Ah, os jogos para computadores: nenhuma plataforma reúne mais pérolas diferentes no mundo dos games. Na minha análise de hoje, vamos conferir o curioso Cookie Clicker, um título cuja proposta está no seu próprio nome: para avançar, o jogador precisa clicar em biscoitos para produzir mais biscoitos. Uma ideia que inicia simples, mas que progride para uma verdadeira indústria confeiteira. Pegue a farinha, pré-aqueça o fogão e não esqueça dos pedaços de chocolate, pois a matéria vai começar!
O “preguiçoso” gênero incremental
Um jogo incremental ou ocioso (do inglês, idle game) consiste em uma experiência em que o progresso é obtido de forma gradual, normalmente, sem uma intervenção complexa por parte do jogador. Lançado originalmente em 2013 para navegadores de internet, Cookie Clicker é considerado por muitos como o primeiro título do gênero a alcançar popularidade e qualidade consideráveis. Até hoje me lembro de quando fui apresentado a ele na faculdade, e de como a ideia parecia interessante.Toda jornada começa com o primeiro passo... ou cookie |
Conforme o jogador obtém mais desse delicioso recurso, novas opções começam a aparecer na forma de construções. Fazendas, vovós (!), fábricas e até portais interdimensionais para o Cookieverso são alguns exemplos de novas fontes de biscoitos, cada uma delas com características e custos próprios. Acumular propriedades e biscoitos libera melhorias que podem ser compradas e fornecem toda sorte de efeitos, como construções mais eficientes e cliques mais poderosos.
Depois de algum tempo, a tela vira uma verdadeira festa |
Uma bolacha doce para alguns...
A grande atração do game é ver o contador de cookies crescer gradativamente, permitindo ao jogador adquirir mais construções que liberam novas melhorias, aumentam a produção de biscoitos, e assim por diante. Tudo é cuidadosamente calculado e mostrado ao jogador, que sabe exatamente as taxas de bolachas por segundo, quanto cada clique gera de recursos, a fortuna acumulada até então, etc.São muitas informações, mas todas bem interessantes |
Os chamados torrões de açúcar são outro exemplo de mecânica interessante. Eles se acumulam de acordo com a quantidade total de bolachas produzidas e podem ser usadas de várias formas, com destaque para a possibilidade de subir o nível das construções. Além de produzirem mais, algumas delas liberam pequenos minigames, como a Bolsa de Valores, para negociação de produtos diversos (mas sempre buscando mais biscoitos), e o Grimório, que permite a realização de magias que podem conceder efeitos positivos (ou negativos).
A Bolsa de Valores é um divertido minigame financeiro |
... e um pouco amarga para outros
Apesar de todas essas qualidades, o título pode ser uma bolacha dura de mastigar para alguns. A empolgação inicial oriunda do ineditismo do game, como a sua própria jogabilidade e as conquistas obtidas, é lentamente modificada para uma situação relativamente travada. As construções e melhorias se tornam caríssimas, ainda que a produção aumente bastante durante o processo.Após algumas horas divertidas, o game começa a ficar mais tedioso |
A persistência é recompensada depois de uma certa (e enorme) quantidade de cookies produzidos, quando podemos acessar a mecânica chamada Ascensão. Considero que Cookie Clicker realmente começa a partir dela: ao abrir mão de todos os biscoitos produzidos até aquele momento, o jogador ascende a uma espécie de plano sobrenatural onde é possível adquirir melhorias divinas poderosíssimas. As escolhas são dispostas em uma árvore complexa e podem ser compradas com Gotas Divinas que, por sua vez, são obtidas de acordo com uma pequena fração dos cookies “descartados”.
As habilidades obtidas com a Ascensão são muito úteis |
Apesar das opções divinas estarem entre as coisas mais legais do game, como a possibilidade de criar um dragão ou mudar o papel de parede da tela de jogo, infelizmente, nem todos irão conhecê-las. Admito que, enquanto me interessei pelo processo, ele é lento e tem momentos pouquíssimo atrativos. Mesmo a boa trilha sonora do artista C418 pode não ajudar o suficiente para manter uma boa parte dos jogadores engajados, ainda que eles tenham se interessado pelo gênero de forma geral.
Faltou leite para acompanhar as bolachas
Conheci o título no seu boom inicial, lá em 2013, como um título curioso para rir com os amigos. Oito anos depois, a impressão inicial continuou a mesma: clicar em biscoitos para obter mais biscoitos é uma coisa meio maluca, mas simples e divertida, sobretudo graças às várias mecânicas disponíveis para aumentar a produção. O visual agradável e a extensa, mas entendível, quantidade de informações tornam a experiência ainda mais imersiva e viciante.Vai mais uma bolachinha aí? |
Prós
- Proposta inusitada, interessante e bastante acessível;
- Visual bonito e interface organizada com informações bem detalhadas;
- Mecânicas de jogo viciantes (pelo menos no início);
- Trilha sonora de qualidade;
- Flexibilidade para aproveitar o game de várias formas.
Contras
- Ideia pode não ser atraente para muitos jogadores;
- Mesmo alguém interessado precisa de (muita) paciência para conhecer tudo que o game tem a oferecer.
Cookie Clicker — PC — Nota: 7.0
Revisão: Thais Santos
Análise produzida com cópia cedida pela Playsaurus
Análise produzida com cópia cedida pela Playsaurus