Análise: Defense Grid 2 (Multi) é um ótimo - e pouco conhecido - tower defense da atualidade

Uma combinação única de estratégia em tempo real, belos gráficos futuristas e humor inglês.

em 28/01/2021

Em meio a tantos jogos excelentes de ação, tiro e RPG, o gênero tower defense parece um pouco ausente nos catálogos dos games. É uma pena, pois estes jogos têm um potencial imenso de entretenimento, daqueles que você separa uns minutinhos para jogar casualmente e quando vê já se passaram horas. Jogadores de Plants vs Zombies que o digam! Felizmente o gênero possui um ótimo representante na geração atual, disponível nas principais plataformas: Defense Grid 2.
 
Este título é uma sequência de Defense Grid: The Awakening lançado em 2008 para Xbox 360 e PC. Melhorando tudo que havia em seu antecessor, Defense Grid 2 apresenta gráficos mais bonitos, mapas tridimensionais com layout alterável, novas torres e armas, adicionando mecânicas inéditas e dando continuidade à história original.
 

Terrível, contra os insetos

O jogador assume o posto como comandante de uma tripulação, cujo objetivo é impedir que hordas de alienígenas conhecidos como “formigantes”, uma forma de vida que lembra insetos, roubem os núcleos das usinas de energia dos humanos. O enredo é recheado de humor e, embora não seja essencial para a jogabilidade, traz um sabor a mais para a experiência.

O desafio do jogo está em administrar seus recursos para montar a melhor defesa possível com aquilo que tem disponível. Grande parte da estratégia consiste não somente em selecionar as melhores torres, mas posicioná-las nos lugares certos para maximizar seus efeitos. Cada tipo de armamento é adequado para um certo tipo de oponente. Alguns alienígenas são grandes e resistentes, mas lentos, enquanto outros são pequenos e rápidos. Alguns andam em bandos, possuem escudos de energia ou têm camuflagem para passarem invisíveis por armas de longo alcance.


Conforme a campanha avança, novos tipos de torres e munições ficam disponíveis. O game design é muito bem elaborado, liberando recursos aos poucos para você dominar as mecânicas enquanto joga, o que dá uma boa sensação de progressão.

O jogo possui vinte mapas e cada um pode ser jogado de doze maneiras diferentes, como campanha single player, multiplayer (competitivo ou cooperativo), recursos fixos, limitação de uso de torres, entre outros.

Você pode desafiar um amigo ou a si mesmo, pois o jogo grava os seus melhores scores e apresenta gráficos com seu desempenho. Toda vez que finalizo uma fase fico com aquele gostinho de “eu posso fazer melhor”, batendo minha melhor pontuação, refazendo aquele mapa difícil testando uma estratégia diferente ou completando algum item da lista de desafios. Toda essa variedade faz com que o título tenha um fator de rejogabilidade altíssimo.

Defendendo em todas as plataformas

Sobre minha experiência com o título, posso afirmar que este é o melhor e mais viciante Tower Defense que já joguei. Na essência, não traz muita inovação do que já é tradicional no gênero, mas ele executa tudo de uma forma extremamente competente. Tamanho foi o meu apego que o comprei três vezes, em diferentes plataformas: Xbox One, PC e Switch, completando o jogo no modo Elite nas três plataformas, com mais de 100h de jogo em cada uma - como disse, o fator rejogabilidade é altíssimo.

Para a minha surpresa, o jogo não é exatamente igual entre as plataformas, possuindo leves variações em balanceamento, dificuldade e recursos em cada uma delas. O Xbox possui o melhor balanceamento de dificuldade, já o PC oferece os melhores gráficos e o menor tempo de carregamento, enquanto o Switch oferece mapas adicionais já inclusos e a possibilidade de jogar em qualquer lugar.


No PC é possível jogar com controles ou teclado e mouse. No Xbox One e PS4 joga-se normalmente com os controles padrão. No Nintendo Switch é possível usar os Joy-Con combinados ou separados (útil para co-op local), assim como o Pro Controller. Infelizmente não há suporte para tela sensível ao toque no híbrido da Nintendo.

As versões de PC, PS4 e Xbox One possuem suporte a legendas em português, enquanto a versão de Switch só oferece legendas em inglês. Em todas as versões os áudios estão em inglês. Na versão de PC ainda é possível comprar mapas adicionais com expansões, enquanto a versão de Nintendo Switch já vem com 5 mapas adicionais do arco Aftermatch.


O controle de câmera em Defense Grid 2 é pouco ortodoxo. Na maioria dos jogos de estratégia, movimentamos um cursor com o qual selecionamos os itens que desejamos interagir. Em DG2 o cursor permanece fixo no centro da tela e os controles movimentam todo o cenário, ou seja, você não mexe o cursor para selecionar um local no mapa, você movimenta o mapa para que ele coincida com o cursor. Eu estranhei bastante esse sistema no começo, mas com o tempo peguei o jeito e comecei a fazer tudo de forma rápida e natural. É como mudar as marchas do carro, depois que você se habitua, torna-se uma segunda natureza e você faz as coisas sem precisar pensar no que está fazendo.


Talvez os jogos de tower defense tenham poucos representantes no cenário atual, mas Defense Grid 2 supre essa lacuna com louvor, apresentando um gameplay divertido e dinâmico, além de bons desafios e altíssimo fator de rejogabilidade. Se você está com saudade deste estilo de jogo, recomendo fortemente que você dê uma chance a este título.

Prós

  • Mecânica simples e intuitiva;
  • Altíssimo fator de rejogabilidade;
  • Imensa variação estratégica de armas, munições e posicionamentos;
  • Novas idéias originais, como mapas tridimensionais alteráveis;
  • Possibilidade de expansão (na versão PC);
  • Sistema de conquistas próprio, inclusive para Nintendo Switch.

Contras

  • Controle de câmera pouco usual pode confundir o jogador no começo;
  • Mapas da comunidade apenas disponíveis na versão para PC (e são pagos);
  • Mapas da versão Aftermatch só estão disponíveis na versão para Switch.
Defense Grid 2 - PS4/XBO/Switch/PC - Nota 8.5
Versões utilizadas para a análise: XBO/Switch/PC

 Revisão: Felipe Fina Franco
Análise com cópias digitais adquiridas pelo próprio redator


é engenheiro eletrônico e tem uma filha fofinha que tenta morder os controles do papai. Curte jogos de luta, corrida e ação.
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