Horizon Forbidden West (PS5/PS4): Como está o jogo no PlayStation 4?

Um relato sobre a experiência com um jogo tão grandioso em um console da geração passada.

em 02/03/2022

Após alguns anos de expectativa, e mais alguns de espera desde seu anúncio oficial em 2020, finalmente tivemos o lançamento de Horizon Forbidden West. Inicialmente anunciado como sendo exclusivo para o PlayStation 5, alguns meses após sua revelação, a Sony e a Guerrilla Games informaram que o game também seria lançado para o PlayStation 4, o que animou muitos jogadores, e levantou dúvidas em outros.

Apesar das polêmicas que surgiram sobre a forma como o Horizon Forbidden West seria distribuído, o que importa é que agora o jogo está disponível para todos os membros da comunidade PlayStation e já é um dos mais importantes títulos de seu catálogo, além de ser um dos principais lançamentos do ano.
Rumo o Oeste Proibido no PlayStation 4
Entretanto, a grande maioria das análises, inclusive a nossa, são referentes à versão para o PlayStation 5. E o que sabemos é que a maior base instalada ainda é a do seu predecessor, o PlayStation 4. Sendo assim, nesta matéria trago uma espécie de análise informal sobre como está o desempenho do game no PS4, com o objetivo de auxiliar ou mesmo esclarecer dúvidas sobre como Horizon Forbidden West está rodando na geração passada para quem tem curiosidade sobre o tema ou esteja pensando em qual versão investir seu tempo.

Um jogo de 2022 em um hardware de 2013

Para início de conversa, é válido lembrar que o PlayStation 4 foi lançado em novembro de 2013, o que significa que estamos falando de um hardware que já completou oito anos de estrada na indústria. Dois modelos foram lançados posteriormente: o PS4 Slim, uma versão mais compacta, mas com as mesmas especificações técnicas de seu modelo original; e o PS4 Pro, modelo mais robusto cujo diferencial é sua unidade de processamento gráfico com mais que o dobro de potência que seu modelo original. Ambos chegaram ao mercado no segundo semestre de 2016.
O PlayStation 4 foi lançado em novembro de 2013, e recebeu mais dois modelos em 2016
Meu modelo é o original, popularmente chamado de FAT. Entretanto, devo pontuar que no início deste ano eu fiz um aprimoramento no hardware do console, trocando o armazenamento interno, que por padrão faz uso de um HDD mecânico, por um SSD. E com a experiência que já tive não só com Forbidden West, mas também com outros jogos de minha coleção, a troca desta única peça proporcionou uma melhora significativa não só na saúde do meu console, mas na experiência de jogo em outros títulos. Diversos vídeos no YouTube e tópicos em fóruns discutem sobre o tema e confirmam a melhora na qualidade de vida ao usar um console equipado com um SSD.

Um exemplo é o problemático Cyberpunk 2077, em que eu sofria com as telas de carregamento frequentes e coisas “pipocando” na tela, principalmente texturas sendo carregadas em tempo real. Isso me fez largar o jogo por um tempo. A troca do armazenamento me proporcionou a oportunidade de finalmente conseguir jogá-lo de forma decente, reduzindo o tempo de carregamento consideravelmente. Em 2022, eu finalmente estava conseguindo jogar Cyberpunk 2077, até a CD Projekt Red quebrar ele outra vez com a mais recente atualização.

Devo reforçar ainda que a troca do armazenamento por um SSD, um dispositivo rápido e eficiente, por si só, traz benefícios apenas no que diz respeito ao carregamento de dados. As instalações de jogos e atualizações ficam mais rápidas, os tempos de carregamento tendem a cair e o sistema operacional do PlayStation 4 funciona de forma mais fluida e ágil. Não adianta trocar essa peça esperando ver milagres no aspecto gráfico ou no som.
O cobiçado PlayStation 5 ainda é um item difícil de conseguir, tanto pelo preço quanto pela disponibilidade
Seu PS4 não será capaz de rodar jogos com resolução maior que Full HD (no caso dos modelos base e slim), ter um ganho na taxa de quadros e muito menos o carregamento quase instantâneo que vemos no PlayStation 5. Parece bobo eu ter que explicar isso, mas é bom que eu enfatize, pois um dispositivo SSD ainda é um investimento custoso e é importante pontuar os reais benefícios disso.

As principais melhorias são percebidas em jogos de mundo aberto, que são os que mais exigem do armazenamento. Com um dispositivo capaz de transmitir essas informações de maneira mais rápida, o jogo flui melhor e o processamento de dados do console fica otimizado. Dados os devidos esclarecimentos, vamos a alguns testes básicos que realizei enquanto jogava.

Jogo bonito, jogo bem feito

Na data da publicação desta matéria eu já tenho cerca de 50 horas de jogo registradas em Horizon Forbidden West. Neste período, pude prestar atenção em diversos detalhes acerca do desempenho do game no PS4 enquanto acompanhava a história e realizava as inúmeras atividades disponíveis no mundo do jogo.

Graficamente ele não se compara ao nível de detalhes apresentado pela versão do PS5, com texturas extremamente detalhadas em todos os lugares. Desde as folhas no chão até a espuma formada pelas ondas na água. Algo que apenas quem realmente está preocupado com detalhes vai perceber e sentir se realmente faz alguma diferença na experiência do jogador. Mas isso não significa que a Guerrilla Games não tenha caprichado nesses detalhes no PS4.
Mesmo não dispondo da mesma tecnologia gráfica do PS5, ainda temos um resultado impressionante
Nele o jogo está extremamente bonito e bem feito. A gente sente que está sim bem melhor que Horizon Zero Dawn neste aspecto, principalmente nos modelos dos personagens, mais detalhados e com uma tecnologia de captura facial bem mais detalhada que o jogo de 2017. As imagens usadas para ilustrar esta matéria, inclusive, são screenshots que tirei enquanto jogava, principalmente usando o modo fotografia, que conta com uma generosa gama de ajustes de lentes, iluminação e decoração para eternizar momentos da jornada.

Um dos principais problemas que presenciei, durante a maior parte do tempo, foi em relação à iluminação. Dependendo do ambiente em que Aloy está, a luz acaba gerando anomalias gráficas que comprometem a beleza do game, principalmente em locais fechados, como as ruínas e caldeirões, e em algumas áreas de deserto e subaquáticas, em que a luz gera uma espessa camada de névoa ou deixa a água muito turva, o que atrapalha muito nossa visão.
Na região de Las Vegas, o efeito das tempestades de areia denuncia que o PS4 possui limitações
Um efeito de névoa espessa demais também é percebido em locais fechados como as ruínas e caldeirões
Texturas sendo carregadas em tempo real aconteceram em alguns momentos, principalmente nas cenas com várias transições de câmera, como na sequência do Kulrut e quando encontrei a trupe de Morlund em Las Vegas. Mesmo com meu console equipado com um SSD, esse problema técnico aconteceu, mas foi raro. Ao transferir o jogo para meu HDD externo para ver se teria muita diferença, ele já surgia com um pouco mais de frequência, estendendo-se para situações fora de cenas de diálogo, ou seja, sem as transições de câmera que dão o gatilho para essa situação. Na área da floresta, por exemplo, eu via uma casca de árvore sendo carregada uma vez ou outra.

Uma das novidades do game é a possibilidade de explorar áreas submersas, principalmente após a aquisição da máscara de mergulho. Como já relatei, em ambientes fechados, a turbidez da água, somada às anomalias de iluminação, deixam a visibilidade bastante prejudicada. O que não chega a ser um problema em locais abertos, como na região costeira do mapa. Nessas regiões, é possível ver uma beleza submarina e deslumbrante na maior parte do tempo. Aqui a diferença maior em relação à versão do PS5 é no que diz respeito ao espelho d'água, que não possui o mesmo nível de transparência e reflexão quando Aloy está submersa.
Áreas submersas em locais como cavernas e grutas sofrem com o grosseiro efeito de turbidez da água
Fechando esse tópico, caso tenha interesse em ver o nível de detalhes, a diferença de performance e qualidade gráfica das duas versões do game, deixo o convite para que você assista a análise técnica feita pelo Digital Foundry, em que exploram a fundo todos estes aspectos em Horizon Forbidden West.

A geração passada não deixa nada a desejar

Uma das coisas que gosto de notar durante o ciclo de vida de um console é a capacidade que ele possui em reproduzir jogos com qualidade superior sem a necessidade de modificar seu hardware como se costuma fazer com um PC. Um exemplo disso foi quando fiz a análise de The Last of Us Part II (PS4) em 2020 e mencionei sobre como o console é levado ao extremo para entregar uma experiência perfeita. Com Horizon Forbidden West temos mais um ótimo exemplo disso.

O desempenho do motor gráfico Decima, da Guerilla Games, é levado até às últimas consequências para permitir que nossa jornada pelo Oeste Proibido deixe o tumulto apenas para a narrativa. Durante minhas sessões de jogatina, foram raros os momentos em que me deparei com algum bug técnico, como ficar preso numa parede ou um comportamento estranho de alguma máquina ou NPC.
É incrível ver o que o PS4 consegue entregar até hoje
Houve um momento em particular em que eu estava escalando um Pescoção e, ao chegar na cabeça do bicho, Aloy simplesmente a atravessou e caiu. Subi novamente e o erro persistia. Recarreguei o jogo a partir de um salvamento mais recente e o erro sumiu. Foi bizarro, mas aconteceu, lembrando que, por mais belo e competente que o jogo seja, ainda está suscetível a erros e alguns problemas. Ainda assim, estamos falando de um jogo que daqui a dois, três, dez anos, vai impressionar com seu desempenho e qualidade em um equipamento fabricado muito antes de seu lançamento.

De todo modo, mesmo que eu não tenha tido (ainda) a oportunidade de jogá-lo em um PlayStation 5, fico feliz em poder viver a experiência de Horizon Forbidden West no meu "guerreirinho". Por isso, deixo esse relato para motivar e informar quem possa ter algum receio de jogá-lo agora num PS4. O bom é que essa versão dá acesso ao upgrade para a do PS5 sem custo adicional, então aproveite de qualquer forma.
E você? Onde está jogando Horizon Forbidden West? Compartilhe suas impressões sobre o jogo nos comentários e continue nos acompanhando para mais matérias especiais sobre o game. Ainda tem muito mais por vir. Fique agora com uma galeria de fotos que fiz durante minha jornada pelo Oeste Proibido.
















Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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