The Good Life é o novo jogo de Swery65, mais conhecido por seu trabalho em Deadly Premonition. Desta vez o diretor e escritor excêntrico decidiu desenvolver um simulador que consegue apresentar uma experiência única e curiosa.
Rainy Woods já foi conhecida como o “vilarejo mais feliz do mundo”, mas parece esconder alguns mistérios. Não demora muito para Naomi descobrir coisas estranhas na região, e a primeira delas é o fato de que os moradores se transformam em cães e gatos em noites especiais. No entanto, uma das personagens continua normal por algum motivo.
Vou evitar comentar mais para não estragar as surpresas, mas vale destacar que as coisas vão ficando cada vez mais estranhas. Por um lado, Naomi acaba aprendendo a se transformar em cachorro e gato, ganhando poderes extras que a ajudam a explorar a cidade. Por outro, há elementos bizarros de lore para serem descobertos conforme Naomi avança na história e começa a pagar sua dívida gigantesca.
Vale destacar que a história é majoritariamente descontraída, com várias piadas. Quando não está apenas xingando o maldito fim de mundo em que se meteu, Naomi costuma comentar sobre como tudo ali parece um jogo. Gostaria apenas de destacar que a personagem, assim como a página do Steam, trata a obra como um RPG, mas The Good Life se encaixa melhor na categoria simulação.
Lidar com esse aspecto de microgerenciamento pode ser bem desgastante para o jogador, tendo em vista que os fatores que geram problemas não são tão claros. No entanto, é uma representação bem curiosa das tribulações comuns do dia a dia como um trabalhador. Acredito que valeria a pena ter uma opção de dificuldade mais fácil para que o jogador pudesse explorar melhor as possibilidades antes de ser afligido por doenças, mas diria que como o jogo funciona atualmente serve bem para aprender como lidar com o tempo e seus recursos.
Outra sugestão seria ter outras formas de lidar com os problemas. Por exemplo: existe uma taxa de higiene no jogo para que Naomi tome banho e cuide de sua aparência com alguma frequência. Graças a isso, quando fiquei com dor de dente, procurei uma forma de escovar dentes ou algo similar que pudesse servir como prevenção. Porém, isso não existe no jogo. Acredito que para os outros problemas também seria interessante ter formas de prevenção adicionais que contribuam para a proposta.
Além da história principal e do aspecto de gerenciamento pessoal, boa parte do jogo envolve formas de obter dinheiro. Conversando com a população local, é possível obter várias missões opcionais, normalmente voltadas a pegar itens, tirar fotos ou usar outras mecânicas do jogo, como cozinhar. Além disso, Naomi tem acesso a um computador lento capaz de usar a rede social Flamingo, na qual é possível ganhar dinheiro com as visualizações das suas fotos.
Uma jornalista endividada em uma cidadezinha do interior
A história começa com a chegada de Naomi Hayward à cidade britânica de Rainy Woods, cujo nome é curiosamente igual ao jogo cancelado que Swery havia projetado antes de Deadly Premonition. A jovem é uma jornalista estadunidense que está passando por graves apuros financeiros. Mudar para essa localização bucólica no meio do nada é uma oportunidade para ela pagar sua dívida investigando os mistérios da região.Rainy Woods já foi conhecida como o “vilarejo mais feliz do mundo”, mas parece esconder alguns mistérios. Não demora muito para Naomi descobrir coisas estranhas na região, e a primeira delas é o fato de que os moradores se transformam em cães e gatos em noites especiais. No entanto, uma das personagens continua normal por algum motivo.
Vou evitar comentar mais para não estragar as surpresas, mas vale destacar que as coisas vão ficando cada vez mais estranhas. Por um lado, Naomi acaba aprendendo a se transformar em cachorro e gato, ganhando poderes extras que a ajudam a explorar a cidade. Por outro, há elementos bizarros de lore para serem descobertos conforme Naomi avança na história e começa a pagar sua dívida gigantesca.
Vale destacar que a história é majoritariamente descontraída, com várias piadas. Quando não está apenas xingando o maldito fim de mundo em que se meteu, Naomi costuma comentar sobre como tudo ali parece um jogo. Gostaria apenas de destacar que a personagem, assim como a página do Steam, trata a obra como um RPG, mas The Good Life se encaixa melhor na categoria simulação.
Administrando a própria vida
Apesar de todas as bizarrices que estão acontecendo na região, no fim do dia, a jornalista tem suas contas para pagar e precisa cuidar bem do seu tempo e da sua saúde. The Good Life é prioritariamente um jogo sobre a vida de uma jornalista comum que precisa conseguir dinheiro e alimento. Uma pessoa que se estressa com as circunstâncias ao seu redor, acaba sentindo dor na coluna por pegar muito peso, fica longas jornadas trabalhando sem dormir e tem uma variedade de problemas. Para piorar, o serviço de saúde da região é péssimo e caro (viva o SUS).Lidar com esse aspecto de microgerenciamento pode ser bem desgastante para o jogador, tendo em vista que os fatores que geram problemas não são tão claros. No entanto, é uma representação bem curiosa das tribulações comuns do dia a dia como um trabalhador. Acredito que valeria a pena ter uma opção de dificuldade mais fácil para que o jogador pudesse explorar melhor as possibilidades antes de ser afligido por doenças, mas diria que como o jogo funciona atualmente serve bem para aprender como lidar com o tempo e seus recursos.
Outra sugestão seria ter outras formas de lidar com os problemas. Por exemplo: existe uma taxa de higiene no jogo para que Naomi tome banho e cuide de sua aparência com alguma frequência. Graças a isso, quando fiquei com dor de dente, procurei uma forma de escovar dentes ou algo similar que pudesse servir como prevenção. Porém, isso não existe no jogo. Acredito que para os outros problemas também seria interessante ter formas de prevenção adicionais que contribuam para a proposta.
Além da história principal e do aspecto de gerenciamento pessoal, boa parte do jogo envolve formas de obter dinheiro. Conversando com a população local, é possível obter várias missões opcionais, normalmente voltadas a pegar itens, tirar fotos ou usar outras mecânicas do jogo, como cozinhar. Além disso, Naomi tem acesso a um computador lento capaz de usar a rede social Flamingo, na qual é possível ganhar dinheiro com as visualizações das suas fotos.
A cada semana há certas palavras-chave que atraem mais atenção. Quando o jogador está com a câmera aberta nas proximidades de um objeto, um animal ou uma pessoa que cumpra os requisitos, uma interjeição e um som específicos aparecem como alerta. Ao tirar boas fotos deles, o jogador consegue dinheiro e seguidores. Com mais pessoas interessadas, o sistema também oferece upgrades para aumentar a quantidade de fotos que podem ser mantidas simultaneamente. Vale destacar que a mensagem dá a entender que o jogador irá receber dinheiro, mas na verdade o sistema cobra pelo upgrade — um erro um tanto cruel de escrita.
Outro elemento importante do jogo são as transformações em gato e cachorro. Como uma gata, Naomi consegue escalar paredes, porém apenas aquelas que possuem a marca de garras. Já como cachorra, ela pode sentir o cheiro de pessoas e animais, o que serve como uma espécie de marcador no mapa que auxilia a encontrar o dono. Infelizmente, ambos os poderes são um tanto limitados, o que acaba reduzindo a eficácia do seu uso. Há também a possibilidade de domesticar ovelhas e montar nelas, havendo inclusive alguns minigames de corrida.
A região também possui vários templos para gatos e cachorros. Eles podem servir como pontos de viagem rápida desde que o jogador pague uma certa quantia. Também é possível alterar a sua tendência para cachorro ou gato (que altera o preço das coisas na cidade) e obter quests de templo.
Em suma, The Good Life oferece uma grande quantidade de coisas para fazer. Apesar do território urbano da cidadezinha ser minúsculo, as fazendas, campos e florestas são vastos. Existem várias quests secundárias e é até natural que o jogador precise gastar um tempo para entender e se adaptar às necessidades de uma vida equilibrada para Naomi enquanto investiga o que está acontecendo na cidade.
Por fim, gostaria de destacar também que existem alguns pequenos defeitos de animação ao longo do jogo. Durante as transições dos modelos isso é particularmente perceptível. Porém, não é nada particularmente problemático, sendo os modelos em si bem agradáveis com seu estilo que lembra papercraft. Durante meu tempo com o jogo, encontrei também um bug que fazia Naomi ficar presa levitando, mas que podia ser corrigido transformando a personagem em cão ou gato; e durante um determinado momento em que o menu não estava acessível por razões de história acabei tendo o jogo fechado durante o pause. Também encontrei um glitch em que Naomi e sua ovelha continuaram se movimentando enquanto eu acessava o menu, o que eu achei divertido de explorar pessoalmente.
Outro elemento importante do jogo são as transformações em gato e cachorro. Como uma gata, Naomi consegue escalar paredes, porém apenas aquelas que possuem a marca de garras. Já como cachorra, ela pode sentir o cheiro de pessoas e animais, o que serve como uma espécie de marcador no mapa que auxilia a encontrar o dono. Infelizmente, ambos os poderes são um tanto limitados, o que acaba reduzindo a eficácia do seu uso. Há também a possibilidade de domesticar ovelhas e montar nelas, havendo inclusive alguns minigames de corrida.
A região também possui vários templos para gatos e cachorros. Eles podem servir como pontos de viagem rápida desde que o jogador pague uma certa quantia. Também é possível alterar a sua tendência para cachorro ou gato (que altera o preço das coisas na cidade) e obter quests de templo.
Em suma, The Good Life oferece uma grande quantidade de coisas para fazer. Apesar do território urbano da cidadezinha ser minúsculo, as fazendas, campos e florestas são vastos. Existem várias quests secundárias e é até natural que o jogador precise gastar um tempo para entender e se adaptar às necessidades de uma vida equilibrada para Naomi enquanto investiga o que está acontecendo na cidade.
Por fim, gostaria de destacar também que existem alguns pequenos defeitos de animação ao longo do jogo. Durante as transições dos modelos isso é particularmente perceptível. Porém, não é nada particularmente problemático, sendo os modelos em si bem agradáveis com seu estilo que lembra papercraft. Durante meu tempo com o jogo, encontrei também um bug que fazia Naomi ficar presa levitando, mas que podia ser corrigido transformando a personagem em cão ou gato; e durante um determinado momento em que o menu não estava acessível por razões de história acabei tendo o jogo fechado durante o pause. Também encontrei um glitch em que Naomi e sua ovelha continuaram se movimentando enquanto eu acessava o menu, o que eu achei divertido de explorar pessoalmente.
Uma experiência que pode valer a pena
The Good Life é uma experiência que pode ser um tanto frustrante para alguns jogadores. Representando a vida de um trabalhador comum em um cenário bizarro, ele opta por pesar a mão em elementos de gerenciamento que com certeza irão desagradar uma boa quantidade de pessoas. Porém, para aqueles que conseguirem ir além, aproveitando todo o carisma do jogo e a sua proposta inusitada, há uma bela experiência para encontrar aqui.Prós
- História divertida com personagens carismáticos;
- Boa variedade de atividades para fazer;
- Representa de forma curiosa a vida de um trabalhador comum em um cenário atípico.
Contras
- Seria interessante que o jogo tivesse uma opção de dificuldade mais fácil ou mais formas de lidar com os problemas de saúde;
- Poderes especiais das transformações possuem usos um tanto limitados;
- Alguns raros bugs;
- Pequenos defeitos de animação.
The Good Life — PC/PS4/XBO/Switch — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Análise produzida com cópia digital cedida pela PLAYISM