Em meio a um futuro em crise, uma nova detetive particular tem a difícil missão de manter a sua agência em pé ao mesmo tempo em que resolve vários casos. Essa é a premissa de Chinatown Detective Agency, um point-and-click que opta por puzzles que demandam pesquisa na internet ao invés de integrar as pistas totalmente no jogo.
A história é dividida em episódios, com cada um deles apresentando um novo caso com um puzzle para resolver. A ideia é simples: Amira recebe um novo caso de um cliente, vai ao lugar indicado, descobre uma pista necessária para avançar e precisa oferecer uma solução. A personagem pode, por exemplo, estar procurando uma palavra, um código ou uma localização e a resposta leva à resolução do caso.
O modelo de gameplay é bem simples e não tem grandes variações, deixando a experiência um tanto formulaica. Porém, o que chama a atenção aqui é a proposta por trás dos desafios. Ao invés de resolver o caso internamente, o próprio jogador precisa fazer o trabalho de investigação. A experiência ideal é abrir o seu buscador na internet (muito provavelmente o Google) e sair digitando palavras-chave para encontrar a resposta.
Com o jogo já lançado, é possível simplesmente achar a resposta com certeza em um site de guias. E mesmo sem eles, às vezes um pouquinho de conhecimentos gerais já pode até ser o suficiente para resolver alguns desafios. Porém, o que ele realmente quer é esse trabalho de abrir várias abas para aprender métodos de decodificação, pesquisar latitudes e longitudes, entre outras possibilidades.
Nem sempre é fácil entender como resolver o problema. Até mesmo o modo de pesquisar na internet para poder encontrar a solução por conta própria pode não ser algo trivial. Por conta disso, vale destacar que Chinatown Detective Agency possui um sistema interno de pistas. Basta entrar em contato com uma personagem que pode te fornecer até mesmo todas as soluções, se você quiser, e possui dicas úteis para os casos.
Chama a atenção também que a resolução dos casos muitas vezes envolve a viagem da protagonista para outras cidades no mundo. Há uma grande variedade de localidades disponíveis e todas elas chamam atenção não apenas por serem bem diferentes entre si, mas também por sua coesão temática com o aspecto futurista da obra. Os cenários e os objetos dispostos ajudam na percepção de como a vida ocorre no universo imaginado, com fortes traços de urbanidade, modernidade e decadência.
Para viajar, é necessário gastar dinheiro e prestar atenção no tempo gasto na viagem, sendo interessante evitar idas a lugares que nada têm a contribuir para os casos. O dinheiro também é necessário para pagar o aluguel da agência no início do mês, que aumenta mais para a frente quando Amira conseguir um auxiliar. Caso o jogador resolva rapidamente os casos, a grana não será um problema significativo.
Ainda falando do aspecto textual, o jogo parece ter passado por uma revisão muito recente que gerou certas contradições para a experiência. Isso é especialmente perceptível na dublagem, que ocorre em trechos bem limitados e chega a não condizer com o que está escrito em alguns momentos. Em particular, a atuação é bem ruim, com vários trechos inexpressivos que parecem ser apenas leituras quebradas. A mixagem de volume também oscila em algumas ocasiões.
Até mesmo na escrita é perceptível que faltou um pouco mais de revisão e isso também afeta o gameplay. Em um determinado momento, é necessário encontrar a solução de um código Morse. Porém, a resposta oferecida difere da conversão do código, e é especialmente perceptível que se trata de um erro, pois a solução que o jogo considera errada deve ser utilizada no capítulo seguinte.
Outro problema comum são os bugs. Como há vários menus simultâneos na tela, há situações em que a sobreposição pode causar alguns problemas. Passei também por momentos em que era impossível prosseguir porque o jogo eliminou botões de interação, ou a ordem em que eu precisava realizar determinadas ações foi invertida.
Por conta disso, fui forçado a voltar ao início dos capítulos para passar pelo mesmo ponto e não ter mais o problema visto. Não ajuda nem um pouco o fato de que os saves são limitados, sendo possível apenas salvar dentro da agência e contar com auto saves de transição de capítulos. Essa restrição não contribui de nenhuma forma para a experiência, mas os auto saves são de grande ajuda.
Bem-vindos ao futuro megacorporativo
Chinatown Detective Agency conta a história da ex-policial Amira Darma. Após abandonar o distintivo, ela criou uma agência de investigação particular no bairro Chinatown, em Singapura. Em pouco tempo, a protagonista acaba se envolvendo em casos bizarros que a levarão a descobrir detalhes sombrios que extrapolam o âmbito da cidade em que mora e podem afetar todo o mundo.A história é dividida em episódios, com cada um deles apresentando um novo caso com um puzzle para resolver. A ideia é simples: Amira recebe um novo caso de um cliente, vai ao lugar indicado, descobre uma pista necessária para avançar e precisa oferecer uma solução. A personagem pode, por exemplo, estar procurando uma palavra, um código ou uma localização e a resposta leva à resolução do caso.
O modelo de gameplay é bem simples e não tem grandes variações, deixando a experiência um tanto formulaica. Porém, o que chama a atenção aqui é a proposta por trás dos desafios. Ao invés de resolver o caso internamente, o próprio jogador precisa fazer o trabalho de investigação. A experiência ideal é abrir o seu buscador na internet (muito provavelmente o Google) e sair digitando palavras-chave para encontrar a resposta.
Nem tudo depende de pesquisa externa. |
Nem sempre é fácil entender como resolver o problema. Até mesmo o modo de pesquisar na internet para poder encontrar a solução por conta própria pode não ser algo trivial. Por conta disso, vale destacar que Chinatown Detective Agency possui um sistema interno de pistas. Basta entrar em contato com uma personagem que pode te fornecer até mesmo todas as soluções, se você quiser, e possui dicas úteis para os casos.
Chama a atenção também que a resolução dos casos muitas vezes envolve a viagem da protagonista para outras cidades no mundo. Há uma grande variedade de localidades disponíveis e todas elas chamam atenção não apenas por serem bem diferentes entre si, mas também por sua coesão temática com o aspecto futurista da obra. Os cenários e os objetos dispostos ajudam na percepção de como a vida ocorre no universo imaginado, com fortes traços de urbanidade, modernidade e decadência.
Para viajar, é necessário gastar dinheiro e prestar atenção no tempo gasto na viagem, sendo interessante evitar idas a lugares que nada têm a contribuir para os casos. O dinheiro também é necessário para pagar o aluguel da agência no início do mês, que aumenta mais para a frente quando Amira conseguir um auxiliar. Caso o jogador resolva rapidamente os casos, a grana não será um problema significativo.
Pane no sistema
Infelizmente, apesar de Chinatown Detective Agency ter um trabalho lindo de ambientação e da proposta de gameplay ser bem charmosa, o jogo em si acaba tendo várias fraquezas. Além da questão da obra ser muito formulaica, a própria história acaba caindo em certos clichês de histórias de detetive que apenas enfraquecem o desenrolar da trama. Em especial, é notável certos momentos de conveniência narrativa em que a protagonista é tratada como se fosse uma novata ingênua apenas para poder gerar reviravoltas negativas muito óbvias.Ainda falando do aspecto textual, o jogo parece ter passado por uma revisão muito recente que gerou certas contradições para a experiência. Isso é especialmente perceptível na dublagem, que ocorre em trechos bem limitados e chega a não condizer com o que está escrito em alguns momentos. Em particular, a atuação é bem ruim, com vários trechos inexpressivos que parecem ser apenas leituras quebradas. A mixagem de volume também oscila em algumas ocasiões.
Até mesmo na escrita é perceptível que faltou um pouco mais de revisão e isso também afeta o gameplay. Em um determinado momento, é necessário encontrar a solução de um código Morse. Porém, a resposta oferecida difere da conversão do código, e é especialmente perceptível que se trata de um erro, pois a solução que o jogo considera errada deve ser utilizada no capítulo seguinte.
Outro problema comum são os bugs. Como há vários menus simultâneos na tela, há situações em que a sobreposição pode causar alguns problemas. Passei também por momentos em que era impossível prosseguir porque o jogo eliminou botões de interação, ou a ordem em que eu precisava realizar determinadas ações foi invertida.
Por conta disso, fui forçado a voltar ao início dos capítulos para passar pelo mesmo ponto e não ter mais o problema visto. Não ajuda nem um pouco o fato de que os saves são limitados, sendo possível apenas salvar dentro da agência e contar com auto saves de transição de capítulos. Essa restrição não contribui de nenhuma forma para a experiência, mas os auto saves são de grande ajuda.
Um experimento curioso para o gênero
Chinatown Detective Agency é um jogo de investigação com uma proposta atípica, que busca incentivar o jogador a pesquisar por conta própria no mundo real. Apesar disso, trata-se de uma experiência muito limitada e que merecia mais polimento para realmente se tornar um bom exemplar do gênero.Prós
- Grande variedade de ambientes futuristas que chamam a atenção;
- Uma proposta curiosa de puzzles baseados em conhecimentos gerais e pesquisas na internet;
- O sistema interno que fornece pistas e soluções pode ser bem útil quando o jogador quer apenas avançar na história.
Contras
- Bugs ocasionais podem atrapalhar o progresso;
- Os capítulos acabam se resumindo a uma mesma fórmula muito simples;
- Saves limitados;
- Dublagem ruim e limitada, com vários trechos que não condizem com a escrita;
- O texto possui algumas falhas de revisão, incluindo uma solução errônea para um dos puzzles;
- Alguns trechos são clichês óbvios de detetive que enfraquecem o desenrolar da trama.
Chinatown Detective Agency — PC/XBO/XSX/Switch — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Humble Games
Análise produzida com cópia digital cedida pela Humble Games