Lançado no início de outubro, FIFA 22 adiciona poucas melhorias em seus modos de jogo mais clássicos e apresenta recursos exclusivos da nova geração, mas será que é o suficiente para justificar sua aquisição?
Jogue de tudo que é jeito!
Antes de falar do que realmente interessa, vamos tirar um dos maiores pontos negativos do caminho: por problemas de licenciamento, a seleção e os clubes brasileiros possuem, novamente, jogadores genéricos. Para jogadores mais casuais, como eu, que jogam mais por lazer e reunir os amigos, isso pode não fazer tanta diferença. Porém, para os fãs mais assíduos e competitivos, não poder formar seu time dos sonhos com os futebolistas favoritos pode ser uma grande decepção.
O que não falta em FIFA 22 são modos de jogo para todo tipo de jogador. Para os mais casuais, que jogam de forma mais descontraída ou gostam de reunir os amigos para disputas, há as clássicas opções de jogo rápido e campeonatos offline. Já para quem gosta de jogar online e usufruir de toda a experiência de gerenciar um time e se tornar um grande craque, o título conta com diversos modos muito bem conhecidos.
Começando pela galinha dos ovos de ouro da EA: o Ultimate Team. O modo está, basicamente, igual ao antecessor. Nele, o jogador pode montar seu próprio time com os principais craques de diversos clubes. O modo seria muito divertido se não fosse um pay to win dentro de um jogo que já tem um valor bem salgado.
É possível ganhar os atletas aleatoriamente em pacotes ao completar objetivos e realizar exercícios de treino, porém, isso levará muito mais tempo e te deixará em uma grande desvantagem contra alguém que pode gastar bastante dinheiro para montar o time ideal, tirando toda a competitividade e graça das partidas online. Para quem não quer investir ainda mais dinheiro além do valor gasto para adquirir o jogo, o modo fica desinteressante rapidamente, pois as recompensas conquistadas naturalmente não são gratificantes, tornando a compra de créditos para adquirir os pacotes bem tentadora.
Para quem não se interessa tanto pelo Ultimate Team, há os modos de Carreira de jogador e de gerente de clube. Para quem gosta de toda a parte de gestão de clubes, o modo é um prato cheio. Na carreira de atleta, podemos realizar partidas com um craque famoso ou com um criado pelo próprio jogador. Há agora uma árvore de habilidades do atleta que é preenchida com pontos conquistados ao concluir objetivos durante partidas e treinar com seu personagem.
A campanha de Manager nos permite tomar conta de um famoso clube ou, pela primeira vez, criar nosso próprio time do zero, escolhendo nome, logo, uniforme, estádio, entre outros atributos. Ambas opções de carreira, nas quais você provavelmente passará maior parte do tempo, são bem divertidas e quem é mais leigo nessa parte pode aprender bastante sobre gerenciamento de times, negociações e drafts.
Já o Volta, modo que se assemelha ao que era o FIFA Street, está mais focado para jogar online ou entre amigos. Além da adição de um modo arcade, agora há um medidor de habilidade, que é preenchido conforme os dribles e jogadas são realizados durante a partida e gera um multiplicador que garante mais pontos ao marcar um gol. Divertido no começo, mas fica desinteressante rapidamente. Já o Pro Clubs ficou praticamente a mesma coisa.
Ainda mais realismo com o Hypermotion
A EA tinha como intuito para o FIFA 22 aumentar ainda mais a imersão do jogador em seu simulador de futebol. Para isso, foi usada uma novidade chamada de Hypermotion. Exclusivo para os consoles da nova geração, a tecnologia gravou informações de uma partida real, com 22 jogadores, na qual foram registrados seus movimentos para gerar mais de 4000 novas animações e melhorar a inteligência artificial durante as disputas.
Isso fica muito perceptível quando observamos os jogadores em campo pelos seus sinais, posicionamentos e reações durante a partida, trazendo ainda mais realismo e "humanização" aos jogadores e à disputa. A jogabilidade tem suas mudanças em relação a anos anteriores, principalmente ao focar mais em passes e menos em corrida com a bola.
Diferentemente do que vi muita gente reclamar, foram poucos os bugs ou possíveis falhas de IA que presenciei durante as partidas. Nada de jogadores se atravessarem, pescoços enormes ou pernas totalmente dobradas. Quem sabe tive sorte até o momento. Algo que nem vale muito entrar no mérito são a narração e os comentários, que boa parte das vezes são aleatórios.
No quesito visual o jogo surpreende e o realismo na aparência de alguns jogadores até assusta de tão bem feito. O título roda muito bem em seu 4K e 60fps, mas eu esperava carregamentos um pouco mais rápidos, algo que deixa a desejar ao acessar alguns modos como o Ultimate Team.
Vale a pena?
Apesar de ter tido uma evolução maior que seus antecessores, mais uma vez a EA lança um jogo que poderia ser uma atualização maior do ano anterior, levantando, novamente, a questão sobre o lançamento anual de tal título. As poucas mudanças nos modos de jogo não justificam o upgrade para quem joga o título antecessor, principalmente pelo preço salgado que é praticado. Portanto, aguarde alguns meses até que o valor caia para jogar com o elenco atualizado.
Prós
- Hypermotion, exclusivo da nova geração, garante ainda mais realismo nas partidas;
- Boas adições aos modos de carreira;
- Menos dos engraçados bugs de jogadores acontecendo;
- Incríveis gráficos e fidelidade aos craques.
Contras
- Assim como na edição passada, por problemas de licenciamentos, jogadores da seleção e dos clubes brasileiros possuem nomes genéricos;
- Demais modos de jogo continuam quase iguais;
- Narração e comentários continuam aleatórios em diversos momentos;
- Poucas novidades que não justificam um lançamento anual e o valor praticado.
FIFA 22 — PS4/PS5/PC/XBO/XBX/PC/Switch/Stadia — Nota: 7.0Versão utilizada para análise: PS5
Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia digital cedida pela Electronic Arts