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Análise: Cozy Grove (Multi): trazendo cor ao mundo em partidas relaxantes

O jogo indie permite partidas diárias mais curtas e descompromissadas, permitindo a jogadores mais ocupados tempo para relaxar.

Cozy Grove



Comparado antes mesmo de ser lançado com Animal Crossing, Cozy Grove (Multi) traz algumas semelhanças com a famosa franquia da Nintendo, mas aposta em novas mecânicas que trazem particularidade ao jogo de modo que tenhamos uma nova experiência. Misturando elementos fantásticos com escotismo, o indie chamou a atenção dos fãs de jogos casuais.

Começando o jogo

Cozy Grove

Após personalizar seu avatar, o jogador chega a uma ilha cinzenta. Apresentado como um Escoteiro Espiritual, um tipo de escoteiro que tem como missão ajudar os espíritos presos no mundo, ele deve alimentar uma fogueira para se manter aquecido e iluminar o ambiente ao seu redor.

O jogo começa introduzindo os espíritos aos poucos. Não são assustadores; na verdade eles se parecem com animais da floresta, cada um com uma personalidade única. Lembram bastante os Villagers de Animal Crossing. À medida que você vai ajudando os espíritos, seus arredores vão ganhando cor, o que permite que o jogador interaja com o cenário, seja cavando buracos, seja colhendo frutos das árvores, seja vasculhando montes de folhas etc. Algumas vezes o jogador ganha junto das recompensas um pouco de madeira espiritual. Ela serve para alimentar a fogueira chamada Flamey, expandindo os territórios da ilha e iluminando tudo ao seu redor, devolvendo a cor ao acampamento que está sendo construído.

Além de obter recursos explorando o ambiente, como galhos e conchas, o jogador pode usar seu tempo pescando. É possível vender ou fabricar coisas novas com esses recursos, de modo que o acampamento possa ser decorado e outros elementos possam ser comprados, como pássaros espirituais que dão recompensas ao serem alimentados e mantidos nas condições ideais, como perto de luz ou de determinadas decorações.

Para jogadores colecionadores

Cozy Grove



Uma das minhas partes favoritas de Cozy Grove é que nele é possível catalogar todas as coisas que forem encontradas na ilha ao entregar um exemplar para o espírito do pássaro marinheiro e ganhar recompensas por isso. Além disso, à medida que o jogador vai expandindo suas possibilidades de tarefas e vai cumprindo missões ao longo da campanha, distintivos escoteiros são conquistados. 

Como fui escoteira quando mais nova, fiquei muito entusiasmada com esse recurso. Dentro do escotismo os distintivos servem para atestar quais habilidades você desenvolveu. Em Cozy Grove não é diferente: eles demonstram o quanto o jogador avançou na história. Ao meu ver, é uma ótima forma de engajar a constância das jogatinas.

Jogando sem pressão

Cozy Grove

Cozy Grove apresenta uma proposta interessante de limitar as missões diárias a fim de dar tempo para que o jogador as cumpra com tranquilidade e sem se sentir pressionado a fazer infinitas tarefas para ver a ilha prosperar. É uma forma interessante de lidar com um jogo que busca cativar as pessoas e fazer com que elas o acessem diariamente.

No entanto, senti que esse tempo de gameplay diário foi mais curto do que deveria, esgotando as possibilidades de coisas a fazer na ilha antes mesmo de eu me sentir satisfeita de jogar. De certa forma, senti que essa interrupção no fluxo do jogador comprometeu o sentimento de flow ao jogar. Quando eu estava começando a ficar compenetrada, as possibilidades diárias se esgotavam, o que me deixou bastante frustrada. Além disso, tive bastantes problemas durante as partidas com pequenas, mas constantes, travadas quando jogava no PS4, sendo bastante incômodo e até desanimador pensar em passar mais tempo no acampamento.

A atmosfera da ilha

Cozy Grove


Se tem algo que me chama a atenção em um jogo, é seu design e sua trilha sonora. Em Cozy Grove, cada personagem parece ter saído de uma animação infantil fofa, com traços cartunescos que fazem você sentir que está assistindo a um desenho. Além disso, a música de fundo e os efeitos sonoros são relaxantes, o que torna a experiência bastante aconchegante. 

A quem serve esse jogo?

Cozy Grove

Embora eu tenha achado o tempo de jogo diário muito curto, reconheço que é justamente por essa proposta que Cozy Grove pode ser uma boa pedida para quem anda sem tempo para se engajar em games que acabam nos absorvendo. A desobrigação de gastar horas na ilha para poder evoluir dentro da campanha e até mesmo a limitação intencional de missões a cada dia servem para tirar o peso de algo que deveria ser um divertimento e possibilitam pequenas partidas a quem anda sem tempo e busca algo para relaxar a mente.

Os espíritos animais da ilha muitas vezes se mostram ansiosos para serem libertados, mas entendem que esse processo exige paciência. De alguma forma, dividem a sensação de aceitação com a passagem dos dias com o jogador e tornam a passagem por Cozy Grove menos solitária, com tempo para apreciar as cores tomando vida sem pressa de se despedirem.

Prós

  • Visual cativante, com personagens simpáticos que te fazem querer voltar a jogar;
  • Trilha sonora aconchegante e imersiva;
  • Partidas diárias que demandam pouco, tirando a pressão do jogador.

Contras

  • Partidas diárias mais curtas do que o ideal;
  • Alguns travamentos pequenos, mas constantes;
  • Pouca coisa para fazer após terminar as missões do dia.
Cozy Grove — PC/PS4/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Ives Boitano 
Análise produzida com cópia digital fornecida pela The Quantum Astrophysicists Guild


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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