Análise: Date Night Bowling (PC) combina boliche e interação social em uma experiência curtinha

Misturando gêneros improváveis, o título pode ser divertido com expectativas moderadas.

em 14/12/2021
Quando Date Night Bowling foi anunciado, fiquei bastante curioso com a sua premissa. O conceito de misturar boliche e romance em um jogo não é algo que eu tenha experimentado antes. Curto, o título oferece uma boa experiência casual, mas erra a mão em alguns pontos.

Uma noitada no boliche

De forma simples, Date Night Bowling simula a experiência de uma noite no boliche. Há um modo Casual Bowl e o Date Night Bowl, sendo o primeiro mais ágil pela ausência de diálogos e minigames. Em ambos os casos, é possível jogar em três formatos: sozinho, contra a IA ou em multiplayer local.

É importante ter em mente que os personagens estão inicialmente bloqueados para os modos contra a IA e multiplayer. Para habilitá-los, é necessário jogar o Date Night Bowl com os respectivos personagens. A ideia é que assim o jogador ganharia familiaridade com a história de cada um e suas motivações. Porém, os personagens são bem simples, sendo um caso em que essa restrição não traz vantagens ao jogo.

São ao todo dez opções, sendo cinco homens e cinco mulheres. Cada personagem tem algumas variações para de roupa e diferenças em sua força e na capacidade de fazer a bola girar. Ao jogar com outra pessoa ou contra a IA, é possível colocar qualquer personagem contra outro fazendo com que os encontros possam ser entre pessoas do mesmo gênero.

Infelizmente, nem sempre há um contexto romântico para o encontro. De forma geral, mesmo os que insinuam mais são bem mornos. Não há muito desenvolvimento dos personagens e não se trata de uma obra que consiga realmente apelar adequadamente aos fãs de dating sims.

Um encontro muito curto

Ao pensarmos no termo dating sim, é fácil associá-lo a um jogo focado em texto em que é possível fazer escolhas para agradar um parceiro e aumentar pontos de relacionamento. Porém, a proposta de Date Night Bowling é um tanto diferente, optando por uma coletânea de minigames para representar atividades variadas.
Essas atividades incluem exercícios de memória, associação de imagens, apertar botões no tempo correto, entre outros. A ideia é representar ações que poderiam fazer parte de um encontro, como “pegar bebida para o parceiro”, “fazer massagem”, “dançar” e até mesmo formas diferentes de “dialogar”. A transformação desses momentos corriqueiros em minigames faz com que eles sejam reaproveitáveis para quaisquer personagens.

O resultado é que o encontro tem sempre a mesma cara, independentemente da combinação. Há pequenas falas únicas para cada personagem, mas esses momentos são breves demais para efetivamente trabalhar as individualidades de cada um. Sem diferenciação, o jogo acaba ficando repetitivo rapidamente, desestimulando o interesse em testar as outras possibilidades.

Vale destacar que o sucesso do encontro depende exclusivamente do bom desempenho nos minigames que aparecem entre cada rodada. A performance do jogador em cada atividade pode ser avaliada como “Bad”, “Ok” ou “Great”, aumentando os pontos gerais do encontro para satisfazer o parceiro.

A avaliação deles é um pouco desbalanceada, com alguns minigames em que erros são muito mais negativos e outros em que eles são relevados. Aliado a isso, há o fato de que a descrição dos minigames é apresentada de forma muito maçante. Mesmo sendo divertidas, essas atividades acabam fazendo com que a disputa de boliche fique mais lenta ao mesmo tempo em que não há uma sensação real de progresso no relacionamento dos personagens até o fim.

Um jogo de boliche casualmente divertido

Em termos do esporte em si, Date Night Bowling oferece uma boa experiência casual. Além dos personagens com características de jogo diferentes, é possível optar por diversos pesos de bola, quantidade de óleo na pista, assim como dificuldade normal ou difícil. Há também duas variações de ambiente, o que acaba sendo pouco para diversificar o gameplay.

No modo Date Night Bowling, os personagens reagem a cada jogada com pequenas falas. Elas são as mesmas para todos, variando aleatoriamente quando se trata do mesmo tipo de resultado. Apesar da ideia não ser ruim, na prática houve uma pequena falta de cuidado na escolha dessas falas genéricas, sendo algumas destoantes do contexto. Por exemplo, uma fala de “você está jogando melhor” por ter derrubado seis pinos, sendo que antes você estava fazendo strikes, ou falando que o jogador vai se sair melhor na próxima tendo derrubado nove pinos no total daquela rodada.

Mesmo assim, o título é divertido de explorar casualmente. Jogando ocasionalmente, repetir várias vezes os mesmos trechos pode ser menos incômodo. Especialmente o boliche em si é mecanicamente bem-feito, permitindo aos jogadores explorar posicionamentos e jogadas. Encontrar um personagem mais adequado ao seu estilo ou formas de melhor usar cada um deles pode ser uma experiência agradável.

Por utilizar pixel art, o jogo opta por brincar com a perspectiva retrô usando dois filtros. Uma das opções simula a visualização de uma tela CRT, adicionando scanlines e bordas escuras. A outra é um filtro smooth, que borra os pixels. Pessoalmente, considero o segundo horrível por reduzir a definição das imagens, mas é uma opção que algumas pessoas preferem.

Uma diversão passageira

Date Night Bowling
é uma curiosa combinação de boliche e dating sim focado em minigames. Porém, trata-se de um jogo bem simples que provavelmente não manterá a atenção de fãs de nenhum dos dois gêneros por muito tempo. Ainda assim, é uma opção que pode ser bem divertida como experiência casual.

Prós

  • Conceito interessante de combinar boliche e dating sim;
  • Diversidade de personagens jogáveis e roupas;
  • Modos singleplayer e multiplayer.

Contras

  • Algumas das falas genéricas não se encaixam com o contexto do gameplay;
  • A avaliação dos minigames pode ser injusta em algumas ocasiões;
  • Pouca variedade de ambientes;
  • A explicação dos minigames demora a aparecer na tela.
Date Night Bowling — PC — Nota: 6.5
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Serenity Forge

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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