Um Japão feudal de mitos e horrores
Ikai conta a história de uma sacerdotisa que vive em um templo afastado nas montanhas. Um dia, ela decide ir a um rio nas redondezas, mas essa escolha acaba levando a personagem a ter contato com seres sobrenaturais. Mesmo voltando para o templo, as coisas não são mais como eram antes.
Alia-se a isso a grande escuridão dos cenários e o excelente uso de efeitos sonoros. Sem enxergar muito bem o que está próximo e escutando ruídos cuja fonte do som não é clara, o jogador tende a ficar paranoico. Isso mostra muito bem a competência da equipe de desenvolvedores, conseguindo realmente explorar a sensação de estar em um lugar deserto e escuro com a impressão de ter algo ali além de você.
No caminho, também foi possível encontrar cartinhas sobre yokais. Elas descrevem um pouco dos mitos regionais, sendo um elemento colecionável curioso e bem-vindo. Seria ótimo se o jogo final descrevesse um pouco mais os objetos do templo, justamente para ter essa mesma sensação de recompensa cultural pela exploração.
Desafios francamente chatos
Apesar da ambientação ter chamado bastante a minha atenção, o mesmo não pode ser dito para a jogabilidade em si. Com visão em primeira pessoa, Ikai explora aventura e ação com vários desafios ao longo do caminho. Porém, em vez de trazer um elemento de tensão para o jogo, eles acabam deixando a experiência mais enfadonha.
Outro trecho que me incomodou bastante era um desafio envolvendo desviar de chamas. Por se tratar de um jogo em primeira pessoa, é bastante difícil ter uma noção precisa do posicionamento da sacerdotisa, e essa dificuldade de medir a hitbox acaba fazendo com que o desafio seja mais inconveniente do que algo desafiador.
Porém, também gostaria de destacar que achei bem interessante o trecho de perseguição. Nele, o jogador precisa tentar encontrar formas de avançar pelo espaço evitando que a criatura o alcance. O resultado é uma corrida tensa em que o jogador precisa rapidamente vasculhar os objetos do cenários. Nesse ponto, há boas dicas do que deve ser feito, indicando que o jogo final pode muito bem corrigir os problemas que mencionei.
Um jogo de terror com potencial
De forma geral, minha experiência com Ikai foi um pouco mista. O clima de terror é perfeito e envolvente, com elementos que realmente se destacam e mostram o cuidado e habilidade dos desenvolvedores. Porém, os desafios estavam aquém do resto da experiência, sendo tarefas chatas que me deixaram incomodado. Fico na expectativa de que o tempo que ainda há até o lançamento seja suficiente para que o jogo final seja tenso, mas não enfadonho.Texto de impressões escrito com edição de testes gentilmente cedida pela PM Studios
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli