Em 2017, a CD Projekt Red lançou Gwent: The Witcher Card Game. Baseado no jogo de cartas oriundo das obras literárias da série The Witcher, o duelo de baralhos que se popularizou graças a The Witcher 3: Wild Hunt (Multi) se tornou tão popular no game do bruxo que acabou recebendo um card game próprio em maio daquele ano.
Em outubro de 2018, Thronebreaker: The Witcher Tales foi o primeiro subproduto oriundo do TCG, apresentando uma campanha single player única que aproveitou as mecânicas do jogo de cartas para contar uma nova história no Continente muitos anos antes das aventuras de Geralt de Rívia. O game utiliza-se de mecânicas de RPG como diferencial em seu gameplay para que possamos travar ferozes duelos de cartas contra diversos personagens deste universo.
Em 2022, a CD Projekt Red reinventa o Gwent com uma nova pegada, desta vez trocando o RPG pelo roguelike em uma nova experiência solo chamada de Gwent: Rogue Mage, e mais uma vez traz um produto de grande qualidade para os amantes do universo do bruxo e entusiastas de um dos gêneros mais desafiantes dos games.
No campo de batalha, as cartas devem ser colocadas obedecendo uma regra de posicionamento que define onde podem ser jogadas: combate a distância, corpo a corpo ou de cerco, além de habilidades que proporcionam bônus de ataque a seus soldados ou algum prejuízo às unidades do oponente.
Quando foi transportado para sua versão própria em Gwent: The Witcher Card Game, o jogo foi sofrendo alterações para se adequar a um ambiente mais competitivo e ágil, além de adicionar uma imensa gama de novas cartas, habilidades e regras para se firmar como um dos principais jogos do gênero, principalmente no cenário competitivo.
Em Gwent: Rogue Mage, a estrutura de jogo é bem semelhante à apresentada em sua contraparte original, mas devidamente adaptada para proporcionar uma experiência roguelike baseada na construção de baralhos enquanto se joga uma partida da campanha. Neste caso, assim como em Thronebreaker, não é possível jogar contra outros jogadores em um ambiente online, limitando a interação do jogador apenas com os oponentes controlados pelo computador.
Também por ser uma expansão solo, o progresso do jogador no TCG de Gwent também não influencia em nada o comportamento do game em Rogue Mage, permitindo uma experiência igual para qualquer pessoa que jogue o game hoje ou futuramente.
O objetivo do casal é encontrar o majestoso dragão branco Albastra para coletar um raro mutagênico oriundo de seu gigantesco e gélido corpo para criar a arma que pode mudar a história do Continente. Para isso, Alzur deverá enfrentar diversos perigos pela terra até chegar a seu objetivo, combinando elementos de roguelike, construção de baralhos e jogos de estratégia com a mecânica única das batalhas de cartas de Gwent.
Durante sua viagem, Alzur enfrentará inimigos em ferrenhos duelos de Gwent que renderão pontos de experiência que desbloqueiam mais modificadores para o jogo no formato de cartas, poções, magias e baralhos iniciais. Ao iniciar uma nova partida, o jogador deve escolher qual baralho inicial quer usar em sua jornada, e conforme vai derrotando inimigos e encontrando tesouros, modificando seu deck para proporcionar uma vantagem do jogador contra os desafiantes combates que o aguardam.
Diferente do Gwent TCG, em Rogue Mage as batalhas não são definidas em um melhor de três rodadas, mas em apenas uma. O jogador pode recomprar até dois cards de sua mão inicial de cinco cartões antes de iniciar um duelo, e durante a partida pode comprar até cinco cartas, a não ser que alguma habilidade lhe permita comprar ou descartar mais. Vence o jogador que tiver mais pontos de ataque ao jogar todas as suas cartas ou encerrar de forma definitiva seus turnos de ação antes de esvaziar sua mão.
Ao vencer um duelo, o jogador tem a chance de escolher uma nova carta para adicionar a seu baralho ou então remover uma que não deseja por ser pouco interessante para sua estratégia de jogo ou então deixar o deck menos inflado. As ações do jogador não se limitam apenas às habilidades que cada card proporciona, como realizar ataques diretos, causar algum tipo de buff em aliados ou debuff nas unidades do oponente. O mago Alzur tem à sua disposição um arsenal de feitiços que podem ajudar a virar a partida.
Algumas das principais magias proporcionam uma chance extra de causar dano nas cartas do oponente, criar novas cartas ou fortalecer suas unidades aliadas. Conforme o jogador acumula pontos de experiência, novos encantamentos são liberados para serem selecionados antes de iniciar uma partida e darem mais opções de estratégias ao jogador, como criar uma nova carta aleatória, causar grande dano a uma unidade adversária ou mesmo anular algum efeito negativo. São muitas as possibilidades.
Após cada duelo, o jogador é levado ao mapa do Continente, onde deve selecionar que rota seguir até seu derradeiro encontro com Albastra. São diferentes eventos encontrados, desde tesouros que premiam o jogador com a escolha de uma nova carta para seu baralho, duelos contra oponentes mais poderosos que o comum, eventos aleatórios que podem render um benefício extra ou um malefício para o próximo duelo e, principalmente, locais de poder.
Cada um fornece a chance de Alzur melhorar de alguma forma excepcional seu deck. Seja fortalecendo de maneira descomunal um card, obtendo um artefato que beneficia todo seu deck, duplicar uma carta ou mesmo se desfazer de alguma que não tenha mais tanta utilidade. Esses locais também propiciam a chance de reabastecer os pontos de energia de Alzur, necessários para conjurar seus feitiços durante os combates.
Quando me dei conta da massiva quantidade de cartas, poções, tesouros e feitiços que podem ser adicionados ao jogo, cada derrota, por mais frustrante que tenha sido por, às vezes, ter acabado com a diferença de um único ponto, fui recompensado com, pelo menos, uma nova adição ao game, me estimulando a jogar mais uma partida para tentar obter a vitória e, talvez, ter mais sorte na nova empreitada.
Apesar de ser uma típica característica de roguelikes, a quantidade de itens a ser desbloqueados para adicioná-los ao rol de possibilidades de obtenção durante o jogo foi algo que me motivou — e continua motivando — minha jogatina. No meu caso, com a versão mobile do game, sempre que tenho um tempinho livre, seja no ônibus, ou no intervalo para o almoço no trabalho, uma partida de Rogue Mage se tornou uma rotina desafiadora e agradável para ajudar a passar o tempo.
Aproveitando a deixa de que mencionei estar jogando a versão mobile, já emendo sobre uma funcionalidade interessante do jogo que é a progressão entre plataformas. Também disponível para PC, ao conectar sua conta do GOG sempre que jogar, o progresso é aproveitado onde quer que você esteja jogando, seja no PC ou no celular. Todavia, não é necessário ficar conectado o tempo todo ao jogar. A bateria do meu celular agradece.
Algo que pode chatear alguns jogadores, principalmente os que vêm de outras variantes do jogo, como Gwent: The Witcher Card Game ou Thronebreaker, é a ausência da dublagem em português. O TCG foi lançado com dublagem em nosso idioma, que foi retirada há algum tempo após o jogo deixar de estar disponível nos consoles, e Thronebreaker conta com uma competente localização para nosso idioma. No caso de Rogue Mage, a localização se limita apenas aos menus e textos das cartas, com alguns erros aqui e ali, por sinal. Há dublagens em outros idiomas, mas o nosso ficou de fora dessa vez.
Também não há muita interação com outros jogadores. O máximo que temos aqui é um placar de líderes com os tempos de cada um, mostrando quem conseguiu terminar a jornada mais rápido. Um modo de desafios diários ou semanais com modificadores fixos, comum em outros jogos do gênero, também está ausente, limitando as opções de jogo para quem já pode ter obtido todas as conquistas disponíveis. De todo modo, são pontos que vão fazer falta para os jogadores mais adeptos deste gênero.
A cereja do bolo fica por conta da ambientação no universo de The Witcher. Os personagens, os ambientes e, principalmente, a música nos transportam para o mundo que aprendemos a gostar graças a um rabugento homem de cabelos brancos e seu fiel cavalo em busca de monstros para caçar em troca de algumas moedas.
Em 2022, a CD Projekt Red reinventa o Gwent com uma nova pegada, desta vez trocando o RPG pelo roguelike em uma nova experiência solo chamada de Gwent: Rogue Mage, e mais uma vez traz um produto de grande qualidade para os amantes do universo do bruxo e entusiastas de um dos gêneros mais desafiantes dos games.
Entre cartas e batalhas
Antes de mais nada, vou dedicar este primeiro tópico para falar um pouco sobre o Gwent, o jogo base desta experiência. Apresentado em The Witcher 3: Wild Hunt, o jogo se baseia na batalha entre os combatentes de duas facções rivais. O objetivo é obter o maior quantitativo de pontos de ataque em relação ao oponente durante turnos alternados até que um dos jogadores não possa mais realizar ações. Quem conseguir vencer mais rodadas em uma melhor de três é declarado o vencedor.Gwent em The Witcher 3: Wild Hunt |
Quando foi transportado para sua versão própria em Gwent: The Witcher Card Game, o jogo foi sofrendo alterações para se adequar a um ambiente mais competitivo e ágil, além de adicionar uma imensa gama de novas cartas, habilidades e regras para se firmar como um dos principais jogos do gênero, principalmente no cenário competitivo.
Em Gwent: Rogue Mage, a estrutura de jogo é bem semelhante à apresentada em sua contraparte original, mas devidamente adaptada para proporcionar uma experiência roguelike baseada na construção de baralhos enquanto se joga uma partida da campanha. Neste caso, assim como em Thronebreaker, não é possível jogar contra outros jogadores em um ambiente online, limitando a interação do jogador apenas com os oponentes controlados pelo computador.
Também por ser uma expansão solo, o progresso do jogador no TCG de Gwent também não influencia em nada o comportamento do game em Rogue Mage, permitindo uma experiência igual para qualquer pessoa que jogue o game hoje ou futuramente.
A jornada do mago Alzur
A campanha de Gwent: Rogue Mage gira em torno do mago Alzur e sua amada Lylianna. Séculos antes de Geralt e os outros bruxos vagarem pelo Continente, a Conjunção das Esferas trouxe ao mundo infinitas hordas de monstros. A humanidade precisava de uma chance de resistir para sobreviver. Nesta história acompanhamos o ambicioso mago Alzur e sua companheira em uma perigosa missão para criar uma arma viva que erradicará a ameaça dos monstros de uma vez por todas.O objetivo do casal é encontrar o majestoso dragão branco Albastra para coletar um raro mutagênico oriundo de seu gigantesco e gélido corpo para criar a arma que pode mudar a história do Continente. Para isso, Alzur deverá enfrentar diversos perigos pela terra até chegar a seu objetivo, combinando elementos de roguelike, construção de baralhos e jogos de estratégia com a mecânica única das batalhas de cartas de Gwent.
Durante sua viagem, Alzur enfrentará inimigos em ferrenhos duelos de Gwent que renderão pontos de experiência que desbloqueiam mais modificadores para o jogo no formato de cartas, poções, magias e baralhos iniciais. Ao iniciar uma nova partida, o jogador deve escolher qual baralho inicial quer usar em sua jornada, e conforme vai derrotando inimigos e encontrando tesouros, modificando seu deck para proporcionar uma vantagem do jogador contra os desafiantes combates que o aguardam.
Diferente do Gwent TCG, em Rogue Mage as batalhas não são definidas em um melhor de três rodadas, mas em apenas uma. O jogador pode recomprar até dois cards de sua mão inicial de cinco cartões antes de iniciar um duelo, e durante a partida pode comprar até cinco cartas, a não ser que alguma habilidade lhe permita comprar ou descartar mais. Vence o jogador que tiver mais pontos de ataque ao jogar todas as suas cartas ou encerrar de forma definitiva seus turnos de ação antes de esvaziar sua mão.
Ao vencer um duelo, o jogador tem a chance de escolher uma nova carta para adicionar a seu baralho ou então remover uma que não deseja por ser pouco interessante para sua estratégia de jogo ou então deixar o deck menos inflado. As ações do jogador não se limitam apenas às habilidades que cada card proporciona, como realizar ataques diretos, causar algum tipo de buff em aliados ou debuff nas unidades do oponente. O mago Alzur tem à sua disposição um arsenal de feitiços que podem ajudar a virar a partida.
Algumas das principais magias proporcionam uma chance extra de causar dano nas cartas do oponente, criar novas cartas ou fortalecer suas unidades aliadas. Conforme o jogador acumula pontos de experiência, novos encantamentos são liberados para serem selecionados antes de iniciar uma partida e darem mais opções de estratégias ao jogador, como criar uma nova carta aleatória, causar grande dano a uma unidade adversária ou mesmo anular algum efeito negativo. São muitas as possibilidades.
Após cada duelo, o jogador é levado ao mapa do Continente, onde deve selecionar que rota seguir até seu derradeiro encontro com Albastra. São diferentes eventos encontrados, desde tesouros que premiam o jogador com a escolha de uma nova carta para seu baralho, duelos contra oponentes mais poderosos que o comum, eventos aleatórios que podem render um benefício extra ou um malefício para o próximo duelo e, principalmente, locais de poder.
Cada um fornece a chance de Alzur melhorar de alguma forma excepcional seu deck. Seja fortalecendo de maneira descomunal um card, obtendo um artefato que beneficia todo seu deck, duplicar uma carta ou mesmo se desfazer de alguma que não tenha mais tanta utilidade. Esses locais também propiciam a chance de reabastecer os pontos de energia de Alzur, necessários para conjurar seus feitiços durante os combates.
Combates intermináveis e engajadores
Uma das coisas que mais me agarrou a Gwent: Rogue Mage foi a dinâmica dos combates e a quantidade de modificadores disponíveis para desbloquear conforme subimos de nível na campanha. Indo de 1 a 100, a quantidade de itens a ser desbloqueada para cada nível alcançado é um convite a continuar jogando por horas a fio a fim de conseguir liberar todos e então construir a estratégia quase perfeita para fazer uma run implacável.Quando me dei conta da massiva quantidade de cartas, poções, tesouros e feitiços que podem ser adicionados ao jogo, cada derrota, por mais frustrante que tenha sido por, às vezes, ter acabado com a diferença de um único ponto, fui recompensado com, pelo menos, uma nova adição ao game, me estimulando a jogar mais uma partida para tentar obter a vitória e, talvez, ter mais sorte na nova empreitada.
Apesar de ser uma típica característica de roguelikes, a quantidade de itens a ser desbloqueados para adicioná-los ao rol de possibilidades de obtenção durante o jogo foi algo que me motivou — e continua motivando — minha jogatina. No meu caso, com a versão mobile do game, sempre que tenho um tempinho livre, seja no ônibus, ou no intervalo para o almoço no trabalho, uma partida de Rogue Mage se tornou uma rotina desafiadora e agradável para ajudar a passar o tempo.
Aproveitando a deixa de que mencionei estar jogando a versão mobile, já emendo sobre uma funcionalidade interessante do jogo que é a progressão entre plataformas. Também disponível para PC, ao conectar sua conta do GOG sempre que jogar, o progresso é aproveitado onde quer que você esteja jogando, seja no PC ou no celular. Todavia, não é necessário ficar conectado o tempo todo ao jogar. A bateria do meu celular agradece.
Algo que pode chatear alguns jogadores, principalmente os que vêm de outras variantes do jogo, como Gwent: The Witcher Card Game ou Thronebreaker, é a ausência da dublagem em português. O TCG foi lançado com dublagem em nosso idioma, que foi retirada há algum tempo após o jogo deixar de estar disponível nos consoles, e Thronebreaker conta com uma competente localização para nosso idioma. No caso de Rogue Mage, a localização se limita apenas aos menus e textos das cartas, com alguns erros aqui e ali, por sinal. Há dublagens em outros idiomas, mas o nosso ficou de fora dessa vez.
Também não há muita interação com outros jogadores. O máximo que temos aqui é um placar de líderes com os tempos de cada um, mostrando quem conseguiu terminar a jornada mais rápido. Um modo de desafios diários ou semanais com modificadores fixos, comum em outros jogos do gênero, também está ausente, limitando as opções de jogo para quem já pode ter obtido todas as conquistas disponíveis. De todo modo, são pontos que vão fazer falta para os jogadores mais adeptos deste gênero.
A cereja do bolo fica por conta da ambientação no universo de The Witcher. Os personagens, os ambientes e, principalmente, a música nos transportam para o mundo que aprendemos a gostar graças a um rabugento homem de cabelos brancos e seu fiel cavalo em busca de monstros para caçar em troca de algumas moedas.
Dê um trocado pra esse jogo
O roguelike é um gênero de nicho que vem ganhando mais espaço nos últimos anos com ótimos jogos que desafiam os jogadores mundo afora, e felizmente podemos incluir Gwent: Rogue Mage na lista dos que valem a pena conferir. Se você é fã de jogos de cartas e curte o universo de The Witcher, então seja mais que bem-vindo a esta desafiante experiência com muito conteúdo para desbloquear e diferentes estratégias para tentar vencer.Prós
- Ótimo nível de desafio, tanto para iniciantes quanto para veteranos no gênero roguelike;
- A grande quantidade de conteúdo desbloqueável nos engaja a continuar jogando;
- A adaptação do Gwent para um ambiente roguelike traz um grande fator de desafio e estratégia;
- Progressão entre plataformas via salvamento em nuvem;
- A ambientação no universo de The Witcher enriquece a experiência.
Contras
- A interação com outros jogadores é limitada a um placar de líderes;
- Ausência de modos de jogo extras, como desafios diários/semanais;
- Sem dublagem em português presente em outros jogos da CD Projekt Red.
Gwent: Rogue Mage — PC/Android/iOS — Nota: 8.0Versão utilizada para análise: Android
Revisão: Heloísa D’Assumpção Ballaminut