Análise: Samurai Bringer (Multi) é um roguelike simples, porém recheado de boas ideias

Ajude o deus Susanoo a enfrentar diversos demônios para resgatar a jovem Kushinada.

em 06/05/2022

Samurai Bringer
é um roguelike de ação que aposta na criatividade do jogador para não ser mais do mesmo. Oferecendo um vasto arsenal de armas e habilidades, o game permite combinar diversos elementos de combate para criar partidas únicas e extremamente divertidas. Apesar de alguns pequenos deslizes, temos como resultado uma experiência desafiadora onde o limite é a criatividade do jogador.

O deus exilado

Após um ataque de fúria, o deus Susanoo é exilado de Takamagahara, mundo dos deuses, para Nakatsukuni, uma terra infestada de espectros. Nesse novo mundo, ele encontra Kushinada, uma jovem que o ajuda a recuperar suas forças; como agradecimento, ele a presenteia com um magatama, amuleto utilizado para aumentar suas forças divinas.




Certo dia, nosso protagonista descobre que Kushinada se tornará um sacrifício ao demônio Yamata-no-Orochi. Após a garota ser levada pelos demônios leais à Yamata, Susanoo resolve ir atrás dela para salvá-la. No entanto, mesmo com seus poderes, ele não foi capaz de enfrentar a gigante serpente de oito cabeças e acabou derrotado.

À beira da morte, Susanoo se encontra com sua irmã, a deusa Amaterasu, que lhe concede a oportunidade de voltar à vida e se tornar mais forte. Ela explica a seu irmão que Kushinada está viva graças ao amuleto dado a ela anteriormente e oferece ajuda para que o deus se torne mais forte.




Amaterasu se propõe a criar hordas de samurais do Período Sengoku para que seu irmão desenvolva suas habilidades de combate e se torne forte o suficiente para enfrentar Yamata. Agora, Susanoo corre contra o tempo para recuperar suas forças e salvar a jovem Kushinada.

Contra samurais e demônios

Samurai Bringer desafia o jogador a enfrentar grupos de samurais em pequenos mapas criados aleatoriamente. Apesar dos belos gráficos que misturam a ideia dos 8-bits em ambientes tridimensionais, não há uma verdadeira variedade de áreas para explorar, tornando a experiência visualmente repetitiva.




Os samurais estão espalhados pelo mapa na forma de grupos. Para cada grupo, temos os samurais comuns, que possuem golpes básicos e servem apenas para dar volume; os líderes de clã, semelhantes ao samurais comuns, mas com uma barra de vida maior; e, por vezes, os Bravos Generais, inimigos de alta dificuldade que normalmente apresentam padrões de ataques mais complexos e golpes elementais como gelo, fogo e trovão.

É uma dinâmica bem parecida com a de jogos do gênero musou, inclusive pela presença de inúmeros soldados comuns que poluem a tela. Como se não bastasse a quantidade, visualmente há pouca variedade de modelos, o que deixa as partidas bem repetitivas.




Cada área visitada possui duas saídas diferentes: a primeira consiste no vórtice azul, que leva o jogador a mais uma área infestada de inimigos, com aumento progressivo da dificuldade; a segunda é o vórtice roxo, que transporta o jogador para o combate com os demônios seguidores de Yamata.

Ao todo, são oito demônios com características físicas e padrões de ataque únicos que exigem do jogador estratégia e paciência para derrotá-los. Caso perceba que não está apto a combatê-los, é possível retornar às áreas comuns e continuar a progressão dos níveis, enfrentando os samurais detalhados anteriormente e se tornando mais forte.



Muitas armas, poderes e estratégias para testar

Samurai Bringer compensa os aspectos visuais monótonos com uma dinâmica de combate muito interessante. O jogo proporciona a possibilidade de combinar diversas habilidades e armaduras que tornam cada gameplay único.

Susanoo possui, além da sua barra de vida (HP), uma barra de stamina (SP) que serve para limitar a quantidade de ações consecutivas que o protagonista pode executar. São cinco botões de ação que podem ser modificados pelo jogador da maneira que achar melhor. A princípio, estão designados três botões de ataque, um de salto e um de esquiva.

Para melhorar essas ações, podemos equipar pergaminhos em cada um deles, o que pode tornar um ataque mais forte, uma esquiva mais rápida ou permitir saltos duplos, por exemplo. Esses pergaminhos são encontrados após derrotarmos os samurais presentes em cada área, e equipá-los fará com que cada movimento consuma mais SP.




Além dos pergaminhos, é possível vestir as armaduras dos Grandes Generais que derrotamos. Essas armaduras, em sua maioria, dão habilidades passivas ao protagonista, como aumento de vida e coleta automática de itens, além de possibilitar o uso novas armas como lanças e flechas. Esse é um parâmetro muito importante para tornar cada jogatina única, pois nunca sabemos quais generais iremos enfrentar.

Ao todo, são 142 generais disponíveis, com visuais e armas distintas. Ao início de cada tentativa de salvar Kushinada, podemos equipar a armadura inteira dos generais derrotados em um lobby especial. Cada uma dá ao jogador diferentes dinâmicas de combate, além de ser possível melhorá-las com os pergaminhos coletados. A possibilidade de combinar todos esses elementos torna cada partida de Samurai Bringer única e impede que o game caia na mesmice.




A forma que o jogo encontrou de aumentar o SP foi designar missões ao jogador. Tais objetivos consistem em derrotar uma certa quantidade de inimigos ou executar uma determinada quantidade de combos, por exemplo. Isso tornou o desenvolvimento do protagonista muito mais natural, pois em cada tentativa era perceptível a melhora das habilidades de Susanoo e a sensação de evolução era prazerosa.

Por ser um roguelike, perdemos parte de nossas habilidades toda vez que morremos. Samurai Bringer permite que o jogador mantenha os pergaminhos coletados e a evolução adquirida ao cumprir as missões, porém deleta as armaduras coletadas — elas se mantêm no lobby inicial — e, consequentemente, as habilidades passivas adquiridas.



Porradaria samurai

Samurai Bringer faz um ótimo uso da variedade de alternativas para criar sessões únicas de combate. A dinâmica de testar diferentes combinações de golpes é extremamente divertida e incentiva a criatividade do jogador. Em contrapartida, os cenários e inimigos comuns deixam muito a desejar por causa da pouca variedade de elementos. No geral, apesar da simplicidade,  é uma excelente alternativa para os fãs do gênero .

Prós

  • Há inúmeras combinações de ataques possíveis de serem criadas;
  • Os demônios que enfrentamos possuem visuais e padrões de ataques únicos;
  • A progressão através de missões torna o desenvolvimento do protagonista natural;
  • Há muitos generais para derrotar, todos com habilidades únicas;
  • Os gráficos são lindos e a mescla de 8-bits com 3D funciona muito bem.

Contras

  • Os cenários são pouco criativos e contam com muitos elementos repetidos;
  • Poluição visual em locais com muitos inimigos;
  • Os samurais possuem pouca variedade visual.
Samurai Bringer — PC/PS4/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela PLAYISM

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