Análise: Foregone (Multi) nos leva a um mundo decaído que precisa de salvação

A jogabilidade ágil e a customização de habilidades são os destaques deste título da Big Blue Bubble.

em 19/10/2020

A busca por um bom game de ação nos leva a muitos lugares. Em uma de minhas andanças pela internet eu conheci Foregone, um título de ação em plataforma 2D com uma jogabilidade cheia de agilidade e uma história até interessante, que nos motiva a avançar até seu desfecho. Na análise de hoje vamos conhecer um pouco mais deste ótimo título da Big Blue Bubble.

A desolação de Calagan

Um mal chamado de Tormento está assolando Calagan, transformando os seres vivos em criaturas diabólicas que só desejam destruir. Na pele de uma poderosa guerreira, conhecida apenas como Pacificadora, devemos desbravar o reino até a fonte do mal para dar um fim a esta calamidade.

No decorrer da história vamos conhecendo mais sobre a mitologia do jogo e que na verdade a Pacificadora está diretamente envolvida, de certa forma, com o mal que está devastando a vida em Calagan e a criação de terríveis criaturas, chamadas de Projetos, nos levando a um final surpreendente e meio previsível quando alcançamos boa parte da aventura.



Capaz de se locomover de forma rápida e ágil, a Pacificadora tem à sua disposição diversas armas como espadas, lanças, pistolas e arcos para combater os inimigos que cruzarem seu caminho para alcançar a desolada cidade de Calagan e resolver, de uma vez por todas, a situação calamitosa causada pelo Tormento e permitir que a heroína tenha sua redenção.

Ação em plataforma de tirar o fôlego

Um dos principais destaques de Foregone é sua jogabilidade fluida. Se movimentar pelos diversos cenários do jogo é uma tarefa deliciosa devido à beleza e precisão dos movimentos que é possível realizar com a Pacificadora. O combate acompanha esta beleza com movimentos muito bem animados e precisos, proporcionando momentos constantes de ação na tela. O arsenal da Pacificadora é composto basicamente por uma arma de ataque corpo a corpo e uma arma de ataque à distância, em que a munição é recarregada automaticamente ao realizar ataques corporais. Então, não seja humilde no gatilho.


Habilidades especiais obtidas durante o jogo proporcionam uma terceira opção de abordagem. Explosões que causam danos a todos os inimigos na tela, raios de energia concentrados para dizimar os que estão à sua frente, investidas furiosas, além de outras habilidades capazes de aumentar atributos da guerreira, como velocidade de ataque ou escudos defletores de golpes e projéteis.

As áreas exploráveis do mapa são divididas em diversas regiões que não se diferem tanto quanto a estrutura. A jogabilidade de plataforma é bem explorada durante todo o jogo, mas ao diferir apenas de forma visual, a grande maioria das áreas possuem uma estrutura praticamente igual, com interruptores usados para destrancar portas ou inimigos que devem ser derrotados para liberar o acesso às salas seguintes, permitindo o progresso da Pacificadora pelo jogo. Várias áreas secretas também compõem estas áreas, adicionando um elemento de exploração que recompensa o jogador com itens de raridade maior.



Derrotar os principais chefes do game adiciona novas habilidades de movimento para a protagonista, permitindo que algumas áreas antes inacessíveis possam ser alcançadas. Isso estimula o jogador a querer voltar para as áreas anteriores do jogo para explorar um pouco mais e obter mais técnicas e itens raros.

Morrer até que não é tão ruim

Explorando as diversas áreas do mapa encontramos pontos de teletransporte, que nos permitem retornar a uma área no início do jogo, um posto avançado, para fazer aprimoramentos nos equipamentos e melhorias nas habilidades da guerreira. Ao morrer, a Pacificadora deixa uma ânfora com todas as suas moedas e pontos de melhoria, aguardando serem resgatados pelo jogador. Os itens e habilidades já equipados e objetivos não são afetados.

Dessa forma, morrer não se torna algo tão penoso como poderia ser. O jogador só precisa voltar até onde morreu para recuperar a ânfora e continuar sua aventura se quiser recuperar os pontos, ou simplesmente ignorá-la e seguir viagem. Até as portas destrancadas continuam abertas. O verdadeiro prejuízo mesmo é com o tempo perdido para refazer determinado trajeto novamente.

Derrotar inimigos premia o jogador com equipamentos, moedas de ouro, pontos para melhoria de habilidades e pontos de recuperação de vida. Os equipamentos são classificados por raridade, que determinam a quantidade de melhorias que podem ser feitas no posto avançado junto ao ferreiro e mais duas figuras que se localizam lá:
  • Taumaturga: uma senhora que nos permite alocar pontos para melhorar as habilidades passivas da Pacificadora e fazer melhorias nas técnicas que obtivemos durante o jogo usando os pontos recebidos dos inimigos derrotados;
  • Ferreiro: um homem que nos permite fazer melhorias em nossas armas e equipamentos ao custo de moedas de ouro, além de converter os itens indesejados em mais moedas;
  • Barqueiro: ao morrer, a ânfora é deixada no local onde fomos abatidos, contendo todo o dinheiro e pontos coletados, pode ser obtida imediatamente, mas com apenas metade de seu conteúdo. Você pode falar com o barqueiro para isso ou ignorá-lo e ir até o local da morte para recuperar seu conteúdo integral.
Um dos pontos interessantes que o jogo proporciona é a maleabilidade da árvore de habilidades da Pacificadora. Outros jogos do gênero costumam não permitir que você reverta uma melhoria feita pelo jogador. Em Foregone é possível reverter toda sua árvore de habilidades ao troco de algumas moedas de ouro.

Isso dá ao jogador liberdade para ajustar as habilidades da guerreira durante a aventura, adaptando-a para o estilo que achar melhor. Um exemplo é o meu próprio, quando estava jogando e não me dei conta disso totalmente. Achei que minha personagem não era tão ofensiva quanto eu queria, então vi que era possível reverter alguns pontos da árvore de habilidades e então alocar os pontos reembolsados para outros atributos e deixá-la com o estilo que eu queria.



Conforme o jogador avança no jogo, é perceptível a evolução da personagem principal, com o uso de equipamentos melhores, armas mais poderosas e mais agilidade em sua movimentação pelas diversas áreas. Após finalizar pela primeira vez, é possível realizar uma segunda corrida no modo Novo Jogo +, em que o jogador recomeça a aventura mantendo seus equipamentos da partida anterior e com um ligeiro aumento na dificuldade dos inimigos, principalmente os chefes, que também voltam à vida caso você seja derrotado.


Uma aventura digna de atenção

Apesar de não inovar em muita coisa, a jogabilidade e a liberdade proporcionada para a construção das habilidades da protagonista são dois pontos extremamente relevantes para considerar Foregone uma ótima adição ao gênero de ação em plataforma. Jogadores que gostam de coletar equipamento cada vez melhores e buscam um nível de desafio moderado estarão muito bem servidos aqui.

Prós

  • Direção de arte com cenários e animações muito bem executadas;
  • Ótima jogabilidade, destacada por fluidez e precisão de movimentos;
  • Maleabilidade da disposição dos pontos da árvore de habilidades;
  • Batalhas contra os chefes são o ápice do desafio;
  • Fator exploração bem aproveitado;
  • Novo Jogo + adiciona um ótimo fator replay.

Contras

  • Detalhes da narrativa só são conhecidos ao coletar documentos pelo jogo;
  • Nível de desafio relativamente baixo durante boa parte da campanha;
  • Quedas de performance pontuais em áreas com muitos inimigos;
  • Obtenção de itens de raridade maior depende de sorte.
Foregone – PC/PS4/XBO/Switch – Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: José Carlos Alves
Análise feita com cópia cedida pela pela Big Blue Bubble

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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