Vigil: The Longest Night (Multi) oferece uma boa aventura como um metroidvania sombrio

Tente sobreviver à noite mais longa neste belo e intrigante título, repleto de segredos e desafios.

em 20/10/2020




Vigil: The Longest Night é um jogo indie produzido pela Glass Heart Games, lançado em 14 de outubro de 2020, com elementos de plataforma e ação, tendo inspiração em jogos como Salt and Sanctuary e Castlevania. No jogo, você é Leila, uma vigilante, treinada para derrotar os mais poderosos demônios que assolam a noite interminável, fenômeno este que não tem uma explicação óbvia e que serve de motor principal para o desencadear da história. 



Enfrente a noite mais longa

Vigil propõe uma temática mais pesada, focada em elementos de horror e insanidade. Muitas vezes você como jogador ficará confuso e terá de juntar as várias peças da história para saber o que exatamente está acontecendo e desvendar os segredos da narrativa. Devo dizer, por sinal, que eles fazem isso muito bem. Personagens e descrições de itens introduzem locais antes de você visitá-los, histórias interessantes sobre os residentes e sobre as criaturas da noite ajudam a criar toda uma atmosfera que adiciona bastante à exploração do mundo. O que é comum em jogos que se inspiram em Dark Souls e Castlevania.

Há várias missões secundárias que são paralelas à história principal e que liberam alguns locais e itens que normalmente você não teria de pegar ou visitar, além de dar mais profundidade aos acontecimentos da história e passar mais informações do mundo ao jogador. Por ter uma temática mais sombria, todos os elementos de exploração e os cenários, desde os mais calmos aos mais assustadores, são focados em dar uma tensão e em "forçar" uma atenção e um cuidado maior ao explorá-los, já que você realmente não sabe quais armadilhas e inimigos se encontram nesses lugares.



Qualidade artística

O estilo de arte é bem cartunesco, com um 3D bem leve nas animações dos personagens e inimigos, que combina muito bem com os elementos de combate e com a história do jogo. As artes são bem vivas e fluidas, que deixam tudo mais interessante. Porém, o jogo conta com um design de níveis não tão bom. Alguns locais do jogo são muito parecidos e dificultam bastante a navegação por parte do jogador. 

Por exemplo, alguns mapas são gigantescos e com várias entradas e saídas que só podem ser acessadas de certa forma, mas elas são tão parecidas que você fica muito confuso em como navegar e se realmente algum progresso está sendo feito, o que é extremamente irritante. Sem dúvida, um mapa de melhor visualização seria muito bem-vindo.




Um ponto extremamente positivo do jogo e que merece uma menção é a música, que é sensacional. Os temas do cemitério, do menu, da cidade e de vários chefes do jogo e das localidades são ótimos. As composições adicionam bastante aos já sombrios e desolados cenários do jogo. 

Eu particularmente gosto muito de trilhas sonoras de jogos e nesse quesito Vigil realmente não deixa a desejar. Outra coisa bem positiva é que o jogo foi traduzido completamente para o português do Brasil, o que eu sempre vou apoiar, já que ajuda o cenário brasileiro como um todo.



Combate com boa variedade

O combate é primariamente composto por um sistema de combos mais simples, em que você tem ataques pesados e leves, e um botão de esquiva que funciona muito bem, já que poucos ataques travam a animação do seu personagem e armas mais leves são bem rápidas. São 4 classes de armas utilizáveis no jogo, sendo arcos, machados, espadas e adagas. 




É possível equipar três armas diferentes e mudar entre elas em combate, criando alguns combos bem legais e satisfatórios de ver. Já as habilidades adquiridas para as armas te dão mais opções de ataque e desbloqueiam golpes e ataques "carregados", trazendo uma maior variedade ao combate de Vigil. É possível também melhorar essas armas com reforços e gemas, adicionando efeitos e as deixando ainda mais poderosas, o que é bem legal.

Pode parecer que quatro classes de armas seja pouco, mas na minha experiência com o jogo e suas árvores de habilidades, é mais que o suficiente para se divertir bastante testando combinações diferentes e encontrando maneiras de lidar com os encontros com inimigos. As magias, chamadas de "Arcano", são itens que o seu personagem pode equipar e, com base no seu atributo arcano, dar um pouco mais de dano. 




Achei as magias um pouco fracas e não muito bem desenvolvidas para ataque. A maioria delas que realmente usei era de suporte, como ver um pouco mais longe e coisas do gênero; o que ajuda bastante, mas não sei se uma build de magia é realmente viável. No geral, a parte gráfica e jogável do combate é bem satisfatória e possui uma complexidade agradável.

Algumas ideias não tão bem implementadas

Para finalizar, tem apenas mais uma reclamação que gostaria de fazer sobre o jogo: tentando replicar jogos como Dark Souls e Castlevania, todo o progresso que você possui ao morrer é perdido e será necessário voltar no último salvamento, o que é bem irritante para um jogo razoavelmente difícil e com cenários tão grandes como Vigil. 




Muitas vezes desliguei o jogo por completo por perder uma hora ou duas para uma queda aleatória no mapa e não voltar num último ponto de controle. Confesso que esse tipo de mecânica é legal quando bem implementada, mas, como em Vigil você não continua com nada ao morrer, é um pouco frustrante passar um tempo explorando e ter que fazer literalmente tudo de novo.

No geral, é um jogo que recomendo bastante, tem uma temática gostosa de jogar, uma história que te prende, arte excelente, combate com profundidade legal e vários cenários para explorar, garantindo bastante diversão ao longo do jogo.

Prós:

  • Arte excelente;
  • Música sensacional;
  • Variedade no combate, apesar de possuir apenas 4 classes de armas;
  • Várias atividades secundárias;
  • História intrigante.

Contras:

  • Algumas áreas são extremamente grandes, confusas e cansativas;
  • Sistema de salvamento pode ser irritante.
Vigil: The Longest Night — PC/PS4/XBO/Switch — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia cedida pela Another Indie 


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