Análise: Pumpkin Jack (Multi) é um divertido e nostálgico jogo de plataforma 3D que te lembrará do saudoso PS1

Com forte inspiração em Medievil, o título alterna bem os elementos de combate e aventura em sua curta duração.

em 25/02/2021
Pumpkin Jack é um jogo de aventura e plataforma 3D com grandes influências em Medievil, tanto pelo seu gameplay quanto ambientação, além de resgatar uma sensação nostálgica de diversos jogos do estilo no queridinho PS1. O título foi lançado para Xbox One, Switch e PC em outubro de 2020, mas só agora para PS4, um tanto atrasado para o Halloween.


Confira nesta análise porque Pumpkin Jack é uma ótima adição à sua coleção de jogos plataforma.

Impedindo o bem de salvar o dia!

Pumpkin Jack é ambientado no calmo e entediante Boredom Kingdom, um reino em que seus habitantes vivem suas vidas felizes e sem preocupações. Entediado com a calmaria, o Diabo resolve lançar a Maldição da Noite Eterna sob o reino, liberando diversos de seus monstros e esqueletos para infernizar a população.

Para contra-atacar, os humanos precisam quebrar a maldição e recorrem a um poderoso mago para que salve o Boredom Kingdom das ameaças existentes. O Diabo, nem um pouco contente, também escolhe seu “campeão” para enfrentar o mago, e é aí que Jack, o Rei Abóbora, entra em cena para impedir que o reino fique a salvo.


Apesar do enredo simples e curto, é no humor e na personalidade dos personagens que o jogo te conquista. Jack é um cara folgado, marrento e cheio de tiradas intimidantes. Ele é acompanhado por um corvo covarde e, esporadicamente, esbarra com uma coruja não muito amigável. Apesar de não haver diálogos falados, apenas por caixas com textos, as conversas são divertidas e, em alguns momentos, até acontece uma quebra de quarta parede, satirizando a curta duração da campanha.

A primeira coisa que estranhei ao iniciar a campanha é que enfrentamos os próprios monstros conjurados pelo Diabo, ao invés de aliados do mago que poderiam estar protegendo as localidades. Há uma explicação bem “meia-boca” para isto, mas não demora muito para ignorarmos este fato e focarmos no gameplay.


Ao longo das seis fases do jogo, que podem ser completadas em menos de quatro horas, podemos coletar crânios de pássaros, que desbloqueiam novos trajes para Jack, além de gramofones e bonecos de neve espalhados pelos cenários. Estes acabam sendo o único elemento que garante algum fator de replay, já que há troféus e conquistas relacionados aos coletáveis.

Gostosuras ou travessuras

Para quem cresceu jogando os clássicos jogos de plataforma do primeiro PlayStation, Pumpkin Jack traz uma sensação bastante nostálgica ao manter uma jogabilidade muito simples, com um toque na atualidade. Jack pode realizar pulos duplos, evasivas, ataques a distância, com seu companheiro corvo, e pequenos combos de ataques físicos. Começamos usando uma pá como arma e, a cada chefão vencido, novas opções são desbloqueadas. O título tem uma dificuldade geral baixa, mas garante algumas horas de gameplay descontraídas.

Os comandos funcionam muito bem em combate, mas tive alguns problemas nas partes voltadas para aventura e exploração dos cenários. Nos momentos que devemos pular entre plataformas, ou escalar estruturas, senti um pouco de falta na precisão dos pulos, o que me fez cair para a morte algumas vezes de forma desnecessária. Até agarrar nas bordas, por vezes, não funciona e frustra quando é preciso escalar certa parte novamente.


O level design de Pumpkin Jack também chama a atenção. Para alterar com os momentos de luta e exploração dos seis ambientes muito bem desenvolvidos, o jogo ainda conta com alguns minigames (pouco originais, mas ainda bem divertidos). Em certas partes a cabeça de abóbora de Jack pode se soltar do corpo para a resolução de quebra-cabeças bem simples, como conduzir uma bomba até o final de um caminho, atravessar o mapa em carrinhos de minas ou testar a memória em uma imitação do famoso Genius.

A variedade de inimigos, infelizmente, é muito baixa. Os poucos monstros apresentados logo nos primeiros momentos permanecem por quase toda campanha, com quase nenhuma variação durante o percurso das fases. Em compensação, as lutas com os chefões são divertidas e seguem a clássica mecânica do gênero: o inimigo assume uma posição central e há uma sequência lógica de movimentos que aumenta conforme leva algum dano por ter dado alguma abertura ao herói (neste caso, vilão).


A combinação de todos os fatores: ótima exploração, combates simples, chefões divertidos e minigames espalhados pelas fases; tornam o jogo uma experiência leve e prazerosa, sendo possível terminar em uma só rodada, sem nem ver a hora passar. Pode não ter sido implementado pelo sua proposta e curta duração, mas alguns upgrades para o Jack teriam sido muito bem-vindos, porém a customização se limita a novos trajes e armas conquistadas.

Os gráficos são outro destaque de Pumpkin Jack. Seu visual cartunesco, também muito similar com Medievil, é muito bem desenhado e cheio de detalhes. Os cenários possuem alguns elementos destrutíveis que liberam orbes de cura. A trilha sonora, disponível nas plataformas de música, melhora ainda mais a experiência ao manter um ar de mistério. As músicas me lembram muito Bugs Bunny: Lost in Time, um clássico jogo do Pernalonga que finalizei e recomecei por diversas vezes na minha infância.

Vale a pena jogar Pumpkin Jack?

Jogo para nenhum fã de plataformas 3D botar defeito, Pumpkin Jack garante poucas, porém divertidas horas de jogatina com personagens cheios de personalidade e jogabilidade simples. Apesar da pouca variedade de inimigos, o título alterna muito bem os momentos de combate, exploração e minigames, tornando-se uma experiência leve e descontraída.

Prós

  • Jogabilidade simples;
  • Gráficos e trilha sonora que se destacam;
  • Boa alternância dos momentos de combate, aventura e puzzles;
  • Bom fator replay para quem é caçador de troféus;
  • Mesmo sem diálogos falados, personagens transbordam personalidade.

Contras

  • Pouca variedade de inimigos;
  • A falta de precisão nos pulos atrapalha em diversos momentos.
Pumpkin Jack — PS4/XBO/PC/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Felipe Fina Franco
Análise publicada com cópia digital cedida pela Headup Games

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