Análise: Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX (Multi) é um jogo de bombeiros interessante e divertido, apesar de algumas queimaduras

Repetição visual e problemas técnicos não apagam os desafios interessantes com jogabilidade única.

em 27/07/2022

Mais uma amostra de como a indústria dos games é eclética, Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX traz uma aventura com foco em uma jovem bombeira e sua missão de salvar pessoas de incêndios perigosos. Mas será que esse game único consegue ser quente o suficiente sem se queimar? Pegue o seu machado e não se esqueça de trazer alguma água, pois esta análise flamejante vai começar!

Reacendendo a chama

Lançado originalmente em dezembro de 2021, Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX é a versão mais atualizada de um jogo que mistura plataforma de ação com elementos roguelite (também conhecido como roguelike). Com versões para os consoles das gerações atual e anterior, além do PC, essa nova iteração veio corrigir alguns problemas e balancear a experiência geral.
Toda sorte de perigos esperam pela bombeira Faísca

A ideia do título é colocar Faísca, uma jovem bombeira ainda começando sua carreira, para resgatar pessoas em meio a grandes incêndios. Para isso, ela conta com sua mochila com mangueira d’água acoplada e um machado, precisando enfrentar escombros, chamas e toda espécie de “monstros-labareda”. As fases são geradas proceduralmente, ou seja, são diferentes a cada nova tentativa.

Além desse elemento comum dos roguelites, Firegirl também compartilha do gênero o característico nível elevado de dificuldade. Não somente os desafios são difíceis, mas as mecânicas exigem precisão e agilidade. A versão DX melhorou as recompensas do jogo, mesmo em caso de derrota, e aprimorou diversos pontos nos combates e nas plataformas, tornando-o mais acessível.

Não mexa com o fogo: o menor erro pode ser fatal
Confesso que mesmo assim tive dificuldade nas primeiras tentativas de resgate, sendo constantemente atingido pelas chamas ou deixando o limite de tempo estourar. Conforme fui me acostumando com a jogabilidade, finalmente pude descobrir como Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX é um título divertido e com nível alto de desafio, mas sempre de forma justa.
Os controles são intuitivos, colocando o analógico esquerdo para controlar a personagem e o direito para apontar o jato d’água. Pular usando o impulso aquático da mangueira exige alguma prática, mas depois se torna algo natural. A mistura de plataforma com ação exige saltos precisos em meio ao fogo e aos combates contra criaturas flamejantes agressivas.

Produção quentíssima

Firegirl DX conta uma história interessante: filha de um famoso bombeiro, a heroína Faísca começa a sua carreira em meio ao surgimento de incêndios misteriosos pela cidade, que incluem o aparecimento dos monstros de fogo. O chefe da equipe, o prefeito e até agentes secretos aparecem no enredo, que traz algumas situações interessantes e justifica adequadamente a proposta do game.
A história avança aos poucos, conforme o jogador completa as missões

Falando em acertos, outro pode ser visto no estilo visual. A produção indie em 2.5D, ou seja, com cenários em três dimensões misturados com personagens bidimensionais, é bonita e original. A mistura funciona bem tanto na base dos bombeiros, onde as missões e as melhorias são acessadas, quanto em meio aos incêndios em prédios, florestas e trens. Por outro lado, as fases são visualmente muito parecidas.

As mudanças de cenário são poucas, mas válidas
Mesmo com o sistema de geração pseudoaleatório, as coisas se tornam um tanto repetitivas com o tempo. Faltou mais variedade nas construções, o que tornaria as explorações mais instigantes. Ainda assim, não se preocupe: sair voando com o auxílio da mangueira d’água e apagar monstros flamejantes são sempre boas experiências, assim como procurar por pessoas e animais em apuros.

As tarefas das missões incluem apagar labaredas e destruir obstáculos
Como comentei anteriormente, cada missão de Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX rende certa quantia em dinheiro, aumentando de acordo com o nível de sucesso obtido. Resgatar todas as vítimas do incêndio e conseguir sair com vida de lá, por exemplo, rende ótimos frutos. Algumas das pessoas salvas podem ser contratadas pelo corpo de bombeiros, oferecendo melhorias interessantes, como aumento da vida e da quantidade de água nas missões.

Nem bombeiro pode apagar

Além das melhorias compradas, é possível obter alguns efeitos passivos importantes ao realizar certos feitos durante as missões. Embora essencialmente elas sempre envolvem salvar pessoas, algumas variações surgem ao longo da campanha, como coletar itens especiais pelos cenários e lidar com um monstro flamejante gigante (mais do que isso seria entrar em spoilers).

O jogo reserva algumas surpresas interessantes
Conforme melhoramos nossas habilidades e atributos, os desafios começam a se tornar cada vez mais exigentes. Gerenciar a quantidade de água disponível em cada fase se torna crítico, assim como derrotar os inimigos para ganhar mais tempo dentro do incêndio para conseguir resgatar todo mundo e sair vivo. Vale lembrar que este é um jogo do gênero roguelite, que vai te levar a perder várias vezes até melhorar o suficiente para vencer.

A trilha e os efeitos sonoros (o game não tem dublagem) são bem legais e tornam a experiência mais envolvente, dando mais peso aos momentos tensos. Infelizmente, o mesmo não pode ser dito do desempenho, pois temos diversos problemas técnicos, como fechamentos abruptos do jogo e até mesmo um momento em que Faísca ficou “presa” ao chão.

Problemas como esse tornam a experiência um tanto frustrante
Até o momento, nenhuma atualização tratou do problema, exigindo que eu recomeçasse em outro salvamento. Aparentemente não sou o único a passar por essa situação, logo espero que a produtora consiga apagar esses incêndios e resgate esse indie interessante e bonito para todos os jogadores.

Missão dada é missão cumprida

Tal qual sua primeira versão, Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX consegue ser um plataforma de ação incrivelmente divertido e original. Agora mais aprimorado, os desafios do game são exigentes e justos, deixando aquela vontade de jogar “só mais uma vez” a cada falha ou vitória. Ainda falta mais variedade e correções para este jogo de resgate em incêndios ser imperdível, mas ele certamente é uma boa sugestão para amantes do gênero que também curtem uma pegada roguelite.

Pronto para enfrentar perigosos incêndios na companhia da corajosa Faísca?

Prós

  • Game traz uma experiência única que mistura plataforma de ação com toques roguelite;
  • A história e os personagens são interessantes;
  • As mecânicas de jogo são sólidas;
  • Jogabilidade divertida e desafiadora na medida certa;
  • A produção técnica é, em geral, de boa qualidade, com destaque para os visuais em 2.5D;
  • Boa quantidade de desafios e missões para continuar jogando.

Contras

  • Os visuais das fases são bastante repetitivos;
  • Problemas técnicos que vão desde fechamentos repentinos até comprometimento dos saves.
Firegirl: Hack ‘n Splash Rescue DX – Switch/PC/PS5/XSX – Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia cedida pela Thunderful


é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
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