Referenciando os livros da artista, Tukoni conta com seres da floresta como personagens e busca trazer a atmosfera das histórias para uma aventura curtinha, mas bastante delicada. Com um visual que parece ter saído direto de um livro infantil, todo o cenário e os animais são desenhados à mão e aparentam ser pintados com lápis de cor. As cores escolhidas e a própria trilha sonora garantem uma atmosfera aconchegante, preparando o jogador para uma caminhada tranquila e com tempo para apreciar cada uma das telas como se fossem pinturas.
Como jogar Tukoni
Ao começar o jogo, você precisa descobrir, tocando nos elementos do cenário, como interagir com o mundo. Não há instruções claras sobre o funcionamento das mecânicas, mas elas passam a ser intuitivas para quem já está familiarizado com o gênero point-and-click.
Tukoni, o viajante, inicia a aventura com sua mochila aberta e um livro-guia. Com a ajuda deste, é possível ter uma ideia do que deve ser feito para iniciar a rotina matinal do ser da floresta. Não há nenhum texto escrito ao longo da campanha, apenas imagens expressadas em desenhos ou nos balões de fala dos personagens, possibilitando que pessoas de diferentes idades e falantes de línguas diferentes compartilhem da mesma experiência.
Dentro do jogo, é possível coletar materiais, unir determinados objetos encontrados para montar objetos que possam ajudar ao decorrer da aventura, solucionar puzzles e explorar um ambiente vibrante e acolhedor. As interações com outros personagens são cheias de gentileza, o que faz com que nos sintamos bem ao ajudar alguém com quem cruzamos o caminho.
Minhas impressões
Em alguns momentos, senti que a movimentação pelos cenários de Tukoni era um pouco incômoda, porque não ficava claro exatamente por onde o personagem poderia passar. A interação com os objetos também foi um pouco confusa, já que muitas vezes eu não sabia exatamente como fazer para que determinado elemento fosse ativado.
Depois de alguns minutos resolvendo os desafios propostos, Tukoni pôde tomar uma xícara de chá que havia preparado no início da história, durante a primeira fase. Essa função não tinha necessariamente um propósito, mas me remeteu a livros infantis de pop-up que li quando criança, em que alguns elementos das páginas permitem interações simples, mas que trazem mais vida ao universo que buscam apresentar. A ação faz todo sentido dentro do contexto apresentado, porque o momento de parar para tomar um chá nos provoca a sensação de conforto que o jogo inteiro procura evocar.
Embora a experiência toda tenha sido bastante charmosa e tenha me trazido nostalgia com relação ao universo infantil que há muito eu não visitava, senti que, no momento em que estava confortável com as mecânicas do jogo e com a lógica de funcionamento dos desafios, ele acabou antes mesmo de começar.
Eu sabia que o tempo de gameplay era curto, mas apenas 15 minutos de jogatina me pareceu pouco para permitir que a imersão se concretizasse. A falta de tempo também não permitiu que as mecânicas inseridas pudessem ser mais bem exploradas, o que fez eu terminar Tukoni com a sensação de ter jogado uma demo. Muito cativante, mas parece inacabado.
A quem interessa esse jogo?
Apesar de ser curto, Tukoni é singelo e pode facilmente encantar os pequenos que estão sendo introduzidos a uma leitura baseadas em elementos visuais, estimulando a capacidade de interpretação a partir da percepção dos contextos e expressões faciais. Também é uma ótima opção para quem gosta de experimentar jogos relaxantes e com visual chamativo, elementos que me fizeram encarar essa obra como um breve game-art.
Prós
- Visual chamativo, com arte que remete a ilustrações de livros infantis;
- Trilha sonora aconchegante;
- Possibilidade de compreender a trama independentemente da língua falada.
Contras
- Jogo extremamente curto;
- Mecânicas pouco claras.
Tukoni — PC/Android — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Android
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital adquirida pela própria redatora
Jogo testado em um Xiaomi Mi A2
Análise produzida com cópia digital adquirida pela própria redatora
Jogo testado em um Xiaomi Mi A2