Análise: Control - AWE (Multi) reúne Alan Wake e Jesse Faden na última expansão do título

Com mais puzzles e menos confrontos, o DLC encerra bem a história da franquia nesta geração.

em 10/09/2020

Há um bom tempo vinha se especulando que Control e Alan Wake seriam do mesmo universo, ou até mesmo relacionados, por conta de alguns documentos encontrados no jogo de Jesse Faden. O anúncio de AWE, último DLC da franquia, confirmou essa hipótese e abriu o caminho para um futuro em que ambos os mundos se encontrem, diretamente, em um mesmo título.


Confira nossa análise de AWE, que traz um novo setor do Departamento a ser explorado e conta com uma nova jogabilidade que faz referência ao jogo de 2010.

O escritor e a diretora

AWE, sigla para Altered World Event (Evento de Mundo Alterado) ou até para Alan Wake Expansion, traz uma nova missão para Jesse Faden, a Diretora do Departamento Federal de Controle, que está diretamente conectada com os eventos de Bright Falls, onde se passa a história do escritor.

O Setor de Investigações, que estava selado até então, guarda uma nova ameaça ao Departamento. Após os acontecimentos do jogo de 2010, um velho conhecido da história de Wake foi levado ao Departamento para um interrogatório sobre as forças escuras presentes em Cauldron Lake. O personagem é tomado por essa força e, com a influência do Ruído, se torna um monstro que espreita na escuridão. Resta a Faden derrotar a criatura para garantir a segurança do resto do Departamento.


Alan Wake, preso no Lugar Escuro, escreve a história do DLC a fim de entrar em contato com a diretora pela Linha Direta, que é a única que pode ajudá-lo a sair dessa sua “prisão”. O escritor aparece apenas em cutscenes e mostra os efeitos que o Lugar Escuro está tendo em sua mente, apagando suas memórias, enquanto corre contra o tempo para conseguir escapar.

Como de costume, a compreensão total do enredo, sobre as consequências da história de Alan Wake e os acontecimentos entre o jogo de 2010 e Control, depende da coleta e da leitura de diversos colecionáveis espalhados pelo Setor de Investigações. A duração da expansão também está muito menor que The Foundation, sendo necessário pouco mais de duas horas para sua conclusão. A história tem pouco conteúdo relevante ao enredo principal de Control, mas serve bem para introduzir o universo compartilhado de jogos da Remedy.

Consumido pela escuridão

Em AWE exploramos o escuro Setor de Investigações, consumido por uma matéria negra e sob vigilância do novo monstro que põe em risco a segurança de todo o Departamento. Diferentemente de The Foundation, nesta expansão passamos grande parte do tempo em ambientes apertados e pouquíssimo iluminados onde, para derrotar a nova ameaça, a luz é sua maior aliada.

A Remedy resolveu brincar um pouco com a jogabilidade de Alan Wake e incluí-la no novo DLC de Control, onde devemos liberar nosso caminho pelo Setor de Investigações iluminando cenários por meio de quebra-cabeças e mirando feixes de luz na gosma escura. Em cenários em que a escuridão toma conta, enquanto você estiver fora de algum ponto de luz, sua energia é drenada e Jesse fica vulnerável aos ataques da criatura.


Enquanto na expansão anterior tínhamos combates mais frenéticos e uma grande área quase em formato de labirinto, aqui seguimos um caminho quase linear e com diversos puzzles substituindo hordas enormes de inimigos. Com exceção dos encontros com o inimigo principal, tanto os combates quanto os desafios lógicos apresentam um grau de dificuldade bem abaixo do jogo base e de The Foundation.


Falando sobre inimigos, apenas um novo tipo de adversário consumido pelo Ruído foi adicionado ao jogo. O soldado que levita pode desviar, na maioria das vezes, de objetos arremessados em sua direção, sendo quase obrigatório um combate direto com sua Arma de Serviço. Para compensar o desuso das duas habilidades conquistadas no conteúdo anterior, o equipamento ganhou uma nova configuração chamada Explosão, que lança até três granadas que explodem por comando manual, bastante útil contra inimigos grandes ou para causar dano em área ao enfrentar grupos de inimigos.


Outra novidade muito bem-vinda é o modo Arcade, acessado por uma máquina de fliperama encontrada no Setor de Investigações. Nele podemos jogar novos modos de jogo, como hordas de inimigos, corrida contra o tempo, revisitar chefões e a famosa, e favorita entre os fãs, fase do Labirinto Ashtray.

Quando foi lançado, Control teve sérios problemas de performance nas versões base do PS4 e do Xbox One. Com as atualizações e os lançamentos dos DLCs, a questão de desempenho foi melhorando, mas certos pontos continuam a importunar. Quedas de frames e travamentos em confrontos com diversos inimigos eram comuns após o lançamento do jogo, mas não é um problema encontrado em AWE. Porém, travamentos ao sair de menus e do mapa persistem, além de telas de carregamento extremamente demoradas, tanto ao iniciar o jogo quanto após morrer.


Um encerramento temporário

AWE encerra a franquia Control nesta geração com uma experiência positiva, mas nada excepcional. Com curta duração, mas boas novidades de gameplay, o DLC serve mais para unificar os títulos da Remedy, possivelmente incluindo Quantum Break no futuro, para criar uma nova franquia reunindo todos os protagonistas na próxima geração.

Prós

  • Novo modo arcade é divertido e relembra momentos-chave da campanha principal;
  • Novidades de gameplay positivas;
  • Boa quantidade de puzzles.

Contras

  • Curta duração;
  • Compreensão da história continua dependente de muita leitura;
  • Problemas de quedas de frames e travamentos permanecem ao sair de menus.

Control: AWE – PS4/PC/Xbox One – Nota: 7,0
Versão utilizada para análise: PS4

Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela 505 Games

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