Após a grata surpresa que Maneater (Multi) trouxe ano passado, nos colocando na pele de um tubarão que busca vingança contra o assassino de sua mãe, enquanto tudo é documentado por uma emissora de televisão, chegou a hora de retomar nossas aventuras marítimas na expansão Truth Quest.
Ok, a justificativa para o título que batiza este conteúdo é bastante absurda, se baseando em teorias da conspiração contadas pelo, agora demitido, narrador do documentário do jogo principal. Agora ele, que aparentemente está beirando a loucura, narra sua “Jornada pela Verdade”, sempre acompanhando os movimentos do tubarão protagonista, que precisará lidar com novas ameaças marinhas e terrestres.
Suas vantagens contra você
Uma das grandes sacadas de Maneater era a possibilidade de fazer upgrades nas partes do corpo do seu tubarão, o que lhe conferia vantagens de ataque, defesa, velocidade, absorção de nutrientes e até alguns poderes, como bombas de veneno e descargas elétricas. Agora, foi adicionado mais um agrupamento de partes: o atômico.
Como o nome sugere, o predador ganha diversas propriedades ignorantemente fortes, com direito a projéteis de energia e até um raio atômico, o qual pode ser usado tanto dentro quanto fora da água. Este novo conjunto o torna tão poderoso, que os demais perdem a graça, e o revezamento feito antes visando algum tipo de variedade se torna totalmente desnecessário. Mas sejamos sinceros, quem não gostaria de explodir um helicóptero com um raio disparado pela boca de um tubarão, não é mesmo?
No entanto, você não é o único beneficiado. Novos predadores rondam a Ilha Plover e eles possuem os mesmos tipos de esqueletos melhorados que você conseguiu previamente. As batalhas contra eles seguem o mesmo esquema das anteriores, contra os Ápices que habitavam as outras regiões.
Agora, se a batalha final contra Scaly Pete foi um tanto quanto fácil, a ponto de precisar de uma atualização no jogo para que tivesse sua dificuldade elevada, Truth Quest traz um desafio digno. O Leviatã Atômico é um jacaré gigantesco que vai dar um belo trabalho, mesmo para quem conseguiu deixar todas as partes do conjunto atômico no máximo. Para ajudar, o jacaré faz questão de chamar os parceiros que foram derrotados anteriormente para atrasar sua vida, enquanto ele faz ataques extremamente fortes. Uma luta digna de grand finale.
Caçado de novo
A parte dos novos oponentes debaixo d’água continua mais do mesmo. As missões se resumem a comer pessoas e peixes específicos, destruir torres de comunicação e realizar provas de tempo, em que devemos passar por um circuito de argolas luminosas dentro do tempo estipulado.
Ainda foi introduzida a nova mecânica de conseguir pegar explosivos arremessados pelos soldados inimigos e devolvê-los com um golpe de rabo, mas a parte que envolve mirar no alvo é bastante imprecisa, e, além disso, nem sempre os inimigos jogarão bombas em você. Isso te obriga a improvisar, utilizando os próprios marinheiros que estão no solo como munição.
A Ilha Plover tem cinco novos caçadores que virão atrás de você à medida que seu nível de ameaça cresce. Basta ficar lutando com os barcos que aparecem para te pegar, e, consequentemente, sua barra enche e os chefões tentam dar fim ao seu reinado de terror com equipamentos mirabolantes. Além de barcos mais incrementados, agora até helicópteros são enviados para te fazer virar um troféu. Entretanto, as batalhas aéreas ou caem na chatice do esquema de abocanhar uma bomba e mandá-la de volta, ou são bastante rápidas caso as partes atômicas já tenham sido obtidas.
Solto no mar, preso na tela
Infelizmente, Truth Quest possui diversas falhas de desempenho que chegam a nos tirar do sério. Além das telas de carregamento, que demoram um tempo considerável, por muitas vezes o jogo tem quedas de quadros dramáticas, que até provocam alguns engasgos no desempenho. Elas acontecem em momentos diversos, como ao entrar em cavernas, ataques por algum outro animal ou até se acessarmos o menu.
Outra deficiência que ocorre é ao deixar o jogo no menu de pausa ou no mapa por muito tempo, fazendo com que ele fique travando ao retornarmos. Isso nos leva a ter que fechar e iniciar tudo de novo. Não há nenhuma perda de progresso graças ao salvamento automático, mas só o procedimento de ter que fazer esse “vai e volta” irrita bastante.
Por fim, um velho problema que retorna é a câmera. Algo que ocorreu, principalmente nas batalhas contra os predadores de maior porte, foi sempre estar em um ponto cego ou com um bloqueio na visão. Durante esses embates, o nosso tubarão tanto avança quanto é atacado por ângulos diversos e de maneira muito rápida, e a câmera por vezes não consegue acompanhar o ritmo da ação. Isso gera momentos desconfortáveis de confusão e até eventual game over.
Uma espera longa para um conteúdo curto
Maneater: Truth Quest tem uma proposta interessante, adicionando novos poderes, inimigos e perigos, mesmo sob uma narrativa totalmente alucinógena. Porém, tudo acontece muito rápido, dando a impressão de que a espera de mais de um ano para voltarmos a aterrorizar os mares deveria valer mais a pena. O que aparenta é ou que este conteúdo poderia ser perfeitamente entregue junto com o jogo principal, ou ele poderia ser melhor trabalhado e otimizado, para render mais horas de diversão.
Prós
- Controlar um tubarão atômico que solta raios pela boca é muito divertido;
- As teorias da conspiração elaboradas pelo narrador são no mínimo cômicas;
- Novos inimigos marítimos e predadores;
- Uma batalha final digna contra o Leviatã Atômico.
Contras
- Loadings demorados;
- Câmera se perde em momentos de ação;
- Diversos momentos de queda de performance;
- Deixar na pausa por muito tempo faz com que o jogo engasgue e precise ser reiniciado;
- Recurso de rebater explosivos é impreciso.
Maneater: Truth Quest — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 6.5Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise feita com cópia digital cedida pela Tripwire Interactive