Nyah é uma adorável garotinha de oito anos muito curiosa e que adora estudar a natureza. Na volta da escola, ela encontra um gatinho morto e, ao seguir seu espírito, acaba presa em um universo paralelo, sombrio e hostil. O objetivo em Little Bug é levar Nyah de volta para casa, mas a tarefa não será nada fácil, pois o caminho é cheio de perigos. Felizmente, ela conta com uma ajuda muito especial na forma de uma esfera de luz.
Quem sabe eu ainda sou uma garotinha
Little Bug é um puzzle em plataformas 2D com controles simples e mecânica complexa. O jogador controla simultaneamente Nyah e um espírito de luz que a acompanha. A garotinha é controlada com o analógico esquerdo e pode mover-se horizontalmente, mas não pode pular, algo inusitado para um jogo de plataforma. É aí que entra a mecânica inovadora de Little Bug: o espírito, controlado pelo analógico direito, pode ser movido livremente pelo cenário e, ao apertarmos o gatilho do controle, forma-se um vínculo entre os dois personagens, na forma de um raio de luz. Esse raio puxa a garota, que pode usar o impulso para saltar obstáculos e evitar inimigos.A linha espiritual pode puxar a garota a grandes distâncias e, quanto maior a distância, maior o impulso. O raio também derrete blocos de gelo que estejam bloqueando a passagem e sua energia pode iluminar áreas escuras. Porém, existem limitações: o feixe não consegue atravessar objetos sólidos e só pode ser acionado por poucos segundos, necessitando esperar um tempo de recarga para ser usado novamente.
Pelo caminho, Nyah encontra tesouros na forma de flores, cogumelos, pedrinhas e pequenos objetos. Curiosa e entusiasmada pela natureza, a garotinha pode guardar esses tesouros em sua lancheira, fazendo comentários pessoais sobre cada um deles. Quando a mochila encher, você poderá ofertar esses objetos para o espírito do gatinho, fazendo com que eles apareçam em um altar como troféus colecionáveis e liberem missões secretas. Alguns desses itens ficam em áreas escondidas, exigindo um pouco de exploração para coletar todos.
Contudo, isso não quer dizer que os desafios serão fáceis. Apesar dos controles simples, a mecânica do jogo é relativamente complexa e será preciso prática para dominá-la. O jogo me lembrou do clássico Limbo (Multi), com sua ambientação sombria minimalista e puzzles divididos em seções. Em determinados lugares, você encontrará velas, que representam checkpoints, e, ao morrer, você volta imediatamente para o último checkpoint conquistado.
Os primeiros trechos são pouco desafiadores, mas em pouco tempo a dificuldade escala para níveis bem mais altos. A dificuldade não cresce em um ritmo constante e, na metade para o final do jogo, as velas ficam exageradamente distantes umas das outras. Inclusive, há um trecho longo com limite de tempo para vencer os obstáculos e que não possui nenhum ponto de salvamento intermediário. Qualquer erro milimétrico nesse trecho fará com que você reinicie-o desde o começo.
Senti falta do recurso de movimentação da câmera para espiar os arredores antes de fazer um movimento, ferramenta muito comum em jogos de plataforma. Sem esse recurso, muitas fases são descobertas na base de se lançar no desconhecido para morrer e, embora pareça ser uma característica intencional em Little Bug, é também um pouco frustrante.
A trama é contada de forma sutil, por meio dos comentários de Nyah sobre os objetos coletados e algumas cutscenes em que encontramos a mãe da garota. Apesar da simplicidade, no roteiro há uma trama envolvendo culpa e ciúmes, o que torna a ambientação ainda mais sombria. O final, entretanto, deixa um pouco a desejar, e a aventura pode ser completada entre uma a três horas, dependendo do nível de habilidade do jogador.
Simples não quer dizer fácil
O level design do início do jogo é incrível e as mecânicas são apresentadas naturalmente, sem a necessidade de textos explicativos. Se o jogador estiver perdido, uma discreta indicação dará uma dica sobre o que fazer. Os controles são tão simples, que nos primeiros minutos você já saberá tudo o que precisa.Contudo, isso não quer dizer que os desafios serão fáceis. Apesar dos controles simples, a mecânica do jogo é relativamente complexa e será preciso prática para dominá-la. O jogo me lembrou do clássico Limbo (Multi), com sua ambientação sombria minimalista e puzzles divididos em seções. Em determinados lugares, você encontrará velas, que representam checkpoints, e, ao morrer, você volta imediatamente para o último checkpoint conquistado.
Os primeiros trechos são pouco desafiadores, mas em pouco tempo a dificuldade escala para níveis bem mais altos. A dificuldade não cresce em um ritmo constante e, na metade para o final do jogo, as velas ficam exageradamente distantes umas das outras. Inclusive, há um trecho longo com limite de tempo para vencer os obstáculos e que não possui nenhum ponto de salvamento intermediário. Qualquer erro milimétrico nesse trecho fará com que você reinicie-o desde o começo.
Senti falta do recurso de movimentação da câmera para espiar os arredores antes de fazer um movimento, ferramenta muito comum em jogos de plataforma. Sem esse recurso, muitas fases são descobertas na base de se lançar no desconhecido para morrer e, embora pareça ser uma característica intencional em Little Bug, é também um pouco frustrante.
Luzes de neon no escuro
Os gráficos com estética sombria e minimalista, que contrasta luzes de neon com sombras, são simples e belos. Os movimentos de Nyah são muito bem animados e fluidos. A música é excelente e se altera em momentos de tensão ou medo, combinando perfeitamente com a proposta de ambientação.A trama é contada de forma sutil, por meio dos comentários de Nyah sobre os objetos coletados e algumas cutscenes em que encontramos a mãe da garota. Apesar da simplicidade, no roteiro há uma trama envolvendo culpa e ciúmes, o que torna a ambientação ainda mais sombria. O final, entretanto, deixa um pouco a desejar, e a aventura pode ser completada entre uma a três horas, dependendo do nível de habilidade do jogador.
A luz te guiará
Little Bug é um puzzle de plataforma com mecânicas únicas que mostra como simplicidade não é sinônimo de falta de desafios. Apesar de possuir picos irritantes de dificuldade, é um jogo interessante que colocará à prova o domínio que o jogador tem sobre os controles, enquanto conta a mais incrível aventura já vivida no caminho da escola para casa.Prós
- Controles simples e mecânica complexa;
- Grande variedade de desafios;
- Protagonista adorável;
- Ambientação minimalista e bela.
Contras
- Dificuldade inconstante;
- Checkpoints em lugares mal planejados.
Little Bug - XSX/XBO/Switch/PC - Nota: 8.0Versão utilizada para análise: XSX
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise produzida com cópia digital cedida pela Red Deer Games