Desenvolvido pelo estúdio independente Skookum Arts e publicado em 2020 para PC e recentemente para PlayStation 4 e PlayStation 5, The Pedestrian é um side-scroller de plataforma e quebra-cabeça, ambientado em um mundo dinâmico com um gameplay atraente e desafiador.
Criado por três amigos da zona rural de Ohio, nos Estados Unidos, o título segue o mesmo conceito do sistema de placas públicas, ou seja, utiliza símbolos para representar informações de maneira universal e criar uma experiência bastante satisfatória, divertida e inusitada.
De placa em placa
Em The Pedestrian você deve controlar a representação iconográfica de uma pessoa em uma variedade de placas de sinalização que estão expostas em diferentes cenários tridimensionais de uma vibrante e colorida cidade. Tudo começa dentro de um escritório, quando alguns rabiscos aleatórios se conectam em uma lousa para criar um “boneco de palito”, destes que estão presentes em placas de saídas de emergência, de trânsito e em portas de banheiros. A partir daí, você deve movimentar esse personagem inusitado nesses mesmos planos 2D, a fim de levá-lo de uma placa a outra por meio de conexões.Tudo isso pode ser explicado com mais clareza por meio de duas esferas jogáveis: na primeira esfera você deve controlar o personagem dentro das placas enquanto pula, coleta itens e empurra blocos; na segunda, o seu objetivo é unicamente conectar as placas para que o personagem consiga atravessá-las. Essas conexões podem ser feitas entre os sinais existentes. Por exemplo: se uma placa tem uma porta de saída do lado direito, ela deve obrigatoriamente se conectar à que possui uma do lado esquerdo. Se há uma placa com uma escada descendo, ela precisa estar ligada a uma que possui uma escada que esteja subindo.
Você também deverá mover determinadas placas até outra posição do cenário para que essas conexões sejam abertas. Se uma placa B com porta à esquerda estiver posicionada à esquerda de uma placa A com porta à direita, por exemplo, não será possível fazer a conexão, a menos que você mova a placa B à direita o suficiente. Manter essa consistência de direção é importante para que o personagem consiga atravessar o cenário completo.
Você também deverá mover determinadas placas até outra posição do cenário para que essas conexões sejam abertas. Se uma placa B com porta à esquerda estiver posicionada à esquerda de uma placa A com porta à direita, por exemplo, não será possível fazer a conexão, a menos que você mova a placa B à direita o suficiente. Manter essa consistência de direção é importante para que o personagem consiga atravessar o cenário completo.
Enquanto você avança entre um ambiente e outro, será apresentado a uma dinâmica de gameplay consistente que combina perspectivas 2D e 3D. Ao realizar ações no plano 2D, o mundo 3D ao seu redor também vai sendo afetado. Existe um circuito elétrico mecânico que, quando ativado pelo “homem palito”, faz com que outros dispositivos pela cidade sejam acionados, o que permitirá sua progressão.
The Pedestrian entrega puzzles inteligentes que mantêm um bom equilíbrio de dificuldade; isto é, eles não são tão fáceis, mas ao mesmo tempo não são extremamente difíceis de resolver. A Skookum conseguiu criar uma experiência com doses certeiras de desafio, o que garante algumas horas de concentração, pensamento estratégico e momentos de quebrar a cabeça, pois apesar desse equilíbrio, não espere resolver alguns deles em poucos minutos. Talvez a implementação de um sistema de dicas fosse interessante nestas circunstâncias mais complexas, permitindo auxiliar o jogador caso não consiga ultrapassar determinados pontos do jogo.
The Pedestrian entrega puzzles inteligentes que mantêm um bom equilíbrio de dificuldade; isto é, eles não são tão fáceis, mas ao mesmo tempo não são extremamente difíceis de resolver. A Skookum conseguiu criar uma experiência com doses certeiras de desafio, o que garante algumas horas de concentração, pensamento estratégico e momentos de quebrar a cabeça, pois apesar desse equilíbrio, não espere resolver alguns deles em poucos minutos. Talvez a implementação de um sistema de dicas fosse interessante nestas circunstâncias mais complexas, permitindo auxiliar o jogador caso não consiga ultrapassar determinados pontos do jogo.
Embora seja uma experiência um tanto quanto inovadora e interessante, finalizei o título em cerca de quatro horas e logo senti falta de mais conteúdo, principalmente por conta do baixo fator de rejogabilidade. Não existem colecionáveis ou objetivos extras e certamente ele foi criado para ser uma experiência mais casual, mas seria legal ver mais desta dinâmica com ainda mais desafios.
No PlayStation 4, um ponto que me chamou a atenção é que ao fazer as conexões entre placas com o DualShock 4, você pressiona um botão e então com o analógico arrasta a placa selecionada até o ponto de ligação. Essa movimentação deve ser muito mais fluida no PC ou utilizando dispositivos com touchscreen, porque basicamente você utiliza mecânicas de arrastar uma linha de um ponto A até um ponto B. Apesar disso, o controle do console da Sony ainda é extremamente responsivo e excelente, e não há dificuldade alguma para jogar, tornando a experiência a mais satisfatória possível.
No PlayStation 4, um ponto que me chamou a atenção é que ao fazer as conexões entre placas com o DualShock 4, você pressiona um botão e então com o analógico arrasta a placa selecionada até o ponto de ligação. Essa movimentação deve ser muito mais fluida no PC ou utilizando dispositivos com touchscreen, porque basicamente você utiliza mecânicas de arrastar uma linha de um ponto A até um ponto B. Apesar disso, o controle do console da Sony ainda é extremamente responsivo e excelente, e não há dificuldade alguma para jogar, tornando a experiência a mais satisfatória possível.
Uma atmosfera fascinante entre o 2D e o 3D
Agregando mais valor à jogabilidade e aos quebra-cabeças, o título da Skookum ainda conta com cenários 3D realistas e ricos em detalhes em volta das placas por onde o personagem caminha e resolve os desafios. O paisagismo urbano de uma rua é coberto por longos prédios, veículos em movimento e elementos vivos e coloridos. Se você pudesse pular para fora das placas, com certeza estaria explorando uma espécie de New Donk City de Super Mario Odyssey (Switch). A construção do mundo do jogo é fascinante e tudo foi feito de maneira tão simples, mas intrinsecamente ligada entre o 2D e o 3D.The Pedestrian apresenta uma narrativa abstrata, sem qualquer linha de diálogo, e enquanto você resolve os quebra-cabeças, verá pequenos elementos relacionados à história, e a reta final traz uma inesperada reviravolta gratificante. Mesmo sem falas ou vozes, a trilha sonora minimalista é bem próxima dos filmes animados da Pixar, fazendo com que toda a exploração seja de bom grado. Ela geralmente oferece um senso de recompensa, já que em alguns momentos o ambiente fica em silêncio para o jogador pensar na resolução dos enigmas.
Curto, mas essencialmente divertido
The Pedestrian é um pequeno playground repleto de quebra-cabeças inteligentes e criativos que visam colocar o jogador para pensar, mas sem deixá-lo frustrado com desafios complexos ou irrealizáveis. O jogo apresenta uma narrativa abstrata, curta e com uma inesperada reviravolta que está intrinsecamente ligada a uma charmosa atmosfera 2D e 3D contemplada em um visual colorido e uma trilha sonora envolvente. Mesmo com seu baixo fator de rejogabilidade, o título da Skookum Arts é uma experiência alegre e recomendada a todos os públicos.Prós
- Narrativa abstrata, criativa e com uma inesperada reviravolta;
- Quebra-cabeças desafiadores e inteligentes, sempre mantendo um bom equilíbrio de dificuldade;
- Jogabilidade e comandos satisfatórios;
- Os ambientes 2D e 3D intrinsecamente ligados compõem uma atmosfera charmosa e visualmente rica em detalhes;
- Trilha sonora envolvente.
Contras
- Ausência de um sistema de dicas;
- Baixo fator de rejogabilidade.
The Pedestrian - PC/PS4/PS5 - Nota: 8.5Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela Shookum Arts