Sexta-feira, meio-dia. O último sinal toca e antes de ir para casa almoçar depois de mais uma agitada manhã de aula eu passo na locadora, que fica no caminho de casa, para alugar algum cartucho para jogar no fim de semana. Sabendo que meu primo virá amanhã para passar a tarde comigo, procuro um jogo para dois jogadores que possamos jogar durante o entediante período de sábado a tarde.
É nesse contexto nostálgico que eu escolheria Battle Axe para alugar se ele tivesse sido lançado naquela época. O game lançado pela Numskull Games traz uma verdadeira homenagem à saudosa década de 1990 em uma aventura que traz muito do que era ser um garoto fã de videogames naquela época. Vire seu boné para trás e prepare-se para mais uma análise radical.
Battle Axe é um jogo de ação e aventura ambientado em uma terra chamada Mercia. O reino está sob o domínio de uma tirânica feiticeira chamada Etheldred, que reside em uma colossal torre situada nos domínios do norte. A cada sete anos, ela envia seus exércitos ao sul para escolher a dedo os habitantes de cada município que serão submetidos a uma vida de escravidão, e nunca mais se ouvirá falar deles.
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Battle Axe é um jogo de ação e aventura ambientado em uma terra chamada Mercia. O reino está sob o domínio de uma tirânica feiticeira chamada Etheldred, que reside em uma colossal torre situada nos domínios do norte. A cada sete anos, ela envia seus exércitos ao sul para escolher a dedo os habitantes de cada município que serão submetidos a uma vida de escravidão, e nunca mais se ouvirá falar deles.
Cansados de serem submetidos a tal situação, o povo de Mercia envia um chamado de socorro que é atendido por três campeões: a elfa Fei, o saqueador Rooney e o druida Iolo. Juntos, os guerreiros deverão atravessar os domínios infestados pelos lacaios malignos da feiticeira, com o objetivo de derrotá-la e trazer a paz de volta para os quatro cantos da terra.
Bem clichê, mas a luta do bem contra o mal sempre foi o principal pilar para guiar as histórias, as quais eram contadas em boa parte dos jogos da década de 1980 a 1990. E com a proposta de trazer uma experiência que remetesse à época, isso já está mais que suficiente para mim.
Battle Axe possui uma jogabilidade hack ‘n slash com estética retrô em pixel art em que até dois jogadores podem assumir o papel dos campeões citados logo acima, podendo escolher o mesmo personagem, inclusive. Cada um possui um ataque melee, um ataque a distância e uma habilidade de investida que necessita de um tempo de recarga para que seja utilizada novamente.
Cada um dos três possui uma vantagem em relação ao outro: Fei, a elfa, é extremamente ágil. Pode se mover e realizar seus ataques corpo a corpo mais rápido, mas seu ataque à distância é seu ponto fraco por ser lento. Rooney é o mais equilibrado em relação a seus ataques básicos e tem a vantagem de ser o único personagem que começa o jogo com um ponto de vida adicional. Sua desvantagem é sua habilidade de investida, que leva, ligeiramente, mais tempo para recarregar.
Iolo é a melhor opção para ataques à distância, por ser mais poderoso que os de seus outros dois companheiros nesse aspecto. Sua habilidade de investida também é bastante versátil, com tempo de recarga extremamente baixo, possibilitando que seja usada mais vezes. Apenas seu ataque corpo a corpo é que deixa a desejar, deixando o druida como a pior opção na hora de atacar inimigos a curta distância.
O objetivo do jogo é atravessar fases repletas de inimigos e armadilhas até chegar a uma batalha contra um chefe, derrotá-lo, e seguir para a próxima fase, assim sucessivamente até o final. Apesar de contar com poucos níveis, o que deixa a experiência complicada é o nível de dificuldade de Battle Axe. Mesmo com a opção de ajustes, não senti diferença significativa entre jogar nos níveis fácil e difícil, as duas únicas opções disponíveis.
Durante as fases, os heróis devem resgatar aldeões escravizados pela feiticeira com o objetivo de marcar mais pontos e melhorar seu ranking no fim de cada estágio. O desempenho do jogador é medido de acordo com a quantidade de golpes e abates que realizou, o quanto de dano recebeu, aldeões resgatados e o tempo para concluir a fase. Eu ficava dando tiros pro lado do vento e só depois vi que isso baixava meu rank. Mas, sinceramente, isso nem fez muita diferença pra mim, pois eu só queria mesmo avançar no jogo.
Nos intervalos entre fases, nossos heróis têm um breve momento de descanso em que recebem a visita de uma mercadora vendendo itens e melhorias para os personagens. Neste instante podemos usar as moedas coletadas durante a fase para comprar melhorias de saúde, magias especiais que causam dano a todos os inimigos na tela, incrementos de vida e melhorias permanentes de velocidade de movimento, ataque e defesa. A compra de itens não é obrigatória, permitindo que o jogador economize suas moedas para o próximo intervalo e já tenha condições de comprar os produtos de maior valor.
Outro modo de jogo disponível é o Infinito que, como já está implícito no nome, leva o jogador a diversas fases, em sequência, testando a resistência e habilidade de quem está com o controle. Também pode ser jogado por até duas pessoas e o objetivo aqui é resgatar um número determinado de aldeões escravizados e combater inimigos cada vez mais numerosos e agressivos, abrindo um portal que o levará para o nível seguinte de forma ininterrupta, até você perder todas as suas vidas ou desistir.
O que deixa a tarefa aparentemente simples de chegar ao fim de Battle Axe complicada é a falta de ajuda fornecida pelo título para que alcancemos esse objetivo. Antigamente, não existiam as comodidades de checkpoints automáticos e salvamento de seu progresso, algo que já era possível, principalmente nos títulos do gênero RPG. O que tínhamos na época eram os famosos passwords e continues, artifícios usados pelos jogadores para “salvar” seu progresso e permitir que uma aventura pudesse ser terminada em outro momento, ou então que alguém menos habilidoso tivesse uma nova chance sem perder tudo o que já havia conquistado até aquele ponto.
Mesmo um jogo para Arcade contava com a comodidade de oferecer um continue ao jogador ao custo de uma moeda ou ficha extra. Jogos da era 8-bit até meados da 32-bit também mantiveram o quanto podiam essa ajuda bem vinda ao custo de pontos, pelo menos. Em Battle Axe as coisas não são tão legais nesse ponto, pois aqui só tive à minha disposição as três vidas iniciais para tentar concluí-lo. Ao perder a última, é Game Over e somos levados de volta para a tela inicial.
Nesse repetitivo ciclo de morte e reinício quase constantes, a única coisa que pude contar foi com a capacidade de aprender, até decorar, as fases conforme avançava a cada nova investida. Obviamente, por já ter memorizado vários padrões de jogo durante esse ciclo, fui avançando lentamente no jogo até conseguir quase concluí-lo, fracassando nos momentos finais que esbanjam o típico “comportamento apelão” da inteligência artificial. É, o jeito foi continuar tentando mesmo. Creio que essa dificuldade também seja o estímulo para jogar com outra pessoa.
Bem clichê, mas a luta do bem contra o mal sempre foi o principal pilar para guiar as histórias, as quais eram contadas em boa parte dos jogos da década de 1980 a 1990. E com a proposta de trazer uma experiência que remetesse à época, isso já está mais que suficiente para mim.
Battle Axe possui uma jogabilidade hack ‘n slash com estética retrô em pixel art em que até dois jogadores podem assumir o papel dos campeões citados logo acima, podendo escolher o mesmo personagem, inclusive. Cada um possui um ataque melee, um ataque a distância e uma habilidade de investida que necessita de um tempo de recarga para que seja utilizada novamente.
Cada um dos três possui uma vantagem em relação ao outro: Fei, a elfa, é extremamente ágil. Pode se mover e realizar seus ataques corpo a corpo mais rápido, mas seu ataque à distância é seu ponto fraco por ser lento. Rooney é o mais equilibrado em relação a seus ataques básicos e tem a vantagem de ser o único personagem que começa o jogo com um ponto de vida adicional. Sua desvantagem é sua habilidade de investida, que leva, ligeiramente, mais tempo para recarregar.
Iolo é a melhor opção para ataques à distância, por ser mais poderoso que os de seus outros dois companheiros nesse aspecto. Sua habilidade de investida também é bastante versátil, com tempo de recarga extremamente baixo, possibilitando que seja usada mais vezes. Apenas seu ataque corpo a corpo é que deixa a desejar, deixando o druida como a pior opção na hora de atacar inimigos a curta distância.
Get Ready for Battle!
O objetivo do jogo é atravessar fases repletas de inimigos e armadilhas até chegar a uma batalha contra um chefe, derrotá-lo, e seguir para a próxima fase, assim sucessivamente até o final. Apesar de contar com poucos níveis, o que deixa a experiência complicada é o nível de dificuldade de Battle Axe. Mesmo com a opção de ajustes, não senti diferença significativa entre jogar nos níveis fácil e difícil, as duas únicas opções disponíveis.
Durante as fases, os heróis devem resgatar aldeões escravizados pela feiticeira com o objetivo de marcar mais pontos e melhorar seu ranking no fim de cada estágio. O desempenho do jogador é medido de acordo com a quantidade de golpes e abates que realizou, o quanto de dano recebeu, aldeões resgatados e o tempo para concluir a fase. Eu ficava dando tiros pro lado do vento e só depois vi que isso baixava meu rank. Mas, sinceramente, isso nem fez muita diferença pra mim, pois eu só queria mesmo avançar no jogo.
Nos intervalos entre fases, nossos heróis têm um breve momento de descanso em que recebem a visita de uma mercadora vendendo itens e melhorias para os personagens. Neste instante podemos usar as moedas coletadas durante a fase para comprar melhorias de saúde, magias especiais que causam dano a todos os inimigos na tela, incrementos de vida e melhorias permanentes de velocidade de movimento, ataque e defesa. A compra de itens não é obrigatória, permitindo que o jogador economize suas moedas para o próximo intervalo e já tenha condições de comprar os produtos de maior valor.
Outro modo de jogo disponível é o Infinito que, como já está implícito no nome, leva o jogador a diversas fases, em sequência, testando a resistência e habilidade de quem está com o controle. Também pode ser jogado por até duas pessoas e o objetivo aqui é resgatar um número determinado de aldeões escravizados e combater inimigos cada vez mais numerosos e agressivos, abrindo um portal que o levará para o nível seguinte de forma ininterrupta, até você perder todas as suas vidas ou desistir.
Continue? 9...8...7...
O único filtro de imagem disponível simula uma TV de tubo, mas além de deixar a tela muito escura, a simulação não é tão boa. |
Mesmo um jogo para Arcade contava com a comodidade de oferecer um continue ao jogador ao custo de uma moeda ou ficha extra. Jogos da era 8-bit até meados da 32-bit também mantiveram o quanto podiam essa ajuda bem vinda ao custo de pontos, pelo menos. Em Battle Axe as coisas não são tão legais nesse ponto, pois aqui só tive à minha disposição as três vidas iniciais para tentar concluí-lo. Ao perder a última, é Game Over e somos levados de volta para a tela inicial.
A clássica disputa pelo maior placar também está de volta |
Thank You for Playing!
Battle Axe consegue se comunicar com a linguagem de uma saudosa época na qual os videogames eram simples e descompromissados, com uma aventura clichê que já faz mais que o suficiente para proporcionar entretenimento eletrônico. Sua apresentação em pixel art, sons e música facilmente nos transportam para uma época em que nosso único objetivo era apenas terminar o jogo com um convite para retornar em uma nova oportunidade. Faz jus ao termo ‘Nostálgico’.Prós
- Apresentação em pixel art com ótimo trabalho de animação;
- Trilha sonora com muita personalidade;
- Jogabilidade simples, viciante e convidativa.
Contras
- Dificuldade elevada sem distinção perceptível entre fácil e difícil;
- A falta de um sistema de aproveitamento do progresso, como passwords ou continues, dificulta a conclusão do jogo.
Battle Axe – PC/PS4/XBO/Switch – Nota: 7.0Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Felipe Franco
Análise feita com cópia digital cedida pela Numskull Games