Análise: Ninja Gaiden: Master Collection (Multi) é uma coleção básica, mas uma ótima opção para curtir a trilogia hack and slash de Ryu Hayabusa

A qualidade própria dos jogos, sobretudo dos dois mais antigos, torna essa coletânea uma pedida quase obrigatória.

em 13/06/2021

Conforme conferimos na sua Prévia, Ninja Gaiden: Master Collection (Multi) tinha tudo para ser uma ótima reunião de três jogos repletos de ação. Nesta análise, vamos conferir como a coletânea, mesmo sendo um pouco básica, consegue oferecer aventuras incríveis e com muita adrenalina. Pegue a Dragon Sword e não esqueça dos Ninpos, pois a matéria vai começar!

O eterno caminho ninja

A série Ninja Gaiden estreou no mundo dos games em 1988 no saudoso Nintendinho. Desde então, Ryu Haybusa recebeu vários títulos diferentes, até que, em 2004, tivemos a sua estreia no gênero hack and slash com Ninja Gaiden (XB). O grande sucesso motivou versões especiais e sequências, tornando a franquia bem conhecida no mercado.
Uma trilogia explosiva
Ninja Gaiden: Master Collection, lançada no dia 10 de junho de 2021 para PC, PlayStation 4, Xbox One e Switch, além dos consoles da atual geração via modo de retrocompatibilidade, é uma coletânea que reúne três títulos. São eles: Ninja Gaiden Sigma, Ninja Gaiden Sigma 2 e Ninja Gaiden: Razor’s Edge (mais sobre a história deles na já citada Prévia).

Embora só seja possível comprar os jogos no pacote completo, cada um deles é como um título próprio, contando com salvamentos e troféus exclusivos. A trilogia consiste em uma remasterização com resolução de até 4K e taxa de quadros (máxima) de 60fps. Ou seja, gráficos perfeitos para aproveitar todos os combates intensos dos games.

Dada a idade dos jogos, as novas versões conseguiram atingir um desempenho interessante e telas de carregamentos rápidas. As exceções são Razor’s Edge e algumas trocas de cenários aleatórias nos outros dois games, mas o resultado final é satisfatório. Além disso, a coletânea traz a maioria dos DLCs lançados originalmente para os jogos. Eles incluem missões, modos de jogo, personagens e skins, aumentando a quantidade de conteúdo da trilogia.
A maioria das expansões lançadas foram reunidas no título
Como Ninja Gaiden: Master Collection é composto por três partes, esta análise vai continuar agora abordando cada título separadamente. Como as remasterizações são bastante fiéis aos originais, trarei informações tanto sobre as suas relevâncias no cenário atual, quanto às qualidades inerentes aos jogos. Por fim, farei um comentário geral sobre o pacote como um todo.

Um hack and slash clássico e incrível

Ninja Gaiden Sigma, originalmente lançado em 2007, é com certeza o ponto alto da coletânea. A versão Black do primeiro game é considerada superior, mas acabou ficando de fora por escolha dos produtores. Seja como for, a opção disponível na coletânea ainda é uma ótima pedida para quem curte muita ação e uma dificuldade afiada.
Mesmo os primeiros desafios carregam uma dificuldade considerável
A história acompanha Ryu Hayabusa, um ninja que busca derrotar um perigoso império maligno que roubou a Dark Dragon Blade, uma espada especial que estava sob a proteção do seu clã. O enredo tem algumas reviravoltas interessantes e leva o jogador por vários cenários bem legais. São 16 capítulos repletos de lutas e explorações, cada um com desafios e chefes únicos. Confesso que o primeiro título é o meu favorito, tanto pela sua qualidade quanto pelo fator nostalgia, pois foi um dos primeiros do seu gênero que joguei.
Alta octanagem em cada luta presente em Sigma
Em particular, os combates de Sigma são o maior destaque. É preciso dominar defesa, esquiva e ataque de forma equilibrada para vencer as lutas, pois os inimigos são agressivos e rápidos. Cada item e movimento especial devem ser cuidadosamente utilizados para obter vantagem, sobretudo contra os perigosos chefões. Pontuações são fornecidas após cada luta, detalhando o desempenho em vários critérios.
Cuidado com os inimigos, principalmente os chefes: eles podem te derrotar rapidamente
Apesar do visual ser um pouquinho datado, o game ainda possui seu charme e entrega uma experiência quase impecável. A jogabilidade é sólida e as mecânicas de jogo funcionam bem até hoje, com combos variados, diversos tipos de armas e Ninpos, que funcionam como magias. Modos de jogo extras e os capítulos adicionais com a guerreira Rachel aumentam ainda mais a vida útil desse ótimo título.

Uma continuação competente e divertida

Original de 2009, Ninja Gaiden Sigma 2 é um ótimo game e conseguiu manter o considerável nível de qualidade dos títulos anteriores. Por um lado, as lutas agora estão mais dinâmicas, exigindo reflexos rápidos e ataques frequentes. Por outro, a paciência e a leitura de aberturas nos inimigos exigidas foram reduzidas em favor de combos mais estilosos.
Cada combate é único e repleto de perigo para Ryu
A violência nos combates também foi aumentada, contando agora com desmembramentos e ataques bem agressivos. Embora a proposta tenha perdido parte do seu equilíbrio original, ela ainda é muito viciante e proporciona lutas incríveis. Já a produção técnica dispensa interpretações: os visuais estão muito bonitos, com cenários mais grandiosos e efeitos caprichados em relação ao anterior.
Utilize todos os combos disponíveis para vencer
Neste game as aventuras de Ryu estão mais místicas do que nunca, pois o “super ninja” tem que lutar contra um poderoso clã de poderosos demônios. Desta vez ele conta com coadjuvantes adicionais, pois além de Rachel, as kunoichis Ayane e Momiji se juntam aos combates. Elas participam de capítulos próprios na campanha, trazendo jogabilidade únicas e interessantes.
Os desafios extras, como as Ninja Races, são uma das atrações
As três personagens também podem ser utilizadas em um dos modos de jogo extras de Sigma 2. Dentre eles, temos o Tag Mission, em que o jogador precisa completar desafios em duplas. Originalmente uma opção online, agora as partidas ocorrem de forma local e com o colega controlado pelo computador. O único “modo” online são os Rankings, que estão presentes nos três games e permitem comparar o seu desempenho com os melhores jogadores do mundo.

Um terceiro capítulo ok

Finalmente chegamos a Ninja Gaiden: Razor’s Edge, lançado originalmente em 2013. Justamente por ser o mais novo, ele tem os melhores visuais e produção da trilogia. Infelizmente, ele não é tão bom quanto os seus predecessores, embora ainda seja um hack and slash interessante. Na minha opinião, o maior problema é a temática geral do game, que desviou muito das suas origens.
Prepare-se para combates violentos e repletos de ação
Ryu agora viaja por vários locais do mundo, enfrenta terroristas, robôs e até dinossauros. Mesmo que algumas “liberdades” também tenham sido tomadas nos jogos anteriores, agora o enredo é um tanto confuso e apressado, tornando as coisas estranhas no universo do ninja. Ainda assim vale a pena explorar a campanha, que é recheada de ação e momentos emocionantes, dignos de filme.
Com os melhores gráficos da trilogia, Razor's Edge te leva pra Londres e várias outras localidades
As lutas também mudaram bastante: o equilíbrio entre defesa e ataque foi reduzido, com combates mais genéricos e menos estratégicos. Ressalto que essas críticas somente são relevantes devido a alta qualidade vista nos games anteriores. As lutas são boas o suficiente e trazem uma boa variedade de opções, sobretudo nas finalizações cheias de estilo.
As lutas são visualmente agradáveis e emocionantes
Logo, Razor’s Edge é, por si só, um bom jogo de ação, completo com movimentos incríveis e várias armas para obter e melhorar. Além disso, temos missões adicionais, os retornos de Ayane e Momiji, a estreia de Kasumi, da série Dead or Alive, como personagem jogável e modos extras. Vale a pena curtir a campanha e fechar essa ótima trilogia, cujos enredos são interligados com referências bem legais.

Resultado final: uma ótima pedida

Mesmo que o foco da coletânea tenha sido disponibilizar a trilogia para as novas gerações, não consigo deixar de ficar decepcionado com a ausência de conteúdos adicionais. O fato dos jogos serem “separados”, como já citado anteriormente, não exime o desperdício em não oferecer algum material extra interessante. A versão Deluxe Edition inclui um Digital Art Book & Soundtrack, que traz visuais, imagens e faixas sonoras da narrativa da série.
Seria razoável que esses materiais estivessem disponíveis para um público maior
Particularmente, isso já seria o mínimo de conteúdo razoável para a versão base do game; infelizmente, o jogador ainda precisa pagar um valor adicional para poder conferir esse material. Logo, é importante frisar que Ninja Gaiden: Master Collection é uma coleção que vale somente pelos seus bons jogos. Nisso, o game não decepciona e faz valer o seu preço.
Ação frenética e radical em cada uma das partes da trilogia
Mesmo com um nível decrescente de qualidade, a média dos três jogos ainda é altíssima. As aventuras radicais de Ryu Hayabusa são imperdíveis para quem gosta do gênero hack and slash, contando com lutas repletas de ação e combates frenéticos. Além das campanhas, são muitas missões, segredos e desafios extras (confira alguns no nosso guia de dicas) para curtir cada um dos títulos. Seja você ou não um fã do caminho ninja, essa é uma excelente opção para a sua biblioteca.

Prós

  • Pacote com três jogos do tipo hack and slash de ótimo custo/benefício;
  • Ninja Gaiden Sigma é o ápice da trilogia e um excelente jogo de ação;
  • Ninja Gaiden Sigma 2 traz uma ótima continuação do anterior;
  • Ninja Gaiden: Razor’s Edge está abaixo dos demais, mas ainda é um bom game;
  • Remasterização traz DLCs, resolução (de até) 4K e taxa de quadros de (até) 60fps;
  • Desempenho em geral é positivo, com telas de carregamento rápidas.

Contras

  • Ausência de conteúdos extras na versão básica (e poucos na Deluxe);
  • Telas de carregamento (ainda que com tempo relativamente baixo) surgem em alguns momentos e quebram o ritmo da jogatina.
Ninja Gaiden: Master Collection – PS4/XBO/PC/Switch – Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise produzida com chave cedida pela Koei Tecmo


é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
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