Na segunda metade da década de 90, Pokémon lançou seus dois primeiros jogos e revolucionou a indústria, tocando o coração de todas as crianças da época. Querendo um pedaço dessa fama, em setembro de 1998, a Bandai Namco publicou o primeiro jogo da franquia de monstrinhos digitais: Digital Monster Ver. S: Digimon Tamers, para o Sega Saturn.
Lançado antes de Digimon ter um anime ou mangá oficial, o jogo teve apenas como base os primeiros tamagotchis da franquia. Com um lançamento apenas no Japão, infelizmente seu esforço para criar a base do mundo digital foi esquecido.
Fundação.fra
Em um mundo futurista conectado pela internet, programas vivos conhecidos como Digimons se espalharam pelos computadores do mundo. Eles são tratados por todos como pets virtuais, mas também são usados para batalhar entre si em competições por usuários que se nomearam Digimon Tamers. Inclusive, existem até mesmo rumores de grupos de hackers que os utilizam para cometer crimes.
O jogo se passa dentro de um computador, onde você recebe seu primeiro bichinho virtual, chamado Kurosuke, seguido de um e-mail explicando que ele foi mandado para a pessoa errada e pedindo para que cuide dele com carinho. Seu objetivo agora é ser o domador mais forte de todos.
O jogo se passa dentro de um computador, onde você recebe seu primeiro bichinho virtual, chamado Kurosuke, seguido de um e-mail explicando que ele foi mandado para a pessoa errada e pedindo para que cuide dele com carinho. Seu objetivo agora é ser o domador mais forte de todos.
No entanto, seu digimon não nasce pronto para o combate. Além de cuidar dele, você precisará treiná-lo para o futuro.
Sistema.exe
Pegando das mecânicas dos tamagotchis originais, Digital Monster Ver. S requer que você cuide das necessidades básicas de seu parceiro virtual. Isso inclui alimentá-lo, desligar a luz para ele dormir, limpar as fezes, entre outras ações. O jogo inclui 70 digimons no total, todos das versões 1 até 4 do tamagotchi, com 14 completamente novos à franquia.
Todos os digimons são ilustrados de forma linda e carismática, cada um tendo animações únicas para várias situações. O jogo inteiro é cheio de personalidade, apresentando visuais e músicas semelhantes ao do Windows 98 e aos sites da época. O jogador pode até mesmo customizar o desktop, trocando o cursor de mouse ou o papel de parede.
Todos os digimons são ilustrados de forma linda e carismática, cada um tendo animações únicas para várias situações. O jogo inteiro é cheio de personalidade, apresentando visuais e músicas semelhantes ao do Windows 98 e aos sites da época. O jogador pode até mesmo customizar o desktop, trocando o cursor de mouse ou o papel de parede.
Para quebrar a monotonia, o jogador também pode navegar por fóruns online, ler notícias e responder e-mails que são mandados ocasionalmente. Assim o jogo torna possível entregar dicas ou avisos importantes, além de aumentar a imersão ao dar múltiplas opções de resposta para cada e-mail recebido.
Claro, não seria Digimon sem o combate para mostrar os frutos de seu treinamento. Existe um coliseu com cinco áreas onde é possível competir por medalhas, que são necessárias para completar o jogo. As batalhas são simples e acontecem automaticamente, mas o jogador pode apertar botões para torcer para seu digimon. Ao encher a barra de torcida, o jogador pode escolher um comando para seu parceiro: um ataque crítico, um ataque instantâneo ou um acerto garantido.
As batalhas também não são opcionais, pois vários hackers podem atacar o jogador a qualquer momento durante o jogo. Existem vários tipos de hacker, trazendo várias personalidades como um super-herói ou um pirata, cada um com seus digimons. Ao perder para um deles, o jogador perde um item aleatório ou uma medalha, se tiver uma.
Error
Apesar do visual chamativo e da variedade de conteúdo, Digital Monster Ver. S também traz as fraquezas do tamagotchi. O principal problema presente é o tempo vazio, quando o jogador já cansou seus digimons de tanto treinar e é forçado a esperar até a noite. O jogo tenta mitigar isso ao dar várias opções de acelerar o tempo e permitir cuidar de 4 monstros ao mesmo tempo, mas as falhas na transição do brinquedo são notáveis.
É aqui que os outros conteúdos deveriam ajudar, mas, infelizmente, o relógio interno do jogo pausa enquanto o jogador estiver lendo, treinando e lutando. A espera é inevitável, já que o tempo só pode ser pulado durante a noite.
É aqui que os outros conteúdos deveriam ajudar, mas, infelizmente, o relógio interno do jogo pausa enquanto o jogador estiver lendo, treinando e lutando. A espera é inevitável, já que o tempo só pode ser pulado durante a noite.
Além do tempo não passar durante as batalhas, elas podem acabar se tornando extremamente repetitivas pela falta de complexidade. Não existem habilidades especiais ou resistências e fraquezas como em Pokémon. A única diferença entre digimons é o visual, pois todos os ataques são os mesmos em função e evoluir não muda as estatísticas por trás deles.
Outra coisa que pode acabar tornando as batalhas repetitivas é a frequência que hackers atacam o jogador. Existem alguns hackers, mas o tipo mais comum é fraco demais para proporcionar um combate divertido. Até o final do jogo, é possível que o jogador fique cansado de batalhas forçadas com a equipe do mal.
Impacto.egg
Sendo o primeiro jogo a expandir o universo de Digimon, Digital Monster Ver. S introduziu vários conceitos que seriam reutilizados no futuro. Na história temos a primeira vez que organizações relacionadas a digimons aparecem na franquia, além da criação de termos importantes para ela como "Hackers" e "Tamers".
Por mais que tenha sido um passo importante para a transição multimídia da franquia, o alcance limitado do jogo resultou em seu esquecimento até mesmo entre fãs. Outro motivo para isso é o lançamento do mais ambicioso Digimon World, apenas alguns meses depois, que alcançou o Ocidente também.
Por mais que tenha sido um passo importante para a transição multimídia da franquia, o alcance limitado do jogo resultou em seu esquecimento até mesmo entre fãs. Outro motivo para isso é o lançamento do mais ambicioso Digimon World, apenas alguns meses depois, que alcançou o Ocidente também.
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut