Ao longo da história dos games, já tivemos diversos grupos que estavam focados em derrubar terroristas. Heróis, guerrilheiros, ex-militares, mercenários… então, por que não vampiros? Pois é, em BATS: Bloodsucking Anti-Terrorist Squad controlamos a tropa liderada pelo Conde Bloodvayne, que não mede esforços para acabar com os terroristas comandados pelo perigoso Scorpion Supreme.
Sede de sangue
Ao todo BATS conta com cinco fases e podemos usar apenas o Conde Bloodvayne de início. No controle do nosso vampiro antiterrorista temos apenas dois comandos básicos: bater e pular. Derrotando os capangas pelo caminho, podemos coletar seu sangue e isso preenche uma pequena barra. Enquanto ela estiver com alguma quantia, podemos nos esquivar por um pequeno custo dessa reserva.
Ao preenchê-la por completo, automaticamente nos transformamos em uma espécie de lobo — ou qualquer outra criatura licana que seja — e este estado nos torna invencíveis até a barra se esgotar por completo. Entretanto, é necessário muita atenção com esse limite, pois caso tomemos algum dano, ela se esvazia por completo e se porventura o Conde não consiga escapar de um ataque inimigo quando a barra estiver vazia, ele é reduzido a uma pequena pilha de restos de morcego.
E acredite, até o caminho ideal ser memorizado, o jogador irá morrer MUITO! Isso acontece não só pela ânsia de completar as fases rapidamente, mas a imprecisão dos pulos em alguns momentos que nos leva a avançar diretamente no ataque de um terrorista, em vez de evitá-lo. Isso torna a repetição, e consequente memorização, de um trecho inevitável. Por diversas vezes o jogador irá se questionar como a granada inimiga o atingiu antes da sua investida, se ele fez exatamente a mesma coisa que antes.
Ao longo dos estágios, a estratégia é a mesma: passar pelos ambientes eliminando os soldados inimigos e derrotando Scorpion Supreme ao final de cada um deles, que estará pilotando uma máquina diferente. Ao derrotá-lo, podemos libertar um membro do nosso esquadrão, que assim se torna um personagem selecionável. Contamos com mais quatro companheiros, todos eles levemente inspirados em vampiros famosos (ou não) da cultura popular:
- Sargento Sabre: possui uma espada e alcance maior que os demais;
- Mitzie: com seu par de asas gigantes, consegue voar e se esquivar melhor dos soldados e armadilhas;
- Nosferadude: consegue coletar mais sangue que seus camaradas, logo sua barra de especial enche muito mais rápido;
- Rick Ghastly: Diferente dos demais, ele não usa golpes e sim uma espingarda para se manter a uma distância mais segura.
Apesar das leves diferenças de característica, todos agem de maneira bastante similar, Por mais que o visual retrô de BATS não permita algo muito drástico, eles poderiam apresentar variações de velocidade ou mobilidade mais significativas.
Bom, se as fases têm sempre o mesmo funcionamento, os soldados inimigos sempre atacam igual, possuindo poucas variações, e os personagens são bastante similares entre si, o que muda de fato? O combate com o vilão!
Além de apresentar um desafio diferente a cada vez que aparece, Scorpion Supreme consegue dar uma dor de cabeça considerável suficiente para não esquecê-lo. Por mais que sejam apenas cinco embates — um para libertar cada membro do nosso grupo além do derradeiro. Inclusive, vale citar que o confronto com o cabeça dos terroristas é, além de divertido e desafiador, bastante hilário. E, além das suas artimanhas, o canastrão adora frases de efeito, ao melhor estilo filme de ação de 1980.
Inclusive, o bom humor dessas interações é muito bem vindo, tanto na abertura do jogo quanto nos gritos dos soldados ao serem atacados e nas falas entre nosso vampiro escolhido e seu antagonista. Porém, é pouco. Não faria mal nenhum acrescentar mais momentos de bom humor em meio a ação desenfreada.
Acabou? Vai de novo!
Por mais repetitivo que cada canto do esconderijo do Scorpion Supreme seja, uma vez que o jogador se habitue aos controles e a cada fase, é possível terminar o jogo todo em menos de 30 minutos e é isso. Ok… não é só isso, mas é basicamente o que o jogo oferece.
O modo principal serve para liberarmos os nossos companheiros de guerra. Ao concluirmos a aventura, liberamos o modo Speed Run. Basicamente, jogamos tudo de novo, com um cronômetro enorme na tela e só. Por fim, há também o Boss Rush, que consiste em passar apenas pelos embates contra Scorpion Supreme. A dificuldade aqui é que não teremos uma gota de sangue na nossa barra, logo, apenas um ataque e acaba nossa bravata antiterrorista.
BATS já é curto, mas não precisava desse reforço de repetição para criar um fator replay. Mesmo que demore por volta de meia hora, isso cansa um pouco, até porque o jogo sequer tem segredos escondidos ou poderes coletáveis para dar uma diversificada. Nem mesmo variar os personagens traz algum frescor que valha essa revisitação.
Para fechar o pacote, o jogo é mais um indie que conta com o já carimbado estilo retrô. Logo, temos visuais coloridos até que bem bacanas e com variações legais entre os ambientes. A trilha sonora é discreta nas fases, sem um grande destaque. Ela brilha mesmo nos momentos dos quais Scorpion aparece para tentar nos liquidar. Enfim, nada de muito chamativo, mas também nada que tenha algum demérito.
Pouco sangue
Existe um público bem específico que vai adorar BATS: Bloodsucking Anti-Terrorist Squad, seja pelo desafio proposto, com toda essa febre dos speedrunners, seja pelos entusiastas de jogo retrô. Porém, no geral, a repetitividade aliada ao pouco conteúdo tira a empolgação do que poderia ser um belo título de ação.
Prós
- Jogabilidade simples e de fácil domínio;
- Momentos de bom humor;
- Cada área do esconderijo possui uma identidade visual bem definida;
- Scorpion Supreme é uma figuraça.
Contras
- Conteúdo repetitivo e escasso;
- A movimentação é imprecisa em alguns momentos;
- Os personagens tem jogabilidade muito parecida.
BATS: Bloodsucking Anti-Terrorist Squad — PC/PS4/XBO — Nota: 7.0Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise feita com cópia digital cedida pela The Media Indie Exchange