Análise: Bricky to Me (Multi) traz ótimas fases, mas esbarra em algumas repetições

Um cavaleiro com seu bumerangue, enfrentando monstros e morcegos, podendo contar apenas com uma poção de encolhimento e a ajuda de um gato misterioso. Assim começa Bricky to Me, que leva o jogador a um plataforma com níveis aleatórios e ação veloz.

Um cavaleiro, um bumerangue e um gato 

Para conseguirmos triunfar em Bricky to Me, devemos superar uma sequência de fases, geradas aleatoriamente, e passar por três batalhas contra chefes. O objetivo é apresentado de maneira simples, mas existem algumas coisas que aumentam a complexidade e a diversão dessa jornada.

Começamos em uma masmorra com um caldeirão e uma porta, sem moedas ou itens. Devemos superar uma sequência de calabouços, com inimigos e armadilhas, coletando uma chave e moedas amarelas e azuis. Caso consigamos eliminar todos os inimigos de uma sala, somos agraciados com um peixe. Para nos dar uma mãozinha — ou melhor, uma pata —, podemos oferecer um dos nossos corações para que um gatinho nos indique a presença de atalhos e cantos escondidos.

De tempos em tempos, a linha de progressão na parte de baixo da tela indica quando voltaremos para essa área inicial. Nesse local, agora com as moedas recolhidas anteriormente, podemos comprar poções para restaurar nossos corações e elixires de encolhimento com as moedas amarelas. Se faltar dinheiro, podemos utilizar os peixes para fabricar mais uma graninha.

Já as moedas azuis são utilizadas para liberar a sala do chefe, mas só podem ser utilizadas nos momentos certos. Se chegar na hora de comprar a chave e o jogador não tiver a quantia necessária, terá que começar tudo de novo do zero, como se tivesse perdido a vida.

A sequência de salas é aleatória, com mais de 60 possibilidades. Ainda assim, fatalmente ocorre uma repetição de local, por mais que só mude sua direção, e isso nos leva a decorar a localização dos atalhos e perigos. 

Nisso, surge a frustração de que algumas dessas salas se tornam um problema quando aparecem logo de início, quando não podemos adquirir a poção de encolhimento para coletarmos itens e nos esgueirarmos pelos caminhos mais estreitos. 

Sem contar que, em muitíssimas ocasiões, nos vemos “reféns” de utilizar a combinação da poção de encolhimento mais a ajuda do gato para poder conseguir pegar tudo que for possível.

Tijolo por tijolo

Mesmo com esses detalhes, a jogabilidade rápida e responsiva e o design bem bolado das fases são elementos bem charmosos. A grande sacada da progressão é o uso de alavancas, que muda a posição de alguns blocos e elementos, como escadas, armadilhas e até inimigos.

Quem quiser ser mais ligeiro, pode ir passando tudo sem se importar com moedas e peixes. Já os que gostam de vasculhar cada canto, também encontrarão bastante dinamismo em sua busca.

Entretanto, existem alguns fatores que conseguem tirar um pouco da graça do jogo. O principal é a trilha sonora, que se repete incessantemente em um looping que só não é mais cansativo pois o ritmo acelerado de jogo consegue dissipar um pouco essa sensação.

Outra coisa é que só existem dois tipos de inimigos em qualquer fase que apareça. Inclusive, a única variação de fato é na parede do fundo da tela, que pode ser verde, vermelha ou azul.

Desafiador, curtinho e bem construído

Bricky to Me consegue oferecer uma proposta bem construída no que diz respeito a jogabilidade e desafio. Até o jogador pegar a manha de cada fase, vai penar um bom tempo. Entretanto, um pouco mais de carinho visual e sonoro seria muito bem-vindo.

Prós

• Jogabilidade dinâmica e fácil de dominar;
• Ter uma sequência aleatória de fases é algo que contribui para o desafio;
• Ótimo level design;
• É sempre bom ter um gatinho para te ajudar.

Contras

• É fácil uma fase se repetir em um curto espaço de tempo;
• Não dá para coletar os itens sem depender de itens e do gato em grande parte das fases;
• A música é repetitiva demais;
• Sempre os mesmos inimigos.

Bricky to Me — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.5

Versão utilizada para análise: PS4

Revisão: Ives Boitano

Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator