluindo os mais atuais —, este título da Activision não tinha como objetivo chegar a um fim propriamente dito, mas sim tentarmos alcançar a maior pontuação dentro do limite de tempo estipulado.
Outro grande fator que contribuiu para o sucesso do platformer é a sua incrível apresentação visual. Considerando as limitações de hardware do Atari 2600, os sprites animados e de cores diferentes foram tidos como um avanço na época, algo que ajudou a alavancar o sucesso do jogo como um todo.
O título também não tinha um final, ou seja, contava com uma jogabilidade contínua e ininterrupta, com a última tela se ligando à primeira. Isso foi possível devido à limitação dos cartuchos do Atari, de míseros 4KB, e ademais, um desfecho para Pitfall consumiria a capacidade da memória, possivelmente minando a qualidade do jogo.
Uma obra-prima atemporal
Pitfall! é (re)lembrado até hoje e, mesmo que não tenhamos um Atari 2600 em casa, existem diversos ports e versões do jogo disponíveis até mesmo para dispositivos móveis. E você? Já conseguiu a pontuação máxima no jogo?
Revisão: Davi Sousa
Fonte: UOL