Fazer boas curvas é uma habilidade essencial em jogos de corrida, pois um traçado aberto ou fechado demais faz com que o veículo saia da pista. Agora imagine um jogo de corrida em que as pistas não possuem limites: sua geometria é tubular, e podemos girar com liberdade de 360º para ultrapassar um oponente ou sair do seu campo de visão. Gravity Chase é um curioso arcade indie futurista no qual pilotamos veículos em pistas tubulares antigravidade.
Wipeout com tiroteio
Imagine uma curiosa mescla de F-Zero (SNES) e Wipeout (Multi), mas com tiroteios como em Ride or Die (PS2) e em pistas tubulares 3D. O curioso resultado será Gravity Chase (XBO/PC), um jogo de corrida pouco convencional e alucinante.
O grande diferencial aqui são as pistas em formato tubular. Em algumas delas corremos na parte externa do tubo, em outras na parte interna. Alguns circuitos são do tipo “half-pipe”, em que apenas metade do tubo está disponível para correr. São dezesseis circuitos diferentes, que desbloqueamos com pontos ganhos ao completar corridas.
Os veículos futuristas em formato de nave percorrem os circuitos sempre colados na superfície do tubo, por isso não há risco de “cair” da pista, mesmo dirigindo de ponta cabeça. O jogador tem liberdade para dar voltas em 360º, aproveitando a geometria para fazer ultrapassagens ou escapar dos tiros dos oponentes.
São dez modelos de veículos, com diferentes características de aceleração, velocidade, peso e resistência. Com os pontos ganhos nas corridas as naves podem receber upgrades de velocidade, aceleração e manobrabilidade. Ao contrário das pistas, todas as naves já começam o jogo desbloqueadas.
Não Euclidiano
Gravity Chase oferece três modos de jogo: Arcade, Combat e Eliminator. Arcade é o modo de corrida, pura e simples: vence aquele que chegar em primeiro lugar. No modo Combat as naves podem usar seu armamento para danificar os oponentes. Quando a blindagem é totalmente avariada, a nave explode e volta em seguida, precisando acelerar novamente.
No modo Eliminator, de tempos em tempos surge um contador e ao final da contagem, o piloto que estiver na última posição é eliminado. Ganha o último que sobreviver.
Outros blocos desaceleram a nave e podem danificar sua blindagem. Por último, há itens que fornecem nitros, munição, escudos temporários ou que reparam os danos à sua blindagem. O uso inteligente dos itens coletados na pista é tão crucial quanto sua habilidade ao volante.
Entrando pelo cano
As corridas são bastante frenéticas, com altíssima sensação de velocidade, reforçada pelos elementos de neon das pistas. Os visuais são bonitos, mas parecem um pouco datados, semelhantes a jogos da época do Dreamcast, e alguns cenários poderiam ter um acabamento melhor.
Outro ponto que deixou a desejar foi a ausência de um sistema de salvamento. Quando você reinicia o jogo, perde todas as pistas desbloqueadas e as melhorias compradas nas naves, precisando reconstruir todo o progresso novamente. Talvez essa característica seja proposital, para reforçar o aspecto arcade do título, mas não deixa de ser frustrante. Gravity Chase também não é compatível com o recurso Quick Resume do Xbox Series.
A trilha sonora contém batidas estilo techno e rock muito empolgantes, combinando bastante com o tom futurista do jogo.
You Tubo
Gravity Chase é um arcade de corrida com jogabilidade simples, casual e bastante divertida. Apesar de possuir gráficos um pouco aquém do que se encontra nos jogos modernos e da impossibilidade de reter o seu progresso, oferece uma sensação alucinante de velocidade e proporciona muita diversão e adrenalina nas corridas com combates ou com eliminação de oponentes. É um título indicado para jogadores casuais e partidas com amigos em tela dividida.
Prós
- Jogabilidade veloz e alucinante;
- Geometria das pistas oferece jogabilidade diferenciada;
- Grande variedade de pistas e veículos;
- Multiplayer local para até quatro jogadores em tela dividida;
- Bom para partidas casuais.
Contras
- Gráficos ultrapassados;
- Não salva seu progresso.
Gravity Chase - XSX/XBO/PC - Nota: 7.5Versão utilizada para análise: XSX
Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Repixel8